terça-feira, 22 de março de 2016



Ao entardecer,o sol esquiva,
pelas nuvens soltas,
sentei, numa duna
na praia,
o sargaço inundou o meu
respirar,
as gaivotas distraídas
perturbavam o silêncio....
Deixado no peito
a mercê do tempo.
enraizado a décadas,e
soluçando nos anos.
As gaivotas,iam
salpicando o sargaço
para comer.
O mar estava calmo, a
ondulação espirrava
abraçando o extenso areal.
Recordei.palavras
de profunda tristeza,
guardadas há
anos.
Hoje os meus olhos brilham
a cada momento.
que antevejo, os dias do
amanhã...!
Graça Bica


Inventei para ti
um nome.
De Silêncio!
Como um mar profundo,
baloiçando de algas, 
onde os gestos
se perdem
entre ti, e mim.
Sem terra ,sem céu,
sem corpo
a separar-nos.
Deste-me seis meses
de separação,
seis meses sem ouvirmos
as nossas vozes.
Num luto gelado
estão os nossos corpos
aprisionados!
Vão-se afogando
quando o amor se for
embora,e
ficará apenas um nome,
o teu de silêncio.
lentamente
Graça Bica .



A alma que foge.
sem paz.
O vento sopra agreste,
sacude
as folhas mortas.
O inverno aproxima-se
os dias esmorecem.
das árvores
A lareira acende
o dia inteiro,
aquecendo, a alma
a quem precisa.
As velas
iluminam as almas.
Desenham nas
paredes varias
sinais...
Pela janela avista-se
um vulto,
fugindo de alguém,
grita, pedindo ajuda.
A cor do lume
chama a alma.
a alma penada
corre, no tempo
já sem alma...
Graça Bica
Foto de Poesia da alma.
É enorme o
silêncio
no meu rosto,
no jardim em
que passeia coberto 
de jasmim,
uma dor aguda no peito
me sufoca ,a visão fica
turva deixo de ver...
Procuro e nada me
sossega...
nem os raios de sol me
conseguem beijar,
a noticia lenta,
me invade,
as marés revoltas
fustigam
o meu corpo caído
neste silêncio cruzado.
O dia amanheceu,
nem tu,
nem o teu amor,
consegue resgatar,
este silêncio.
que acorda,em
mim....

Graça Bica.


Ao passar,numa rua
sem nome,
ouvem-se murmúrios,
de verdades
desvendadas. 
Bailam lembranças,
da casa que foi outrora,
onde se ouvia
um piano a soluçar...
As melodias rezavam
tristeza,
nas janelas as cortinas
já não têm cor,
a luz que outrora se
via sombria, de amores
despedaçados em fragmentos
de pó.
O piano está mudo,
a casa já não tem,
mais sombras,
as pedras hoje
caídas em pedaços
no chão..
Uma voz chora
baixinho...
Tenho-me a mim só!
Graça Bica

segunda-feira, 21 de março de 2016

Pai.
Porque poentes caminhas agora?
Nos meus sonhos,
andamos de mãos dadas,
no meu lampejo ,vou ...
ao teu encontro.

Deixaste-me com três anos,
desprotegida do teu colo
dos teus carinhos ,
dos beijos. Pai
ainda chamo por ti!
Sinto, tua presença em todos
os segundos,
a tua mão ainda brinca,
no meu rosto,
sem estares ao meu lado!
A tua imagem viaja comigo,
naufragou no meu peito.
adormece, ao meu lado.
As tuas fotos,já estão
desgastadas
pelos meus lábios.
Preciso tanto de ti!
Pai amado,
Dá-me a tua bênção
meu adorado PAI..
.
Graça Bica
Queria correr
para a minha vida
antiga,
como se corresse para
o colo da minha...
Mãe,

Queria, os doces que me
davas,
quando ralhavas comigo,
queria, pegar nos teus
braços,
enrosca-lo em mim,
queria, chamar pelo teu
nome
olhar o teu sorriso,
mexer na tua cara de
pele macia,
beijar os teus lábios
cor de carmim.
Pedir para me cantares,
aquela canção, que
batizamos como nossa,
queria sentar-me no
teu colo,
enquanto brincavas com o
meu cabelo, e
contavas, a estória da
joaninha,
tão linda e redondinha.
Preciso de ti
na minha vida,
como um feto,
precisa da barriga da sua
mãe.!
Queria, chamar pelo teu
nome,
olhar o teu sorriso
Quando vens de noite
aconchegar....
Minha Mãe

Graça Bica .