sexta-feira, 7 de dezembro de 2018

Poesia da alma da poeta Graça Bica 5 de Dezembro de 2015 às 22:36 · Uma das cartas escrita por minha Mãe datada Abril 1966. que passo a redigir, guardada como tantas coisas, da minha juventude.! No domingo,depois de te levar ao colégio, vim muito triste, não vi o brilho nos teus olhos minha filha! É segunda feira, apeteceu-me escrever-te, penso, que estou a impor só a minha vontade, fazendo, o melhor para ti,sem a tua aprovação.! Falas-te pouco, senti-te ansiosa,e muito emotiva, tinhas um olhar melancólico,choras-te disfarçadamente.. Perguntei-te como iam os estudos, as tuas amigas? Respondeste que ia tudo bem..! " Falamos da nossa família"da tua cadelinha,sempre afoita, nas brincadeiras,das asneiras que faz,e mesmo assim minha filha,senti desinteresse no teu olhar,e de tudo que falei. O abraço que eu te dei, à porta do colégio,deixou-me triste minha filha. muitas perguntas assolaram a minha mente, e algumas lágrima copiosas de imensas saudades do Pai, de estar sozinha sem dividir a nossa vida,do desconforto tamanho, da minha viuvez, da vossa educação,sinto-me sozinha,minha filha. .... Um pedaço de mim falha senti-me impotente dos valores que exijo de ti,e do teu irmão .. Recordei-te pequenina, rebuliça e traquina, de trancinhas pelos ombros,com fitas coloridas nos cabelos,e saias paliçadas. Minha menina vaidosa. Que dor senti no meu peito. .... Estás bonita, já, mulherzinha! Em pequenina, eras o meu botão de rosa. flor da Mãe, minha Carochinha. O teu mano,chama-te vaidosa.! Os dias passam devagar, compreendo que os teus aí são longos! O teu Mano dá-me tanto alento, fala, e fala...mas as palavras, vão no vento tenho saudades tuas! Já te escrevi varias cartas. ajudam-me com as saudades, da tua ausência. É, mais uma carta sentida, que luto com o meu egoísmo,o meu peito arde, num soluçar desespero minha Filha! Sempre querendo fazer de ti, uma mulher. Para a Menina dos meus olhos, da tua Mãe sempre amiga Emília. Adoço-te com mil beijos, minha Gracinha.! Para ti, Minha Mãe! Os teus ensinamentos reprovei-os, muitas vezes, achava a tua imposição injusta,e cruel,sem o teu aconchegar dos lençóis,dos teus beijos ao deitar, do calor da tua face, senti-me tão só. Hoje recordo-te,estou eternamente grata, pela educação pelos valores morais,pelo trilho que palmilho com rectidão,e segurança. Até aí,um abraço da tua filha. Gracinha.! Graça Bica.

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