quarta-feira, 15 de junho de 2016

Abril.
Foi a tua partida, com ela levas-te tudo ,deixas-te um rasto de destruição, de insegurança,de medos, de tudo e todos!
Um luto sem precedentes,uma casa dada ao abandono,ficamos mutilados de todos os membros...
Nunca aceitei a tua partida, estavas nós melhores anos da tua, vida com projectos ...
Recordo as horas das refeições da noite, quando havia mais tempo para saborear as conversas. desligava a televisão e ponhas musica clássica...!!! Falavas que antes de morrer..
Em tão brincadeira, ou quando formos velhinhos partiremos, no mesmo dia, de mão dada,por vezes sorria, achava uma saída agradável..
.
Falávamos muito de tudo com o nosso filho ,porque a nossa filha estava a tirar o curso de germânicas , só vinha ao fim de semana ...
Alguns amigos dos meus filhos,gostavam de estar lá em casa,
riam e sentiam-se bem, achavam que era um ambiente de paz alegria...
Talvez, nas proximidades do Natal uma conversa saiu espontaneamente ...
Eu andava adoentada, tinha feito uma cirurgia e estava em restabelecimento, já vinha fazer as refeição a sala!
O meu marido numa voz doce . virando-se para o filho disse-lhe,
um dia quando eu ,morrer, não deixes a Mamã vestir de preto, quero a Mamã vestida de branco,
é paz,e luz
Uma lágrima rolou pelo meu rosto.do filho, interrogou o Pai?
Não gosto Papa que fales assim ...!!!
O meu marido fez de conta que não ouviu e disse, quando morrer quero ficar nesta vila, ser sepultado junto do rio ,
respondi em tom irónico ,mas vais levar a cana de pesca...?
era um dos ó vis dele !
Respondei, ainda tenho metas para cumprir .....
O Jorge já segue em frente,é um Homem, honrando e cumpridor das suas palavras já o tinha demonstrado varias vezes.
A tua Irmã com o curso feito, ira seguir a vida dela.
Eu, ia para a fabrica, e ajudava na contabilidade ,
embora ouve-sem funcionários eficazes no escritório ..
gostava do intercâmbio com os clientes, de norte a sul do Pais, ...
Sentia.me útil e feliz..
Alem isso, para colmatar os tempos livres, tinha uma loja
bastante moderna, com roupa de marca ,,e muitos assessórios,era uma loja vanguardista, com as ideias do meu filho,que ia muitas vezes a Londres ,
Trazia, novidades,por cá não existiam, vernizes de varias cores "pircingues" tatuagens, pulseira metálicas discos, dos conjuntos mais ins de Londres etc
Adornos para Senhoras, e jovens , além de roupas um pouco extravagantes, e diversas marcas de sapatos- A nossa vila era pequena como tinha mar e rio muita gente de cidades próximas, tinham casa de ferias
juntavam-se centenas de pessoas aos fins de semana, as compras dos jovens e mães faziam na minha loja.
Eu tinha tanto orgulho,era tudo diferente, até a funcionaria...
Tinha a cara da loja ...
Era uma menina bonita, usava,adornos extravagantes ...
Eu tinha tudo,era uma mulher realizada, e muito feliz...
acarinhada pelo marido e pelos filhos ...
O meu marido era um Homem contagiante ,tinha uma alma grande,alegre companheiro bem disposto, era respeitado por todos naquela vila!
Eu nunca soube compreender dor ,
nunca consegui ser feliz, como era dantes , houve uma barreira que me prendeu, ,metade de mim ao passado!,
Um muro de pedra enorme, desmoronou aos nossos pés!
Como gosto de pesquisar vários assuntos no google .
um deles chamou a minha atenção,
uma escritora Irlandesa , Lorna Byrne, com uma tiragem de 200.000 mil exemplares ,em 6 edições,
ainda escrevia cronicas semanais para um prestigiado jornal da cidade ..
titulo do livro,----------- "A morte bem anunciada com luz "....
Encomendei o livro quando chegou comecei absorver cada palavra, e notar muitas coincidências,
Um ser humano começa a marcar as etapas da vida
sem se aperceber,
a gostar de coisas, que dantes, não lhe diziam nada.
com o decorrer dos meses, programava a vida pausadamente
a dar atenção ,as coisas mais pequenas, nem super-fulas ,
ser tolerante com coisas insignificantes, dizia-nos.não vos chateiem, não gastem o tempo
com nada que posso mudar .....
Revi-me, em diversos parágrafos,estremecia ,chorava .. até que eu,própria me interroguei ?
Meus Deus a Sepultura...!
O meu Marido queria ser sepultado o mais próximo do rio ...
Não era possível, o cemitério estava completo
só haviam terrenos livres junto a entrada do portão .
Perto do rio haviam umas sebes com os anos,alargaram.
Quando o meu filho foi falar com Sr. Monsenhor e lhe contou a vontade do Pai,.
O Monsenhor deu-lhe um enorme abraço reconfortando-o e disse-lhe....
Que a câmara tinha cortado as sebes a semana.passada,
prontificou-se ajudar o meu filho nos actos que viriam a decorrer,
O jazigo ficou mais próximo do rio ,
era sem duvida a vontade que tinha manifestado..
Sinto-me iluminada com tantos factos passados,
as centenas de pessoas que mostraram a sua solidariedade,
Aos amigos que entravam pela porta adentro,
fico imensamente grata a todos amigos, e conhecidos,
Os meus momentos de larga leitura, revividos neste livro ...
Além do sofrimento da minha alma....!!!
Sinto-me uma mulher feliz, vivo com muitas recordações ..
que fazem parte do meu ser ....
Os filhos estão a caminhar nos trilhos correctos,e que foram educados...
Estou aqui para aprender,
Alguém lá no alto vela por nós...
A minha poesia é o reflexo da minha vida!!!
Recordo o meu amado marido ,educado nos actos,e nas palavras ,cumpridor amigo do seu amigo .companheiro, e um bom Pai.
Fazes-me tanta falta
(ao abrigo do código do direito de autor)
GRAÇA BICA.
Quando voltei do colégio.
estavam sentados na mesa,
era domingo, os tios e primos,vieram almoçar em casa.
A minha mãe estava inquieta,
não haviam telemóveis,
Como hoje, para se avisar dum atraso inesperado.
As cancelas do comboio estavam fechadas.
perdemos algum tempo,o tempo suficiente para a minha Mãe
estar alvoraçada.
Em casa as horas eram sagradas, para minha mãe!
Horário britânico,saudou-me com estranha alegria
forçada ,mas era visível, senti-me magoada,
pestanejei . para as lágrimas não rolar pelo rosto..
Na mesa tudo falava até a minha mãe, tentando esconder
o meu atraso,
observava-me atentamente, comi em silêncio.
Remexi a comida no prato,retalhando até ter a certeza
que a minha mãe não estava olhar para mm...
A Maria observa de lado, depois de todos comer,
foi, o meu prato a ser levantado.
servir-se café ,chá, e bolo.
As horas iam passando a Maria abordou-se de mim ,
pedi licença, e seguia ao meu quarto .
mostrou-me o bolo de laranja ,que tinha feito para levar,
e algumas variedades de fruta!
Chorei abraçada ao pescoço da Maria, pensava que só ela,
me compreendia.
Aproximava-se a hora de voltar ao colégio.
Bateram a porto era o SR,Costa, que me vinha buscar...
as horas marcadas, para entrar antes das 6 h
Era sempre o meu receio,de atravessar a linha do comboio
Minha Mãe abraçou-me e segregou ao meu ouvido
desculpa minha filha
És a minha menina !!!
Compreendo-te "Maizinha"
ao abrigo do código do direito de autor)
Graça Bica.
Este poema foi da colectaria
dos Poeta Poveiros.
Em livro ... As cores do mar!
Mar traiçoeiro 
Mar, calmo de águas salgadas,
horizontes indefinidos
em busca da liberdade,
dos segredos dos marinheiros
das marés traiçoeiras,
Das descoberta
de homens arrojados.
de peito valente usurpando
as tempestades.
enriquecendo a nossa Bandeira
de conquistas e, morte choradas
Mar calmo de ondas ousadas.
salpicos de fúria
com os barcos dançando
com frutos do mar.
para alimentar bocas famintas
enriquecendo o nosso Pais
Pescadores povo sofrido,
trazem na alma a tempestade,
o frio da noite
um sorriso e um
beijo molhado...
(ao abrigo do código do direito de autor)
.
Graça Bica
Foto de Poesia da alma.


A um cantinho no
meu corpo,
que zela por mim,
da-me vida para viver,
o dom de perdurar 
alimentasse comigo,
É um espaço com
dimensão angulosas,
onde existem
cavernas.
Aonde os suspiros
são guardados, e o
amor guardado.
É tão pequeno,que
guarda tantas palavras,
por vezes inibe-me
de as dizer...
Fala baixinho comigo.
com subtileza,e amor.
Os erros pode perdoar.
as atitudes podem
ser repensadas,
certas palavras podem
jamais,
ser esquecidas.
Dentro do coração....
(ao abrigo do código do direito de autor)
Graça bica

Caminho por montes agrestes,
o silêncio toca em mim,
os meus lábios abrem-se de
devagarinho,
acompanho a sinistra melodia, 
as estrelas guiam o caminho
os braços longos da noite.,
pernoitam, nas asas dos corvos...
Caminho incessantemente
a procura, da chama dos teus olhos!

Caminho per incertos instantes
procuro...e procuro...
Um relógio que deixas-te parado no tempo.

Sou ausência vestida de negro,
na torrente dos sonhos,
havidos,e confusos, da noite agreste.!
Quero encontrar o relógio, para mudar
vida.
Os meus dias continuam...
No mesmo barco perdido e sem leme.
corroído a tanto tempo, parado na solidão.

(ao abrigo do código do direito de autor)

Graça Bica
Poema da colectania ,
a faina do mar
As cores do mar
em livro.
A faina do pescador
O sol desceu sob o mar
a água cor de turquesa
beija o extenso areal
as gaivotas grunhem famintas
picando nas algas molhadas
pondo a descoberto as conchas
e beijinhos de amor ...
O vento norte sopra enfurecido.
os pescadores aguardam a acalmaria
para pescar...
o abraço entrelaçou na tarde
acalentou os pescadores para a faina,
enquanto os filhos,
brincam na orla do mar
as mulheres com seu lamurio
lançam as preces ao céu
para acalmar o mar...
Avistam os seus homens
os barcos baloiçam cheios de pesca
os risos dos filhos
as mulheres de mãos erguidas
agradecem as preces ouvidas
à Virgem dos navegantes,
do seu regresso ao lar
assim é a vida no mar !
(ao abrigo do código do direito de auto
Graça Bica
.


De noite o rio chora,
corre
veloz mente da nascente
até a foz.
Leva queixumes de amor,
que vão cantando de pedra,
em salpicos suspirados.
.
O limpa rios aso-via baixinho,
trauteando as promessas
dos amores..
Segue o seu trilho veloz,
a noite a lamentos
choro, de amores desfeitos,
amores jurados hoje
separados !
Tantas juras se louvaram,
tantos amores se entregaram,
tanto amor confessado
num só corpo unido,
nas margens do rio!

O rio sofre,na sua
correnteza.
até desfalecer
na foz...
(ao abrigo do código do direito de auto)
Graça Bica.
Foi um ano de dor, e
de amor,
foi um ano de
fúria e lamuria, foi
um ano com menos 
cor,
com mais negrume, com
mais azedume,
foi
um ano que eu
não queria,
mas daria
tudo para reverter, mais
um ano que passei
sem ti!!!
foi um ano de
bater no peito de
tristeza, e
nostalgia de
estar sozinha, de
pensar nos outros, de
todos que fizeram
parte de
mim, de ti... para o
ano será
igual...( reservado ao direto de autor)
Graça
O grito foi tão abafado,
que só,
pelo silêncio contrastando
percebi, 
que não havia gritado,
O grito fica batendo dentro
do peito.
Caminhei no alvorecer,
até ao entardecer,
com o grito silenciado,
dentro de mim,
os dias ganharam
raízes,
e o grito, fica abafado ,para não
ser gritado
.
O peito dorido com
o gemido
abafado, silenciado contrastado,
A lágrima correu na palidez
do rosto,
grito abafado silenciou...
(ao abrigo do código do direito de auto)
Graça Bica


Hoje só as lágrimas
falam,
sem quê,nem porquê!
Nem as consigo calar.
Serro os meus olhos, 
tranco a minha alma.

Já nem limpo o rosto
nem me defendo
nem fujo.
Sinto a solidão a comandar
um vazio dentro mim...
Não lutarei vou
Deixo-me ir
sem questionar-me!

Nem quero decifrar
o sentido que a vida me impôs.
nem tempo, nem os projectos,
inacabados,
consigo pensar!
Estou ocupada comigo!
(ao abrigo do código do direito de autor)
Graça Bica
Nunca tinha visto uns olhos assim,
tão meigos ,tão doces olharem
para mim,
Tão transparentes,e cristalinos.

Acompanhou-me aquele homem
 pelo passeio, e continuo,
ao som das palavras,
da respiração e dos cheiros,

olhava-me cor o olhar doce
e cheiros ...
Assim continuamos nem um fala
só o silencio nós acompanhava ,
Ao som do silencio e
dos sorrisos


Graça Bica