domingo, 5 de novembro de 2017

O relógio atrás da escrivaninha,
sentenciou as cinco horas, e meia.
Lá fora começa a escurecer,
o silêncio paira pela rua deserta,
ouvem-se as ondas, a esbater na areia,
corri as cortinas,e fixei o mar, a hora tinha mudado, anoitecia muito sedo... 
Os passos zelosos e curtos,da minha filha, aproximaram-se de mim,
os braços dela agasalharam a minha nuca.
esbanjando beijos pelo meu cabelo,e rosto.
como tantas vezes tu,o fazias!
Deixei-me quieta, de olhos serrados,acomodadamente.
Pensei em ti,e, em nós, nós filhos,recordei cada décima de amor que sentíamos, um pelo outro.
Que ingénua que eu fui, pensando que poderia vencer-te no tempo, meu amor.!
Que faríamos companhia um ao outro,que a nossa vida, seria como a daqueles casais, que passeavam de mão dada, pela orla do mar, aos fins de semana,
com os cabelos brancos, marcados pela vivência da vida...
O vírus devastador, minou a minha vida, deixou-me em lamentos,e, com interrogações, 
neste pedaço de chão,que teima em deixar-me .

Continuo a escrever para ti.
A nossa filha deu-me um beijo, de boa noite Amor.!
Graça Bica.
(reservado ao direito de autor)

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