quinta-feira, 30 de abril de 2015

Os meus
Olhos respiram
todas as manhãs,
antes do sol raiar,
entre os abraços da neblina,
descobre um campo florido
de papoilas,
a muitos anos atrás,
colhia, para adornar o meu diário
os dias conversavam comigo
na ponta da caneta!
guardava tudo que escrevia,   
que se cruzava comigo,
nos bancos da escola,
os dias naquele tempo
desfaziam-se devagar
e as noites eram longas....
hoje, o tempo corre apressado!
há noite o sossego
invade  o meu silêncio,  
numa estante com outros
livros,
pego no meu diário,
e releio o tempo de menina    
são tantas as saudades,
que passei  naqueles anos!
e as pétalas da papoilas
adornam ainda,
as folhas do meu  diário.

Graça Bica     
Abril
Naquele fim de tarde,
os teus braços, doaram-se a mim,
foi, um abraço longo e demorado,
com palavras pronunciadas
de um bem te querer!
os nossos corpos
enamoravam de nós,
despediste-te...
com um olhar, que só nos os dois
compreendia-mos,
com beijos no sopro do vente,
com sorrisos nos lábios mordidos,

Foi, um acordar e procurar o teu corpo,
e não o encontrar,
foi, um tormento em lamento,
agonia sem respirar,
foi, a inquietação das horas a passar,
de lágrimas não contidas,
a hora do telefone tocar,
e o meu corpo paralisar...
e cair na pedra dura,
foram anos de dor e desenganos,
seguir por caminhos perdidos ...
hoje escrevo-te!
foi a rezão sem explicação...
da tua morte...

Graça Bica
 

terça-feira, 28 de abril de 2015

Na minha escrita

As dunas brancas,
que enchem de silêncio
a paisagem,
da outra parte de mim!
quem sabe um dia,
não escreverei um conto,
um poema, talvez um verso,
de tudo que pudesse ter acontecido
dentro de mim...
ouço as palavras gritando
o meu nome,
como se só eu fosse capaz,
de as libertar do silêncio,
onde estão presas,
e chamam por mim,
fazendo eco,
as palavras pavoneiam-se,
para me seduzir...
talvez seja melhor dizer,
quererem-me demais...
mas não me importa,
é o meu silêncio que escreve,
um livro com poemas,
da vida...

Graça Bica.
    

segunda-feira, 27 de abril de 2015

Queria ter por perto
um rio,
onde pudesse descansar 
ler os poemas que me escrevias,
as mãos cheias para mim!
eram tão sofridos e penosos,
que o meu peito escurecia,
de agonia, do teu sofrer...
não sabia que o teu gostar,
ultrapassava o que o meu peito
sentia,
as lágrimas juntavam-se as águas do rio
eram impotentes os meus olhos
para as prender,
era comovente o teu gostar,
todo o amor que me descrevias,
não podia conter tanta dor,
que mais eu poderia fazer,
se me comovia ao ler-te!
como era difícil amar assim?
em cada palavra, que soletrava
os meus olhos guardavam
no teu peito, só para mim...
amar assim é dor...
guardada nos teus poemas.

Graça Bica.       
No ultimo fim de tarde

Que desci há praia
levava nos meus olhos,
as lágrimas do teu roste,
sentia-me triste!
caminhei pela orla do mar,
as gaivotas faziam do areal a sua manta,
o grunhir era de atenção
ao que as rodeava,
serena sem pressas...
sem dar contas os meus pensamentos,
desfazia a areia macia do meu palmilhar,
caminhava desatenta a imensidão do mar,
as ondas beijaram, os meus pés,
descuidada, deixei que as ondas
me abraça-se... 
refrescaram os meus olhos,
avistei o  teu olhar esparramado no mar,
olhando-me, e sussurrando
declamavas-me o teu amor... 
o sol banhava-se na plenitude do mar,
regressei a casa sem as tuas lágrimas... 

Graça Bica
    


Ó meu amor
quero ver-me no teu olhar,
no romancear das tuas frases,
quando me falas de amor.

E me dizes, que te faço falta,
que adoras o meu sorriso, 
e vês o meu rosto enternecida
olhar para ti.

Gosto da tua maneira de ser,
pacato e reservado,
de olhar sereno,
falando pausadamente,

Olhamos-nos olhos, nos olhos,
encadeados de ternura,
paginados de pensamentos,
de amor que cresse em mim!

Graça Bica


Ontem
Esperei por ti!
no mesmo sitio
que anos atrás me encontras-te,
sentada num banco verde
de madeira,
com o meu diário deitado
no meu colo,
a desfolhar um malmequer,
cantando baixinho,
bem me quer, mal me quer,
as lembranças rondavam entre mim
e ti!
escrevi todo meu sentir,
e relia com muita emoção,
os anos foram viajando no tempo,
continuo na mesma caminhada,
saindo para o mesmo lugar,
fazendo tudo igual,
envelheci na  idade...
mas recordações, continuam bordando
o meu coração!
sempre que releio o diário,
sentada no mesmo banco,
já envelhecido, pelas chuvas
e calor dos verãos...

Graça Bica
  

domingo, 26 de abril de 2015

Todo o amor

Que depositei
no olhar atento desse dia,
as sombras debruçaram-se
no pátio da casa antiga,
onde as giestas traziam
o cheiro de Maio!
cuidadosa, escrevia uma carta
para ti!
relembrava todos os momentos,
para que pudesses ler,
o meu cuidado,
como entramos no nosso amor,
tão pausadamente,
eu sorria envergonhada,
com tudo que te escrevia...
relembrava em cada letra
o teu olhar,
atento, olhando para mim,
as vezes que confessámos,
as vontades do momento,
o cuidado como o afagamos,
tão nosso!
como as giestas florirão
em todos anos, no mês de Maio,
é como o cuidamos, o nosso amor!
para florir em todos os anos
da nossa vida!

Graça Bica

sábado, 25 de abril de 2015

Sou a sombra

Que caminha
ao teu lado,
doei os meus olhos ...
para não caíres,
seguimos lado a lado,
em todos os caminhos
que palmilhamos,
com tristeza e alegria,
o sorriso, no mesmo olhar
a felicidade do mesmo
peito,
o abraço, do mesmo
abraçar,
a sombra, do mesmo
corpo,
o beijo da mesma
boca.
Graça Bica.
Li no silencio
do teu olhar,

Que perdeste um amor,
eram longos, tão longos
os teus sonhos!
que o coração pulsava de dor  
de tão longos... 
derramavas no horizonte,
eram ternos, os teus sorrisos,
que deixavas transparecer, 
eras como o luar
que guarda a terra e o mar...
eras um sonho, e um abraço 
que esperava o meu corpo,
despido no teu olhar...
expandi o meu horizonte,
acalentei o teu amor
que floriu o meu jardim,
e o meu corpo,
ficou perfumado
com o cheiro de jasmim...

Graça Bica           
Esculpi
o teu corpo,

 Na turquesa do mar,
pintei-o de branco
cor de nuvem... 
com luvas rendilhadas,
despido,
o dia estava amanhecendo ,
e algumas estrelas,

cintilavam no universo,
perdidas do seu recolher,
dando luz as minhas mãos 

Pintei,  decalquei
um corpo despido,
todo meu...!
trabalhei,   
 a boca, corpo,
pormenorizadamente,

desenhei as mães,
como as queria sentir,
suaves, e aveludadas,

percorrendo o meu corpo,
despido... 
chamei o teu nome  
amor...
  
A saudade
anda comigo

Em todas as recordações
que eu sonho contigo,
do teu rosto a sorrir
entre murmúrios,
quando mexias os teus lábios,
para chamar por mim!
as saudades que eu sinto ,
são intermináveis...
como um vulcão,
que arde dentro de mim...
parei na vida!
nada mais faz sentido,
desliguei-me do mundo
que me rodeia, 
não via mais alegria para os meus olhos,
nem sede para continuar a viver,
zanguei-me contigo...
tanto te pedi para me levares,
caminho na sombra dos dias
que se fizeram meus...

Graça Bica.
  
A noite desce
sob o meu olhar

Estou cansada de mim,
o meu desassossego
não me deixa caminhar,
trago no rosto,
as lágrimas das primaveras,
que desfolharam em mim!
e a razão porque caminho sem ti!
foste o meu hino...
das alvoradas que passei a sorrir,
das noites que dormi deitada
no teu peito,
hoje não sei, que é feito de mim?
não me encontro?
perdi o sentido da vida,
e o meu peito soluça,
nas horas que estou acordada, 
o bater do meu coração
anda desgovernado,
não sei viver sem ti...

Graça Bica    
Numa noite,
mal dormida,
penso em ti.! 
no teimar do adormecer,
penso em ti.!
na rezão do momento,

penso em ti!
recordar os sentimentos,

penso em ti! 
dos sorrisos, alegres

penso em ti!
sem pronunciar palavras...

só nossos corpos entrelaçada
penso em ti! 
do sabor dos nossos beijos,  

penso em ti!
das zangas resolvidas,

no falar no momento,
do abraço da desculpa,
penso em ti!
no andarilho da vida

consumida de revolta
penso em ti!
de caminhar no tempo 

e ter-te ao meu lado
penso em ti!

 Graça Bica

quinta-feira, 23 de abril de 2015

O adormecer,

Trás as lágrimas,
adormecidas
no meu peito, 
doem a cada recordar
da tua silhueta...
definida, transborda de amor
sempre que segues,
os meus passos...
alcançando o tempo,
fizemos do nosso amor luz,
caindo em pingentes de saudade   
cobrindo o nosso corpos 
de nuvens dispersas
de cinzas,
acumuladas
solta no chão
junto da cama...
embarca nos sonhos
que chora, ainda,
pela despedida,
de um amor que corre
na distância,
e dorme, e acorda comigo,
no quarto onde as nuvens
do pó, repousam sem vida....

pela tua roupa

Graça Bica.
Não havia distancias
porque tudo
estava tão próximo,
lembro-me de promessas
que nunca cumpri......
lembro do mundo
que era só meu..
teu..
nosso.!
Graça Bica.

À direita

De quem entra no sonho,
a bruma puxa-me
para a sombra,
rápida de esperança,
convoca os meus versos,
enamorados e ternos,
da alegria de te ver.
queria apenas encontrar
um regato, onde os versos
cantem as palavras que te escrevo. 
 e nos encontraremos de mãos dadas,
os nossos olhos
reconhecerão o único lugar
onde sabem viver...
a saudade não é de ti, é
 para ti!
do ruído que fazem as tuas sandálias,
quando chegas junto de mim,
foi talvez por ti,
que a luz dos teus olhos
desfloraram as papoilas que cresceram,
no alto do sonho ,envergonhadas,
e se esconderam de mim,
foi talvez por ti,
que os meus lábios entreabriram,
trémulos de sonho e poesia,
e um novo poema me encontrou.
a pensar em ti,
é ter saudades dum futuro que eu inventei.
ainda não nos conhecia-mos,
mas já, escrevia poemas,
e tu os lias!

Graça Bica.
O cantar do sonho.

Os dias correm lentos,
os sonhos,
não se distanciam
de mim...
prendo-os na distância
para não ficar sozinha
no tempo,
o chirriar do rouxinol,
de manhãzinha,
e o cantar do cuco
a tardinha,
a vida fica pesarosa,
a soluçar ...
até o sol se deitar,
no manto do mar,
ouço o barulho das ondas,
a beijar areia...
as janelas do meu quarto
ficam abertas,
para os sonhos entrar,
sem pedir licença,
e os teus lábios beijam
a minha pele pela noite,
os sonhos despertam.
os sentidos arrebatadores
que se fizeram meus...
entre a distância, que nos separa,
e abraços que se unem..

Graça Bica

terça-feira, 21 de abril de 2015

A dor se
esvai,
a minha alma
pena!
da saudade do teu
abraço,
do beijo
fugidio,
tremido,
e arrependido.
alojado no meu
peito,
ainda por controlar,
da sede da tua
pele,
do abraço apertado,
do carinho que
permanece,
em todos
acordares...

Graça Bica.  
.

 Luar

 Vi o olhar cansado da lua,
não sorriu, para os meus olhos,
fiquei aguada na luz intensa,
do teu brilho,...
tantas noites conversámos...
no nosso olhar,
iluminavas o universo,
aguardava, a descida da noite,
para iluminar a minha alma,
eu, desenhava o teu feitiço,
com pingentes de luz caindo
sobre mim...
quando, te escondias numa nuvem,
o meu olhar para, no teu brilho.!
sorrio no nosso sorriso,

tu desces de mansinho
 beijas a minha janela
 iluminas o meu corpo

com um raio de luz...
Graça Bica..
Falo de ti.

Falo da escuridão ...
indomável,
em que o teu amor,
se esconde,
e as tuas palavras
se refugiam,
em rumores.. 
que se esvairão
pelo meu corpo,
seguem as sombras,
fantásticos, pelas
rosas que perdoaram nos sentidos,
eu falo de ti!
junto, a seve prometida
onde guarda-mos os nossos
segredos,
das nossas conversas,
continuo, a falar de ti,
a cada batimento que
respiro,
falo de ti
Amor.

Graça Bica
No meu quarto

Descobri o teus olhos,
no espelho que adorna
a parede do meu quarto,
todos os entardeceres,
o quarto fica embriagada 
sem  luz,
começo a descobrir o meu corpo,
sem pressas...   
deixo, descair a roupa,
em desalinho pelo chão 
solto o cabelo,
as minhas mãos,com gestos suaves
definem o meu corpo nu,
espalhando o óleo,
que tonifica a minha pele,
penso em ti!
pergunto a minha ilusão,
se o teu olhar gostaria
de me ver assim?
descontraída,        
mostrando os segredos
de um corpo de mulher... 
ousada, com gestos propositados,
imaginando,
o que os teus olhos,
pênsaria do meu...
amor.

Graça Bica

 
  

segunda-feira, 20 de abril de 2015

No amor

Não existem distâncias,
quando é construído
com bases solidas,
o meu amor por ti! 
nem um vendaval, desmoronava
o meu sentir,
a distância reforça os desejos
 de ouvir a tua voz...
é reconfortar a minha longitude
no tempo...
o sentir, é tão forte,
como estar sentada ao teu lado,
sentir o cheiro da tua pele,
e os beijos desejados,
os abraços reforçados e sentidos,
que o nosso amor construiu...
os desejos do teu corpo,
são os mesmos do meu...
a nossa cama, é a mesma
que recebe os nossos corpos,
que se entregam e ficam
num só calados...


 Graça Bica       
O meu eu"

Aproximo-me de ti!
num movimento gracioso,
enquanto me contemplas,
com o brilho, desse teu olhar,
que me atiça, 
num gesto suave e sensual, 
começo a beijar os teus pés,
mordendo cada dedo teu,
atirando-te um olhar provocador...
beijo após beijo,
percorro cada pedacinho
do teu corpo, que é meu!
então eu te direi...
quando por fim, te concentrares.
libertando espasmos,
e arrepios de prazer,
Amor...

Graça Bica.
Hoje
não quero falar do ontem!
quero, sentir-te na madrugada
falar de amor,
quero, falar-te ao ouvido, 
sentir-te junto de mim.
a distância seja apenas
a do nosso lençol...
quero morder-te a orelha,
agarra-te e puxar-te para mim,
quero, ser o teu ciúme,
agarrar o teu corpo, 
e guardar bem esta lembrança,
quero, sentir os corpos entrelaçados,
num abismo culminante,
beijar-te o pescoço...
agarrar-me ao teu dorso,
entranhando a minha boca,
o doce do teu beijo...

Graça Bica.   

domingo, 19 de abril de 2015

Naquele fim de tarde
acompanhaste-me!

Polindo as solas do teus sapatos
na calçada da rua,
calado feito sombra ao meu lado,
o sol ainda ia alto ,
mas o vento norte, soprava já atrevido,
despenteado os cabelos,
dançando com as minha sais...
junto a casa onde morava,
falaste, numa voz de replica divina,
para que o vento não compreendesse,
o que a tua boca dizia,
pregunta-te?
se me importunei, com o teu cuidado
ao meu lado?
a minha resposta foi cuidada,
envergonhada...
o meu coração respirou aflito,
senti que o teu também, 
deste-me a tua mão, estendi a minha!
senti uma brisa amena,
que roborizou o meu rosto,
e paralisou os nossos mãos
até ao dia seguinte...

Graça Bica.
Se eu conta-se

As nuvens passageiras,
que correm, sobre o meu olhar,
as vontades se fundem
no meu corpo, destapado,
antes do sol abraçar o mar,
os dias correm lentos,
tão lentos, que fustigam
o corpo com desejos...
correm ligeiros, com passo curto,
para eu, não ficar muito tempo só!
é  na pequenez que me entrego,
e medito, da nossa distância,
nos dias, em que estive ausente de ti?
as nuvens não descobriram,
senti-me tão só, sem ti !
desaprendi ,o gosto do beijo...
estendo os meus braços,
incontroláveis,
para te recolher em mim..
o desgastar da tua ausência,
sufocam a minha vida,
e me liberta uma ansia,
de te quer, ao meu lado...

Graça Bica.  
Cartas
 
 De dezenas de cartas
que eu, recebi  tuas!!
talvez, não compreendesse,
as frases simples, que me escreves-te!
ou eu, preferisse ler uma carta banal,
onde se escrevo amar,  gostar...   
escreveste-me tudo isso,
e muito mais, 
com uma simplicidade,  
que me irradia ,de júbilo 
e me comove, ao ler! 
as tuas frases singelas,  
e, com saudades tuas,
reli uma das cartas 
das muitas, que me escreveste,
talvez, a mais sentida,  
com palavras, verdadeiras
como te é, peculiar, nas frases que escreves...  
no desalinho do meu peito
absorvo com muita nitidez, 
 fico emocionada
com tudo que escreveste....    

Não me chames bonito,
que eu não me importo.
Diz-me que sou inteligente,  
que as minhas gargalhadas   
são contagiantes, para ti.. 
Diz-me que te faço sorrir,
que gostas de olhar, para os meus olhos! 
e decifras o quanto tu, para mim significas...
dizer que gostas de mim,
é o significado do meu olhar,
ao ver o teu!
é  tudo que eu preciso de ouvir ,
quando falamos...
tudo o resto, está na ternura
como te olho,
e agasalho nomeu peito...

Graça Bica.

   

Adormecem.

Entre os sonhos.
e a minha verdade,
há um espaço vazio
de ciúme, 
confundem os sonhos,
com o deleito, da realidade, 
confesso que sinto
uma parte de mim,
ausente!
uma tortura que desliza
pelo meu corpo,
com vontade de ti!
as noites ligam-se aos dias,
permaneço em ti,
nos sonhos que fantasio,
as palavras falam-se
com sabor a mel,
meigas, de desejo
do teu corpo,
sentindo as caricias que se fundem
no ciúme da noite
onde nos encontramos,
e falamos do nosso amor,
e os nossos corpos, afoitos de prazer,
adormecem, calam-se de cansados.

Graça Bica.         

sexta-feira, 17 de abril de 2015

Natal
O frio era tanto, nem o aconchego
do lume aquecia o coração da menina
tudo que a rodeava...
nesta data, nada a impedia
de pensar nas outras meninas, 
antes de pensar em si... 
desfolhou o sol do entardecer,
ás lágrimas corriam nos seus olhos,

enquanto observava os preparativos do Natal
a arvore cintilava com luzes, de varias cores,
 era uma menina de tranças caídas,
sobre os ombros,

 alegre, que saltava nas  brincadeira,
 na a noite de Natal, descia ao seu olhar,

uma tristeza de dor, de pensar nas outras crianças...    
no fim da Seia, eram distribuídos

todos os presentes,  dos que eram para ela,
disponha em seu redor...
ponha o seu nome, num por um,  
levava-os para o quarto com o coração
triste, um olhar profundo de quem esta atenta,  

enxuga os olhos na roupa farta
que a cobre  o seu corpo,
de manhã vai até ao adro da igreja, 
distribuir aos seus amigos, os presentes
que tinha recebido na noite de Natal,
feliz sorria, espalhava por todos eles, beijos e abraços...
assim, foram muitos Natais...

Graça Bica.

quinta-feira, 16 de abril de 2015

Não te vejo.
nem te oiço,

Canta com tuas palavras,
tão peculiares, que eu decifro,
era o código do nossos abraços, 
dos nossos beijos, mordidos,. sagazes.. 
chama por mim...
com  amor!
ando perdida da vida,
a tantos anos, sem te encontrar,
vagueio nos pensamentos...
que invento, dando outro começo...  
porque insisto, em te procurar, 
queria mandar os beijos que prometi,
nem abraços, eu consigo mandar.!
és a chama que me queima, no peito
só me procuras nas noites de lua cheia,
a mim, não me é permitido enxergar,  
procuro nas outras luas, o teu  corpo,
revejo-te cansado, de me chamares!
mas não te oiço amor,
mas guardo-te no peito

Graça Bica
As manhãs.
são mais puras,

Que uma gota de orvalho,
evaporam-se, como as lágrimas,
dos meus poemas,
que transcrevo, no meu libro!
sob" uma química incontrolável
da minha vida...
onde me doou,
para todos me lerem,
escrever faz parte de mim,
falar de amor,
da revoltas contidas,
mas não abafada, o silêncio,
 comanda a minha caminhada.
faze parte de tudo...
que eu sou.!
da vida, dos sonhos,
 dos projetos ilusórios,
da minha mente ,
 degusto o meu desejo, em cada frase
que construo,
em cada sombra, que controla
 no meu peito, sedento,
em cada lágrima, que rola de saudade..
continuo a escrever...


Graça Bica.


Sou alegria
de mão com a vida.

Sou peregrina no tempo,
acompanhante da vida,
já foi sol!
noite, e rainha...
sou  vida,
sou mulher frágil,
sou mãe presente,
sou avó ausente,
sou  saudade no meu olhar,
trago, uma alegria serena, 
sou amiga leal,
honesta comigo mesma,
caminho na minha jornada, 
sou líder, nos meus pensamentos,
queria ser amante,
ver a vida a sorrir,
cantar pelos caminhos,
ser amada ao anoitecer,
para  ao acordar ser o júbilo,
da minhas fantasias ....

Graça Bica. 

quarta-feira, 15 de abril de 2015

Ernesto Cortazar - The best selection


Adormeço cedo,
A noite está por
chegar,

 O meu corpo cansado
pede-me repouso,
o esconder da noite
liberta-me...
para eu recordar,

todos os sonhos, que transportei 
 em folhas de papel, amarelecidas
 pelo tempo, cor de marfim,

as alegrias e as tristezas
bailam na sinfonia do piano,

onde me elevo na alegria 
e meus lábios sorriem, da minha ilusão,
que embala até a chegada,
do novo amanhecer...
o som do piano adormece nas teclas...
Graça Bica.

Tão louco é o ciúme
como o ciúme,
tem de quem ama...!

  
Estou enamorada do ciúme
e do ar que respira,  
do olhar dos namorados,
ao velos de dedos entrelaçados,
das confidencias dos olhares
na mesa de um café.
dos beijos de amor que trocam!
sem se, sentirem observados,
sentem os ciúmes, dos seus olhares,
dos sentimentos, até do pensamento!
os ciúmes é responsável,
das noites de insónia,
do bater acelerado do coração, 
o ciúme é traiçoeiro, vem de mansinho
agasalha-se no peito,
paralisando o pensamento,
do coração de quem ama,
sem os seus olhos verem,
todo o amor tem ciúme
mesmo o da complexidade,
ciúmes, todos nós, temos um pouco,
amor, sem um pouco ciúmes,
é bater numa porta
e nunca se abrir....

Graça Bica.

     
Preciso tanto que leias

O meu pensamento,
ando com tantas saudades tuas
as noites são um tormento para mim
ao acordar sinto um lamento de dor
que agoniza no meu peito doente 
quando me deito a almofada adorna
o meu pensamento
 e os meus olhos fecham-se 
para ouvir a tua voz ...
falando palavras tão nossas
consumidas de prazer
as palavras ditas são descritas
falas-me tanto amor fales dos teus desejos
que também são os meus ,
no meu consciente sinto a tua mão,
a deslizar por todo o meu corpo
como um jubilo de prazer, tão nosso
as tuas caricias chegam na minha fantasia
de te quer tanto. 
ao acordar nunca estás ao meu lado
tornou-se o nosso amor, num sonho fantasiado

Graça Bica

terça-feira, 14 de abril de 2015

Carta tardam-te


Escrevo ao meu amor,
deixando descobrir
os caminhos, que eu passo, 
acedem-se as ruas caladas,
sempre que ouvem, o sapatear
dos meus passos...
os habitantes do inverno,
veem abrir as portas da noite,
onde aguardo por ti!
na janela, o vento a chuva
não consegue silenciar,
as vozes, que lá dentro contam histórias,
e deixam imagens, vassás pelos anos...
sentada num cadeirão,
onde o veludo se mistura,
com o cheiro forte de bolor,
como sempre, aguardo por ti!
nunca te deixei só!
no olhar mortiço, dos teus olhos, alongados...
tinhas a tristeza, espontânea no teu rosto,
os beijos que me davas, eram a minha alegria,
eu continuo, a fazer a peregrinação,
todos os fins de tarde,
antes que as candeias acendam as manhãs...
os meus pés, não possam caminhar
com sapatos desfeitos...

Continuarei mais tarde a escrever,
despeço-me da chuva de inverno....
Graça Bica.
 
Fado dedilhado

Cada lagrima que rola
dos meus olhos,
são tristezas,
do meu fado a chorar,
choram no dedilhar
da guitarra,
onde canta a saudade,
embrulhada com a tristeza,
as quadras soluçam,
a voz doí, no puxar da garganta,
quando traço o meu xaile.
decaído, nos ombros... 
a guitarra saluça,
a minha voz entoa,
as minhas lágrimas
desprende-se, dos meus olhos,
o meu coração grita,
amar assim, não há igual....
como o meu?
nos poemas que escrevo,
da saudade do fado,
as palmas entoam.
face silencio, ao fado,
 és tu, a quem eu. Amo...

Graça Bica.

  


Acordei dum sonho 
não acabado...
 
Era de um afoito,
tão, desmedido,
que acordou o meu  sonho,
tinha, percorrido o teu corpo!
com beijos fugazes, e quentes,
foste meu!
nessa noite!
abrasiva de loucuras,
desmedidas,
embriagados, amei-te tanto!  
dissemos palavras loucas,
nunca pensadas,
faladas do um vicio, fugaz...
os nossos corpos colados,   
transpiravam de prazer...
tão loucos, e realizados,
das nossas vontades, e as nossas bocas
soltavam o mesmo gemido...
a noite tornou-se longo, cansada, 
do serpentear dos corpos,
entregue ao acordar, do sonho,
 que pertenceu a nós os dois...
fomos amantes da noite...

Graça Bica.   
Preciso da calma
como me olhas,

Inquieto de desejo
quando olhas para mim!
escondo-me em ti, 
aconchego-me serena
no remansear, do teu olhar... 
quando vi o teu olhar
pela primeira vez,   
ainda sem nos conhecermos,
senti um impulso,
como já, nós tivéssemos
encontrado,
duas almas noutra vida,
tu e eu unidos!
foi tão intenso o nosso amor...
de, eternos anos...
quando me olhas-te, o meu olhar,
esperava pelo teu...

Graça Bica
   

segunda-feira, 13 de abril de 2015

Queria ser o teu campo,
de milho doirado.

Estender o meu lençol de linho,
para resguardar o teu corpo,
deitado banhado pelo sol...
queria descobrir,
tudo, que há em ti! 
percorrer o teu corpo desnudo,
com as minhas mãos,
decalcando com gestos
pausados, de caricias,
beijar-te...
com os meus lábios trémulos,
e húmidos de gozo,
percorrer e saborear a tua pele
cor de canela,
ficar com o teu cheiro em mim...
fazendo de ti,
o meu porto de abrigo...
adormecer nos teus braços
cansados de nós...
das juras feitas no auge,
da nossa entrega,
em que os nossos corpos,
se fundiram num só!
ficando entrelaçados de prazer,
resguardados com o lençol de linho
confidente, do nosso amor...

 Graça Bica.
Preciso de ouvir
da tua boca.


Ao meu ouvido, 
palavras loucas,
sussurradas de prazer,
enlouquecendo, o meu corpo
de mulher...
feita uma adolescente, 
com vontade de amar
és o meu desejo mudo,
que guardo em mim,
das noites mal dormidas,
quando o meu sono és tu! 
preciso que me acarinhes,
transbordes o teu amor
enlouquecido de paixão,
seja eu?
a levada do teu rio,
onde se juntem os nossos corpos
náufragos!
desaguando na margem,
cansados, ainda enlouquecidos,
de prazer...
eu sonho contigo

Graça Bica.
 
Preciso de te falar.
pedir-te um abraço
apetecido...
delinear o teu corpo nu,
com beijos enlouquecidos
de vontades...

Sou mulher!
feita de silêncios,
de sentimentos por descobrir,
paixões por decifrar,
queria ser ousada, talvez atrevida,
poder falar, dás vontades
que o meu peito esconde...
e o meu corpo pede!!!
descobrir o manto
que me inibe de falar...
de todos os meus sonhos,
e desejos, embriagados,  
 de paixões do eu  sou...


Graça Bica.

domingo, 12 de abril de 2015


As promessas

Partilhadas
que almejamos,
nas nossa vidas,
ainda separadas...
o nosso olhar entende!
o que o peito, quer soluçar,
são as palavras bordadas
do nosso amor...
por nossas bocas
ainda, silenciadas...
o nosso olhar é extensão
da nossa premiação,
apadrinhado o amor
das nossas palavras,
comungadas por nós dois,
tinha tanto, para te dizer!
quando não estas ao meu lado!

Graça Bica


Caminhei

Sozinha num tempo!
que não era o meu,
percorri tempestades,
embalada no vente,
semeei amor...
colhi vendavais,
espalhei sorrisos,
devolveram-me lágrimas,
este mundo,
não era o meu!
sou caminhante, desajustada 
neste tempo...
os meus olhos
adormeceram,
encontrei, o meu caminho,  
jorrando de luz, 
entrei no meu tempo....

 Graça Bica.  
 

sábado, 11 de abril de 2015

Falas do tempo.
Eu quero fazer..

E poder fazer contigo,
o que faz um beija for,
tenho nos teus olhos,
um arco ires, de várias cores...
não quero, perder-me de ti !
quero que me obrigues
a sentir a tua falta,
quero dar-te as caricias
que eu desejo,
quero ter-te no tempo
sempre ao teu lado,
beijar-te com o beija flore
beija os seus amores,
tenho tanto amor,
dentro de mim...
preciso de regressar
ao teu lado,
o meu coração falo,
 só de ti...

Graça Bica
Os teus olhos, nos meus.

Procurei os teus olhos
para falar de mim,
tinhas um olhar misterioso
que eu queria desvendar...
encobri-me no tempo,
 que prevalecia entre nós
eu, suspirava, na nossa distancia,
mas o teu rosto!
resguardava-o em mim...
até te imaginava
lento, caminhando por alguém
que estava perdida em ti...  
um sonho lindo...
enlouquecia, os meus sentidos,
falávamos pelo olhar
entendíamos...
nós nossos sorrisos
e nós aproximamos tanto,
que os nossos segredos
segredaram as nossas vontades
acalentadas por nós dois....

Graça Bica.