É tão vasta a escuridão
de longos passos de distância
que demarca a vida!
As acendalhas do candeeiro de petroleiro
agasalhavam a luz do rosto,do pobre homem
entre mudos momentos de acidez,que sofria o Manuel.
Por castigo os seus pais o deixaram a merecer do tempo.
Morava num enorme casarão,
rodeado de muros majestosos que se iam desmoronando ao sabor do tempo, já muitos pedregulhos jaziam no caminho
entre passos escorregadios do musgo húmido que
rendava a caminho,
que outrora passava um carro de semana, a semana,
Era o padre que vinha celebrar a missa na capela do casarão
algumas mulheres de vestes negras, mais parecendo corvos,agasalhando as
cabeça com longos mantos, fosse Inverno ou mesmo no Verão ..
Viam o padre como um Deus na terra, batiam no peito para receber a comunhão ...
Mal a missa acabava rodopiavam de línguas afiadas pregando pragas as comadres...
O silêncio fez-se noite, e meses, e sempre os mesmos olhos esculpidos
naquela janela, bacia-da pelo bafo do Infeliz Manuel, que tinha nascido
com uma deformação ficou anos a deriva, e só! Saia de noite e se
escondia de dia ...!!!
Em terras do Alto Baldio,sobranceiro com raia de Espanha!!!...!
(reservado ao direito de autor)
Graça Bica
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