domingo, 31 de julho de 2016



Um cheiro, forte,
entrelaça, o meu corpo.
E, vem dos lados do mar,
aproxima-se, vagarosamente 
sem dar conta ao tempo,
vai-se dissipando,
para deixar o sol entrar,
desço a falésia, apressada
areia escalda os meus pés
descalços...
Numa duna coberta de li-rios
selvagens,
guardo as palavras silenciosamente,
palavras em silencio...
palavras, que não poço falar.!
Trilho na areia molhada ,
decalco areia fina
os meus pés,
nas conchas partidas, búzios
desgastados,pelo tempo.
.
O mar beija-me,
enquanto redijo,
passagens da minha vida,
de enganos de partidas,
os cheiros, das algas,da brisa
suave toca-me .
Desfaleço, naquela praia
sozinha....
(reservado ao direito do autor)
Graça Bica.


Era tão bom, poder ser eu!
Só por um dia!
Poder encostar a minha cabeça
ao teu ombro,
poder sorrir, com os meus olhos 
mergulhados,
de tamanha tristeza.
Só, por duas horas, seria uma mulher
feliz!!!
Entregar-te-ia,
toda a ternura refugiada no meu corpo.
Podia envolver-me, com um o teu cheiro.
E, embriagar-me de pudores,
talvez, eu tenha o culto da minha
dignidade de mulher!
Fico sempre a espera.
que sejas tu a falar...
Sou mulher,
que a educação me inibiu,
de te dizer tantas ,e tantas coisas!
Talvez até pensarias,
que nada pudesse sair
da minha boca.
Sou uma mulher de medos!
Enraizados pela educação
que me deram ...
No meu tempo,
haviam reprovas-soes,
e tantas,de tudo, e todos!
Hoje ainda representam
um pouca na minha vida!!!
(reservado ao direito de autor)
Graça Bica.


Muito antes,de partir
voltarei para ti.
Muito antes,que acordes
desse sono hipnótico e
me estendas os braços
cansados ,eu
te levantarei.!
Nunca te esperei tanto...
passaram meses,e luas
e os li-rios roxos,
se abrirem...
a minha voz envergou,
e silenciou, as marés,
o vento encrespava nas ondas,
revoltas e traiçoeiras,
uma névoa desceu, e
embrulhou o infinito do mar!
Tardou o barulho das ondas,
silenciou o meu chorar...
Pensava que os meus olhos
tinham secado,
das lágrimas que derramei
anos por ti!
O vento diverte-se
com o meu cabelo
rasga a minha camisa,
pondo o meu peito a descoberto,
oponente, e atrevido ...
Atrevo-me, a contar mais
um passo...
Libertando-me de todo o amor,
que se tinha silenciado
dentro de mim.
(reservado o direito do autor )
Graça Bica.
Poesia da alma da poeta Graça Bica
Os dias alinhavavam-se
nas noites,
corriam desvairados
pelos cantos e esquinas
da aldeia.
Um grito de uma mulher
descalça correndo, deixando
cair castanhas
que levava no avental.
As trindades tocavam
no campanário da igreja,
as vi-atas de xailes negros,
pela cabeça ,saias compridas
parecendo corvos famintos,
de olhares desconfiados e
falando baixinho,
benzendo-se diziam
que era um pobre velho, que
vinha do outro mundo
assombrar o povoado!
A mulher que gritava
era a sua concubina,
que saia de tempos,
a tempos,
agonizando o povo da aldeia,
diziam, que era maluca ...
Os anos passaram a aldeia
cresceu,
gente novo enraizou-se
Hoje é uma lenda,
que os mais idosos,
dizem, que ainda sentem,
nas noites de lua cheia
A mulher a correr
deixando cair as castanhas
pela calçada !
(reservado ao direito do autor)
Graça Bica.

A lua nova está grande,
e vai alta,
ilumina o teu corpo,e
deposita o meu amor,
mesmo distante, em ti.
amo-te !

Esta noite irei despertar-te
com caricias, e beijos,
No amor não existe
distâncias ...
Beijarei a tua boca,
os teus olhos se-mi serrados ,
famintos, dos meus beijos.

Esta noite vou entregar,
os meus sonhos na janela
do teu quarto,
mudos, e sem palavras!
(reservado ao direito do autor)
Graça Bica.


Não dormi esta noite,
a nossa conversa leve
e atrevida,
despertou-me insónias
de mitos ocultos!
De leviandades.
que outrora, era impossível
de dizer ...
Depois desta noite,
serei mais mulher, jogarei palavras
sensuais no teu ouvido,
a tua boca ficará inibida
sufocará,!!!
As tuas palavras serão dum desejo ardente ,
Serei a raiz da tua vida?
serás tu.a fazer de mim
mulher..?
Serão os nossos corpos,
lívidos de desejos.!
Nos levaram a êxtase
do sublime prazer
tu ,e eu, amor....!
Brindaremos na cama
entre lençóis,
as duvidas dos nossos
desejos,
proclamaremos, palavras
loucas,e atrevidas ....
Será a noite que encandeia
o borbulhar das nossas vontades?
Entrego-me,
despojada dos medos
O rubor do meu rosto
tornasse-a
um júbilo de juventude,
Ficarei Mulher..?
(reservado ao direito do autor )
Graça Bica.
Ao longe,
não se ouvia o canto
duma cigarra,
nem se deslumbram sorrisos
no horizonte, 
não havia giestas pelo monte,
o silêncio era constante.!
Tortura é um canto
dum grilo,no meu silêncio
acompanha-me,
a sombra persiste,e
descuidada,
o sol não desponta,
o céu está nublado
O meu coração,
procura um abrigo,
para a minha alma,
só a ilusão, podem
manter-me
a vida....
(reservado ao direito do autor)
Graça Bica
Abril.
Foi a tua partida, com ela levas-te tudo ,deixas-te um rasto de destruição, de insegurança,de medos, de tudo e todos!
Um luto sem precedentes,uma casa dada ao abandono,ficamos mutilados de todos os membros...
Nunca aceitei a tua partida, estavas nós melhores anos da tua, vida com projectos ...
Recordo as horas das refeições da noite, quando havia mais tempo para saborear as conversas. desligava a televisão e ponhas musica clássica...!!! Falavas que antes de morrer..
Em tão brincadeira, ou quando formos velhinhos partiremos, no mesmo dia, de mão dada,por vezes sorria, achava uma saída agradável..
.
Falávamos muito de tudo com o nosso filho ,porque a nossa filha estava a tirar o curso de germânicas , só vinha ao fim de semana ...
Alguns amigos dos meus filhos,gostavam de estar lá em casa,
riam e sentiam-se bem, achavam que era um ambiente de paz alegria...
Talvez, nas proximidades do Natal uma conversa saiu espontaneamente ...
Eu andava adoentada, tinha feito uma cirurgia e estava em restabelecimento, já vinha fazer as refeição a sala!
O meu marido numa voz doce . virando-se para o filho disse-lhe,
um dia quando eu ,morrer, não deixes a Mamã vestir de preto, quero a Mamã vestida de branco,
é paz,e luz
Uma lágrima rolou pelo meu rosto.do filho, interrogou o Pai?
Não gosto Papa que fales assim ...!!!
O meu marido fez de conta que não ouviu e disse, quando morrer quero ficar nesta vila, ser sepultado junto do rio ,
respondi em tom irónico ,mas vais levar a cana de pesca...?
era um dos ó vis dele !
Respondei, ainda tenho metas para cumprir .....
O Jorge já segue em frente,é um Homem, honrando e cumpridor das suas palavras já o tinha demonstrado varias vezes.
A tua Irmã com o curso feito, ira seguir a vida dela.
Eu, ia para a fabrica, e ajudava na contabilidade ,
embora ouve-sem funcionários eficazes no escritório ..
gostava do intercâmbio com os clientes, de norte a sul do Pais, ...
Sentia.me útil e feliz..
Alem isso, para colmatar os tempos livres, tinha uma loja
bastante moderna, com roupa de marca ,,e muitos assessórios,era uma loja vanguardista, com as ideias do meu filho,que ia muitas vezes a Londres ,
Trazia, novidades,por cá não existiam, vernizes de varias cores "pircingues" tatuagens, pulseira metálicas discos, dos conjuntos mais ins de Londres etc
Adornos para Senhoras, e jovens , além de roupas um pouco extravagantes, e diversas marcas de sapatos- A nossa vila era pequena como tinha mar e rio muita gente de cidades próximas, tinham casa de ferias
juntavam-se centenas de pessoas aos fins de semana, as compras dos jovens e mães faziam na minha loja.
Eu tinha tanto orgulho,era tudo diferente, até a funcionaria...
Tinha a cara da loja ...
Era uma menina bonita, usava,adornos extravagantes ...
Eu tinha tudo,era uma mulher realizada, e muito feliz...
acarinhada pelo marido e pelos filhos ...
O meu marido era um Homem contagiante ,tinha uma alma grande,alegre companheiro bem disposto, era respeitado por todos naquela vila!
Eu nunca soube compreender dor ,
nunca consegui ser feliz, como era dantes , houve uma barreira que me prendeu, ,metade de mim ao passado!,
Um muro de pedra enorme, desmoronou aos nossos pés!
Como gosto de pesquisar vários assuntos no google .
um deles chamou a minha atenção,
uma escritora Irlandesa , Lorna Byrne, com uma tiragem de 200.000 mil exemplares ,em 6 edições,
ainda escrevia cronicas semanais para um prestigiado jornal da cidade ..
titulo do livro,----------- "A morte bem anunciada com luz "....
Encomendei o livro quando chegou comecei absorver cada palavra, e notar muitas coincidências,
Um ser humano começa a marcar as etapas da vida
sem se aperceber,
a gostar de coisas, que dantes, não lhe diziam nada.
com o decorrer dos meses, programava a vida pausadamente
a dar atenção ,as coisas mais pequenas, nem super-fulas ,
ser tolerante com coisas insignificantes, dizia-nos.não vos chateiem, não gastem o tempo
com nada que posso mudar .....
Revi-me, em diversos parágrafos,estremecia ,chorava .. até que eu,própria me interroguei ?
Meus Deus a Sepultura...!
O meu Marido queria ser sepultado o mais próximo do rio ...
Não era possível, o cemitério estava completo
só haviam terrenos livres junto a entrada do portão .
Perto do rio haviam umas sebes com os anos,alargaram.
Quando o meu filho foi falar com Sr. Monsenhor e lhe contou a vontade do Pai,.
O Monsenhor deu-lhe um enorme abraço reconfortando-o e disse-lhe....
Que a câmara tinha cortado as sebes a semana.passada,
prontificou-se ajudar o meu filho nos actos que viriam a decorrer,
O jazigo ficou mais próximo do rio ,
era sem duvida a vontade que tinha manifestado..
Sinto-me iluminada com tantos factos passados,
as centenas de pessoas que mostraram a sua solidariedade,
Aos amigos que entravam pela porta adentro,
fico imensamente grata a todos amigos, e conhecidos,
Os meus momentos de larga leitura, revividos neste livro ...
Além do sofrimento da minha alma....!!!
Sinto-me uma mulher feliz, vivo com muitas recordações ..
que fazem parte do meu ser ....
Os filhos estão a caminhar nos trilhos correctos,e que foram educados...
Estou aqui para aprender,
Alguém lá no alto vela por nós...
A minha poesia é o reflexo da minha vida!!!
Recordo o meu amado marido ,educado nos actos,e nas palavras ,cumpridor amigo do seu amigo .companheiro, e um bom Pai.
Fazes-me tanta falta
(ao abrigo do código do direito de autor)
GRAÇA BICA.
A lua entrou pele meu quarto adentro
ofusco o meus olhos
(reservado ao direito de autor)
Graça Bica
Os dias da manhã ,
são corridos como as gotas
 de orvalho...!
(reservado ao direito do autor)
Graça Bica.