sexta-feira, 18 de janeiro de 2019

Os dias caminham vagarosos,outrora caminhavam depressa demais,agora tenho todo o tempo do mundo para falar contigo Nuninha, Consoante os anos vão passando,denoto que tenho mais espaços livres, as horas dão-me tempo para tudo,os dias ficam longos,e as tardes estendem-se até ao serão,nesta época do ano tenho necessidade de regressar a pacatez da aldeia, assoberbando-me,e preludiando dos bons momentos.! Aqui... nesta casinha mora o silencio, tranquilidade,e paz, a lareira arde dia e noite, com a lenha das podas do ano,quando me refugio nesta paz trago na bagagem alguns livros,um deles, favorito, oferecido pela minha neta. para ler,na pacatez que tanto adoro, nesta época fria,e com neve... de manhã olho os campos que circundam toda a casa vestidos dum manto branco, algumas ovelhas, castanhas com manchas brancas,tentam serrar na erva gelada. O Sr João trás todas as manhas,ovos do dia anterior,leite do dia,e carne da matança de Dezembro,e um apanhado de erva cidreira,para fazer o chá da tarde na pedra da lareira,enquanto o fogo desperta,a caixa dos biscoitos de manteiga,e a xícara para tomar o chã, marcam presença, na mesinha de apoio, para me reconfortar de vez em quando.! Hoje farei uns ovos estrelados,com broa caseira,e estou no arremate das ultimas folhas do livro que me oferendaste, tinhas rezão Nuninha... a história tornou se encantadora,saboreei palavra por palavra,visto estar nos final mentes..!. Hoje, olhei demoradamente,enquanto engolia o ultimo golo de leite para o porta retratos,com a ultima foto que me mandaste,estás muito bonita, cada ano que passa, mais parecida estás com o teu avó... com um olhar sereno,um sorriso bonito,deixando antever os dentes aprumados, e brancos, o batom rosa seco fica-te muito bem,denota brio...na linda senhorinha em que te tornaste... Quando eu deixar a casinha da aldeia,por meados do Carnaval,penso em fazer-te uma visita... Enquanto isso não acontece,vou dia bulando com as palavras, para depois escrever novos poemas,e, como é habito trocarmos cartas, estou sempre na escuta duma conversa mais acida com o Sr.João e mulher, D.Delfininha, que de vez em quando as palavras azedam entre eles,já.escrevi numa sebenta algumas frases picar-dicas,que vais adorar,e fartar de rir.... O castanheiro junto do poço,este ano não deu ouriços, de tão velho que está...!!! Uma carta a somar a tantas que te escrevi... (Reservado ao direito de autor) Graça Bica. A imagem pode conter: casa, árvore, céu, ar livre e natureza da Graça Bica

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