terça-feira, 31 de março de 2015

Delírio

Estava vestida de nu,
o teu corpo junto do meu,
as tuas mãos, ainda mexendo
nas minhas coxas,
desnudas,
estava cansada, da noite louca
que vestimos,
 acalentados do mesmo desejo,
e o mesmo fervor...
entrelacei, as minhas pernas nas tuas,
as tuas mãos, abraçaram o meu corpo
acariciado, sem medida,
nem vergonha, nem preconceitos,
amamos-nos nas mesmas vontades,
do mesmo febril de desejo,
fui tua !
tu foste meu! 
sentimos no prelúdio
das nossas conversas,
todo o conforto, do prazer,
na noite...

Graça Bica
Olhar pedido,                       Escrito 1.971

Quando olho o mar,
quieto, largo sem fim...  
recordo, a minha meninice,
criança sozinha e triste,
triste, é uma forma de escrever,
privada do amor de pai,
interroguei-me tantas vezes,
o porque da tua partida!
das minhas amigas, terem,
eu não ter, a quem chamar Pai!
  
mais tarde compreendi,
nos sonhos, vinhas ter comigo...
eras, o meu melhor amigo
companheiro leal,
da escola, das brincadeiras...
de estares sempre ao meu lado...
no meu despertar, eras a saudade,
a rezão das minhas lágrimas,
do olhar triste, de menina,
dos meus sonhos acordados,
da vontade de te chamar Pai...

Graça Bica 
Choram

Os meus olhos choram,
ao anoitecer,
não quero, recordações do passado...
nem quero, pensar em ti...
mas,ainda és presente...!
que decalca, o meu caminhar, 
nos passeios a beira mar ,
pedíamos a lua,
para esconder, os nossos corpos,
da intimidade, dos nossos beijos,
numa oração comungada,
no lamurio, dos meus dias,
do meu rosto, descuidado,
 os meus olhos cansados ,
de chorar por ti...
ainda não respiro, sem o teu pulmão,
queria caminhar no tempo,
escondida, nos teus olhos,
para os meus, não chorar,
em todos os anoitecer

Graça Bica.

Isabel Pantoja Sus Mejores Éxitos


Estação

O relógio da estação
deu as horas,
o comboio chegou!
na hora esperada,
há meses, que eu não te via?
mas, recordava o teu olhar,
reservado, e sensual,  
quando olhava para ti, envergonhada,
o teu olhar perturbava
o meu, não sabia se te perturbaria,
também?
era menina, de meias brancas, uniforme colegial,
tu, eras homem!
na semana era o colégio,
ao fim de semana, era a tua chegada,
sempre que me era possível,
te ia esperar,
construía uma mentira,
uma desculpa, mal dada,
uma ida a casa de uma amiga,
para estar na estação,
a hora, da tua chegada,
de olhar fugidio, envergonhada,
sorrateiramente, olhava para ti!
sorrias de matreiro, eu tremia,
era, o amor a despertar,
sorrias para mim,
uma lágrima rolou, 
a tua mão, limpou o meu rosto,
o beijo na face aconteceu
e continuamos de mão dada,
a caminhar...
 
Graça Bica
Flores

Estes passos esgotados,
este rosto disfarçado,
este peito corroído, ...
este corpo sufocado,
eram, as flores do meu ventre.

O jardim da minha alma,
espadas de silêncio,
quebram a quietude,
da minha solidão
sozinha sustento.

A imagem doutrora,
com um corpo delineado,
apele rejuvenescida,
meu peito fazendo furor,
ao tempo.

Amor vai soluçando,
na prece comovida,
desta saudade que ficou,
e, uma lágrima correu
na face despida.

Graça Bica
Amor

Quero sentir-te,
nas lágrimas que choro,
sem poder, 
no coração que dói,
e que não sinto,
no peito, da dor,
nas conchas do mar,

nos jardins sem flores,
e, nas vontades do desejo,
que não tenho!
quero sentir-te..
no piano que toca,
na meiguice que faço,
na ponta dos dedos!
no corpo que tens,
sem o saberes,
no lago profunde,
do amor da minha paixão,
quero sentir-te...
ao longo dos dias,
das manhãs, por acordar.

Graça Bica

segunda-feira, 30 de março de 2015

Vulcão de prazer            Já lançado em libro

 Corpo
No sonho do tempo,
da minha ousadia,
de desejos possuídos,

estive encalhada,
nas praias eróticas,
onde o mar ejacula,
inquieto, viril de delírio,
o meu corpo seduzido,
a seiva fresca,
os lábios no teu peito.
e tudo começa...
sentindo...
vulcão de prazer,
no meio à doce dor,
sinto o teu olhar,
extasiante de loucura,
o corpo febril de amor,
de gozo libertado,
com os olhos cansados ,
de tanto chorar
e tanto sorrir...
apaixonados
a fonte de amar...

Graça Bica.
Meu Amor

Tocas-te no meu sonho,
descobriste, uma mulher frágil,
que encobre, o jardim do teu templo ...
onde passeias e lés,

nas folhas vermelhas,
que despem as árvores,
o banco do jardim está vazio,
o cheiro, das folhas secas, 
trazem o caminhar,
vagaroso, sem dar contas as horas,
com, o olhar parado,
na folha de um  livro,
de vez em quando, bocejas ,
olhas em teu redor,
limpas os óculos,
continuas, a devorar as frases,
escritas,nas folhas cor macilento,
conta a história, de uma mulher, ´
que caminhava, na penumbra, sem rosto,
num povoado, sem nome,
que adormeceu...

Graça Bica.
Amanhecer

Não sei como segurar,
o sonho da manhã !
escrevi,
nas folhas de papel,
fiz, confidências no teu ouvido,
proclamei um amor proibido,
deitei-o  no quarto a dizer mar,
gravei, na cama a saudade,
o amor, dos sentidos,
escorria no corpo, à liberdade,
com cheiro de rosas, a desabrochar,
abracei a noite, desci com ela, 
uma brisa serrana, feriu alma,
os ventos, do mistério,
estavam entre nós!
deixei partir...
ficaram, os teus olhos desenhados,
no travesseiro da cama,
as lágrimas correram, no lençol...
 
Graça Bica
Deitei-me no sonho
do teu amanhecer.
Cansada,
não encontrei os teus olhos, ...
que adoçavam os meus dias.
já não caminhas na minha
direção,
não pactuas na minha vivência,
desde à noite em que lua te
recolheu.
Fiquei ajoelhada, na capela
rezando
em soluços comovidos,
de uma distância, em que
fomos separados,
da brutalidade desmedida.
No meu coração estás unido
no mesmo respirar,
amargurado na dor,
da nossa vida, tao tão
sentida
que foi...a grandeza do nosso
amor...
Acreditei no amor

Na esperança,
no soletrar das palavras,
conjugadas com o verbo amar ...
fazendo de mim mulher,
chegando, com uma brisa
fria..
congelando a minha alma,
das sombras, que vejo, no teu
rosto,
não desistas!
na minha desistência ,
digo palavras sem nexo...
olhamos-mos, com a ternura
dos sentidos ,
e caminhamos, lado a lado,
de mãos dadas,
pela praia deserta onde temos
permissão
de caminhar...
Graça Bica.
Queria encontrar um rio
de agua cristalina,
com risos rasgados,
de primavera,
vindos, da serra,
galgando
pequenos penedos
de alegria,
e nos encontraríamos
de braços abertos, 
e os  nossos olhos,
se reconheciam, 
o nosso hálito
se envergonhava.
dos beijos perdidos,
na água que bebíamos 
fico sentada na margem
do rio à tua espera...

Graça Bica...
  
Das pétalas de luz,
dos teus olhos.
talvez por ti!
que as orquídeas, se escondem
entre as eras, que cobrem,
 o muro da casa ,
entram, pela janela adentro,
envergonhadas,
escondem-se de mim.
foi por ti,
que os lábios se entreabriram,
medrosos, e trémulos,
do um poema que redigi,
a pensar em ti,
por vezes, a mão desliza,
escreve, segredos guardado,
saudades, dum futuro,
que eu inventei,
nos sonhos paralisados,
queria tanto, que acontecessem,
ainda a nossa distância,
é um rio a correr,
longe da foz...

Graça Bica

domingo, 29 de março de 2015

Campo

Queria desbravar,
um campo, de espigas
maduras,
queria, ser a foice
que corta as canas
rentes,
queria, encobrir o sol,
para ele, não te queimar,
queria, ser o vento, 
para o teu corpo
refrescar,
queria, o teu corpo, 
descoberto,
para  eu te abraçar...
queria. ser madrigal
para sentir,
o teu caminhar, 
queria, ser um rio
para o teu corpo
banhar!
queria ser a tua
vida ....  
Vendaval

As nuvens correm,
pela montanha 
deixando, uma brisa agreste,
de infortúnio,
despojo-me das lembranças,
deixadas no esquecimento
da tristeza,
correm nas distâncias,
que perdi a conta...
não tenho ninguém, a minha espera, 
o.vento serrano, desbastou tudo,
que restava da minha vida,
nem uma lágrima corre,
saída da alma,
o tempo esta frio....
o  grita  abafado, ecoa na montanha, 
não corro no meu trilho,
um pedregulho desce a encosta,
enquanto o tempo amaina,
eu morro de frio...

Graça Bica 
Lua

Vi o olhar cansado da lua,
não sorriu,
para os meus olhos,
fiquei aguada, na luz intensa do
teu brilho,
ofuscas-te os meus olhos,
tantas noites conversámos,
no nosso olhar...!  
aguardei a descida da noite,
iluminei a minha alma,
com pingentes de luz, caindo
sobre mim .
quando te escondias, numa
nuvem,
o meu olhar parava, no teu brilho..!  
sorria, no teu sorriso,
 vens, sorrateiro,
beijas a minha janela,
iluminas o meu corpo.

com o luar dos teus olhos...
Graça Bica.
Poema.

Fiz um poema para ti!
escrevi, a minha paixão
desmesurada,
que ia na minha alma,
o nosso amor era intenso,
que abraçava um oceano,

igualável as dunas, que se estendem
pela orla do mar...
os nossos segredos,
eram um universo,
paginado de estrelas,
os nosso sonhos,
eram de uma grandeza infinita,
como uma  noite de luar,
não se recolhe, para não deixar
o sol raiar... 
os nossos corpos, eram ancoras,
que prendem, os barcos ao cais,
para não naufragar..
o nosso amor, era dois continentes,
a usufrui do mesmo espaço,
sedentos, uniam-se  no espraiar,
do teu poema...

Graça Bica.

 

GRAÇA BICA-A ALMA-POR MANEL


Abracei

Vi os teus olhos,
a seguir os meus,
foi no entardece...

as ruas, ficavam desertes,
eu caminhava calmamente,
no sentido, em que a vida,
me havia guiado,
por ruelas estreitas-tas,
de  terra batida....
magoei os pés descalços,
pela perda do teu olhar,
senti o adeus!
 afastar-se  de mim...
silenciei a minha voz,
antes que a boca
se abrisse, para te chamar...

Graça Bica.
Sombra.

Quem és tu.
que vem pela noite
pisar o luar, 
branco, dos caminhos,
de folhas mortas,
perdidas de mim, 
o andar nasce...
no eco dos teus passos,
e a tua silhueta,
na sombra,
acorda, a plenitude da noite,  
o gesto dos teus braços, 
o andar do vento, 
a tua perseguição
abração, a plenitude...  
que caminha, na mesma sombra,
e as árvores sacodem
as folhas mortas,
para cobrirem, o meu corpo...

Graça Bica.
  
Corpo           Já lançado em livro,15/4/2014

No sonho do tempo,
da minha ousadia,
dos medos de agora,
de desejos possuídos,
com alegria,
estive encalhada,
nas praias eróticas,
onde o mar ejacula,
inquieto viril de delírio
o meu corpo seduzido,
a seiva refresca,
os lábios no teu peito,
e tudo começa...
vulcão de prazer,
extasiante de loucura,
o corpo febril de amor
de gozo libertado,
com olhos cansados,
de tanto chorar
e tanto sorrir...
apaixonados
a fonte de amor...
Graça Bica.

sábado, 28 de março de 2015

Escuridão

Palmilhei na sombra da noite,
ouviam.se, as aves de rapina,
a procura do meu corpo,
abandonado pelo tempo,
desgastado, pelo passar
das primaveres...
que se entoaram
aos anos de solidão,
falei, com o espetro da noite,
confidenciei, o vazia ancorado
na minha alma, doente!
o meu soluçar, era fonte
do resto das tuas lagrimas,
o meu choro, ficou triste,
chamei por ti!
às nuvens, às estrelas,
fiquei rouca,
de tanto chamar, o teu nome,
onde,
o silêncio habita em mim...

Graça Bica
Caricias.

A noite cansada da lua,
sorriu, ao meu olhar,  
sob o meu corpo
descoberto, 
as nossos caricias,
pernoitaram anos de desejo!
foi guardiã, do teu corpo,
da lua, envergonhada,
da troca dos beijos,
das caricias, inacabadas
de amor... 
guardei o meu corpo,
de luto!
nunca me doei, a outo amor,
a brisa descia,
antes do sol nascer,
o meu coração, se fechou,

não permitiu, a entrada
de um outro amor..

Graça Bica.
 
Abraço       

Senti o teu abraço suado cansado,
o teu beijo fugidio,
quente e arrependido,
teu olhar provocador,
vieste ter comigo,
numa ansia de perfume,
por nós conhecido,
por nós partilhado,
foste o meu porto de abrigo,
ancorastes no meu cais,
caminhámos de mãos dadas,
despimos os nossos medos,
acalentámos a noite junta,
a um barco, ancorado ao cais!
todo o nosso amor foi sentido,
por nós dois!
dum amor enlouquecido...

Graça Bica.
Amor                Escrito. 6/5/2015

Amor vou soluçando.
numa prece comovida,
de uma saudade,
do amor que cresceu,
na minha lágrima contida,
e sentida...
na exuberância do silêncio,
orquestrado e limitado,
no tempo fugidio,
voou para o mar salgado.
serenamente recalcada,
em soluços meus,
minha vida de tempestade
vai estilhando na dor no fogo.
de mim vergastadas,
pela paixão que morreu,
dentro de mim! 
numa prece comovida .
desta saudade,
deste amor teu

naufragado...

Graça Bica.
Grito de prazer       Já publicado 6/5/ 2014.

Nas águas quentes,
da minha paixão,
beijo-te delicadamente,
nas carícias do meu ser,
sussurro melodias de delírio,
com o teu abraço, sobreposto no meu,
palavras,caladas do meu desejo,
ousadas, fantasiadas de prazer,
perdidas na escuridão,
do nosso amor...
deslizo, delicadamente pelo teu corpo,
que roço com beijos molhados,
sinto as tuas mãos,
a entrarem dentro de mim,
meu amor!
num abraço arrepiante,
de um oscilar de ondas, 
apartam-me, contra o teu peito,
já pujados de desejo,
numa paixão, incontrolável,
moldaste-me o meu corpo...
as nossas bocas, devoraram-se num beijo.
sufocada mente ,saiu um grito de prazer...

 Graça Bica.

sexta-feira, 27 de março de 2015

Eterna

Um mar de água doce
corre nos meus sentido,
inundado os meus desejos,
ocultando a minha dor,
sentida...
tornando-a real,
às vezes longínquas ..
o silêncio,
fala-me das paixões
das pedras poedeiras, 
dos rios, do mar, que amo,
do amor ,do teu nome ...
a minha vida,
é estação, que perdura,
 a tua espera...!

Graça Bica,
Nuna       3/2/2.000,

És uma rosa de esperança,
que nasceu, no meu jardim,
és uma menina sem pecado
és  minha neta que dança
e sorris para mim...
Muito acima

Tu partiste,
porque poentes
caminhas agora,
tão devagar,
como nos sonhos,
onde tudo acontece !
a minha vida,
corre tão lenta,
para te poder seguir,
sem pressas...
deixaste-me um fio,
onde se prende
a lembrança ....

Graça Bica.
Interrogo-me ! 2/3/1979.

Não penso !
não vejo!
não oiço !
não falo !
ando magoada, desprendida ,angustiada,
não estou só!
mas só, me sinto triste,
olho que vejo !nada,
penso,oiço-me não respondo!
falo, chamo não respondem!
não me ouvem!
triste solidão, coração partido
de tanta revolta,
que poderá acontecer?
amores separados por mim!
por ele?
mas ficarei serena ...

Graça Bica. 

Não sou nada

Sinto, que não quero
sentir nada,
não quero, sentir nada,
que me faça sentir,
quero apenas,
saber dos outros,

eu, não me interesso,
aceito-me,
quero, apenas não pensar,
eu, não me oiço ,falo,
quero, apenas dormir,
não me acordo sonho,
quero apenas rir.
não, me encontro, fujo,
quero, apenas escrever,
o que me vai na alma,
triste cansada,
evito ler-me ...

Graça Bica, 
Poema de dor meus...Escrito 1/5/1.988
 
Tive  um manto de sol,
que me cobria,
houve alguém que mo roubou,
onde, é frio noite e dia,
sem calor amor meu.
 
 
Este poema é mágoa minha,
que no mundo eu chorei,
ao lê-lo só a mim pertence,
só eu o compreenderei,
 
 
 Só os meus, me pertencem,
 eu ainda te amo tanto,
quem me dera ter-te por perto,
boca de amor, nunca mais beijei,
 
Graça Bica,

Silêncio        Poema escrito 4/2/1998

O silêncio, fala-me das viagens,
da minha vida,
da corrente do rio, do mar,
dos sentidos,

fala-me, das paixões separadas,
das juras de amor,
do silêncio que choram,
dos meus olhos,
no decorrer, da minha lembrança,
do teu nome...
escrito na lapida da pedra fria,
fala-me das paixões,
de amor, e segreda-me,
que a minha vida, é uma estação,
que perdura à tua espera,
e comboio não regressa mais,
a estação da partida....

Graça Bica
Distancia     Escrito, 8/8/1997

Não havia distância,
porque todas as coisas,
estavam tão próximas,
as nossas bocas,
sentiam, o mesmo hálito,
lembro-me, de promessas,
que nunca cumpri...
lembro-me do mundo,
que era só meu!
lembro dos projetos,
adiados, 
recordo, de tudo que eu foi,
e não vivi...!
sinto tantas saudades,
de ti, meu amor,
onde, o mundo
era só meu,
teu. nosso...

Graça Bica
Poema escrito 1997
Acenou

Era o ultimo adeus.
sorriu,chorou,
disse-me o vento, que gemeu,
gemendo, ninguém o ouviu,
deixaram que morresse assim,
fiz-me só, na dor, dessa miragem,
desse, corpo que foi me.!
farrapo, que foi, tanto supliquei,
tantas lágrimas derramei
tanta revolta contida,
entre o meu peito, e o choro,
do meu gemido, ficou no tempo...
tanto supliquei...
ainda sinto, esse esmagar
ouço-o a cantar lá longe
onde um dia ire encontrar...

Graça Bica,
                               Poema, escrito.3/4/1997 e e. 23h.
Adeus

Foi o olhar
medroso,
fugidio,
foram os lábios,
trémulos,
sozinhos,
foi, de novo o olhar
puro,
apreensivo,
foi o abraço,
rápido,
enorme,
foi o momento
da separação
até sempre (.....)

 Graça Bica 
Guardiã da noite

Tiras-te a lágrima, da minha
alma,
o coração do meu viver, ...
o sentido, da minha vida.
E as, pétalas do meu jardim,
tu eras, o meu luar!!!!
o sol ao entardecer...
uma brisa amena
deu lampejo há minha vontade,
beijei teu rosto, toquei, na tua
pele
num sonho meu...!!!
ser anciã, da tua vida,
resguardar-me no teu mundo,
agasalhar-me no teu peito,
de sonhos e quimeras,
queria ser companhia da noite,
saborear os beijos, na noite
encoberta,
não havia gente na rua,
nem sombras, para procurar
o teu amor de ilusão...

Graça Bica



Foste em mim.

As flores. de todas as primaveras,
 os cheiros de outono,
pintei, na tela da vida,
cores definidas, de aguarelas,
matizei,  com as flores do meu jardim,
foste um corpo,  meu..!
adornei-o com mil cores,
todas os dias,
apareces  em arco iris...
corro, para te apanha
no rio, onde nos valhamos.
feito um só corpo.
escupido por mim...
és a alegria, que em mim segues,
és as noites que dormes
ao meu lado,
és o amor, transcendente
que me ama...
me abraças, num corpo só,
és a plenitude do meu desejo,
que caminha, na distância do tempo,
onde, me encontro,
e tu estás presente....
Graça Bica.

quinta-feira, 26 de março de 2015

Foi curva do teu mar.

Foi amante, da noite.
foi silêncio, da madrugada,
foi estrela do teu céu, ...
fui, teus olhos adormecidos,
foi mar imponente!
de ondas estendidas,
refugio, do teu corpo,
que se espraiava,
feito lençol...
abraçava as marés...
ai...! a lua... atormentada,
de sonhos, não possuídos,
fui tua deusa, encantada,
foi rocha, onde desaguava,
as curvas do teu mar...

Graça Bica.
Mágoa

O meu olhar magoado,
o meu sorriso tristonho,
o meu coração, inquieto,
quando falo de ti.

A passagem dos meus dias,
em que o luto, me acompanha,
os meus olhos, se sobreolhem,
deixando, olhar para teus,
a voz que fala,
não é a minha!
o coração que sente,
não é o meu.!
os meus olhos esses, sim!
foram doados, pelos teus ....
neste, desandar do tempo,
nesta luta embragada,
do falar amordaçado,
do meu grito abafado,
são tormentos, em mim...
Graça Bica

quarta-feira, 25 de março de 2015

A minha distância
A minha vida deu um filme,
foi, contruído lado a lado,
de projetos, tão só nossos, ...
e os filhos nossos são,
nada fiz para te esquece,
mas sim, para te guardar,
meu doce, te guardei...

os anos, cansaram-me,
de não estares ao meu lado,
nem o choro, nem o lamento,
nem na força, da correnteza.
nem a amargura tão sentida,
levou, um suspiro meu,
guardo-os, para as noites,
em silêncio...
eu, te entrego, docemente,
em todas as minhas preces,
de fervor, te bendigo
amor meu...
das distâncias
que nos separam,
entre a terra, e o Céu.!

Graça Bica
Dunas.

Na orla da praia,
os lírios bravios, cobrem a areia
dourada,
mostram as flores,
azuis, e amarelas,
e búzios do mar,

entre as dunas, e barcos,
ancorados no cais,
ouvem-se sorrisos, 
palavras,  faseadas,
de promessas de amor,
com bocas sugadas,

num delírio  de paixão,
os corpos entrelaçados,
mordaz  de amor,
cantam juras, ao vento,
palavras loucas,
desconcertantes,
embalando os corpos,
transpirados de prazer...

Graça Bica       
Inspiração.

Inspira-me de novo
na noite,
surda,
assim como a inspiro,
deste-me,
o vento das algas,
coloridas de silêncio,
no aposento
do quarto,
que não consigo
dormir...
as penas,
do teu lamento,
escupindo
o teu rosto moreno,
cor de canela,
os teus olhos,
cor de mel,
os teus cabelos
cor da noite,
o teu coração,
de amor

Graça Bica



   
 
As manhãs.

 São mais puras,
que uma gota de orvalho,
evaporam-se, como as lágrimas
dos poemas,
que transcrevo, no meu libro,
sobre a química,
incontrolável da minha vida,
onde me doou,
para todos me lerem,
escrever faz parte de mim...
falar de amor,
da revolta contida,
mas não abafada.! no silêncio,
que comandou a minha caminhada.
fazes parte de tudo...
que eu sou.!
da vida, dos sonhos,
ainda, dos projetos ilusórios,
da minha mente ,
sacio, o meu desejo em cada frase
que construo,
em cada sombra,
que se esguia do meu peito.
em cada lágrima, que rola de saudade..
mas continuo a escrever para ti..!
 
Graça Bica. 
Eco.

Oiço o eco do silêncio,
galgando em mim,espaços,
como um mar,
sem fronteiras,
vigiada, pela lua vadia,
das noites de insónia,
das marés quebradas,
batendo no caís...
gloriosas!
o cantar do meu corpo,   
fala da lua,
dos banhos quentes, do prazer,
da fúria, desmedida do teu corpo,
que me invade.
sem dia, nem hora marcada,
nunca, anuncias a tua chegada,
sou mulher, sou amante..
sou  lua, mar nem fronteiras..!
não há distancia, no amor,
nem, nas ondas quebradas...

Graça Bica

    

terça-feira, 24 de março de 2015

Escrevo

Em cada momento,
que penso escrevo...
nas lagrimas, da noite,
das sombras, do teu passado,
a luz das estrela clareiam
a minha mente..!

debruço-me,
numa prosa sentida,
que transcrevo no papel,
amarrotado,
do vau da minha vida,
são quatro folhas errantes,
que escrevo num tempo,
sem data..!
junto ao espelho, do teu rosto,
as marcas da pele rugosa,
já, sentencia os anos
que embrulho de mim ...

Graça Bica

  
Mares vivas.

Escondo a cicatriz do meu rosto
em pedaços de dor
devolvidas, nas mares vivas
descobrindo o meu pesar,
nos meus lábios do sol,
do vento salgado do meu refugio ,
sou uma voz que chora
sentada no colo da vida
de mim, mulher, ferida..!
sou, vazio cruel das horas,
a minha alma, declama,
a paisagem dos meus afetos,
como, o som duma guitarra motris,
sonora, traço firme de mulher
que sou..!
grito coragem, sou a voz que chora,
no lamurio dos dias,
e noites corridas,
sou  tristeza, que declamo
o meu poema...

Graça Bica.   
Meus olhos

Veem na noite,
que desses
para me beijar..! ...
meu corpo treme de frio,
de promessas por cumprir..
sabes?
que um dia acreditei em ti?
era madrugada,
beijaste a minha face.
na noite da romaria, dia de S. João...
foi o primeiro beijo, de tantos.!
que vieram, em todos os entardeceres,
e as frases construídas,
que abafamos, nas nossas bocas.
foste, o porto onde desaguava,
um tribul hão, de sentimentos,
 guardados no beijo...

 
Graça Bica

segunda-feira, 23 de março de 2015

FAINA DO PESCADR


Chorei na noite

Dos meus ais...
chorei na noite, que te ouvi cantar,
chorei quando acordei,
e vi os teus olhos a sorrir,
vigiando o meu corpo,
no bater do meu peito.
a tua boca, quis beijar,
o teu corpo torna-lo meu,
do sonho por desvendar...
castigas-te, a ninha pele,
do teu amor tarda-te, 
húmido da tua entrega,
ausente de suspiros,
não suspirados, ao meu lado,
tantos gritos abafados,
tantas lágrimas...
correram, no meu peito desnudo,
tanta saudades, agasalhadas,
nas noites de amor...
nos lençóis, da nossa cama...!

Graça Bica.
Acordei

 Já a manhã, estava desperta,
anunciava um dia solheiro,
a jorrar na minha janela 
do meu quatro, ainda coberto, ...
da noite de solidão...
dos recados dos sonhos,
ainda presentes em mim,
por despertar,
o baralho das ondas,
o grunhido das gaivotas,
eram a musica, que iluminava
o meu peito,
com sorriso nos lábios,  

nos meu olhos,
eram lanternas, que viram o brilho
dos teus olhos...
que despertavam, as manhãs.
solheiras, da despedida da noite,
dos sonhos por acabar ...

Graça Bica.
Ausência.

Nenhuma musica de amor,
pode entrar no meu coração,
estou doente, de ausências,
das notas melodiosas
de outrora...!
bordavam a minha vida,
de sonhos paginados,
em todas as folhas,
que descobriam,
os meus sonhos de amor,
cai doente, da tua ausência...
no meu peito,
saem jorros de dor,
as musicas já, não me falam de amor,
falam da saudade, cantada
no manto preto da vida,
com palmas de solidão,
e lágrimas de tristeza,
é o fado que me acompanha,

na vida sem ti...

Graça Bica.