domingo, 29 de março de 2015

Abracei

Vi os teus olhos,
a seguir os meus,
foi no entardece...

as ruas, ficavam desertes,
eu caminhava calmamente,
no sentido, em que a vida,
me havia guiado,
por ruelas estreitas-tas,
de  terra batida....
magoei os pés descalços,
pela perda do teu olhar,
senti o adeus!
 afastar-se  de mim...
silenciei a minha voz,
antes que a boca
se abrisse, para te chamar...

Graça Bica.
Sombra.

Quem és tu.
que vem pela noite
pisar o luar, 
branco, dos caminhos,
de folhas mortas,
perdidas de mim, 
o andar nasce...
no eco dos teus passos,
e a tua silhueta,
na sombra,
acorda, a plenitude da noite,  
o gesto dos teus braços, 
o andar do vento, 
a tua perseguição
abração, a plenitude...  
que caminha, na mesma sombra,
e as árvores sacodem
as folhas mortas,
para cobrirem, o meu corpo...

Graça Bica.
  
Corpo           Já lançado em livro,15/4/2014

No sonho do tempo,
da minha ousadia,
dos medos de agora,
de desejos possuídos,
com alegria,
estive encalhada,
nas praias eróticas,
onde o mar ejacula,
inquieto viril de delírio
o meu corpo seduzido,
a seiva refresca,
os lábios no teu peito,
e tudo começa...
vulcão de prazer,
extasiante de loucura,
o corpo febril de amor
de gozo libertado,
com olhos cansados,
de tanto chorar
e tanto sorrir...
apaixonados
a fonte de amor...
Graça Bica.

sábado, 28 de março de 2015

Escuridão

Palmilhei na sombra da noite,
ouviam.se, as aves de rapina,
a procura do meu corpo,
abandonado pelo tempo,
desgastado, pelo passar
das primaveres...
que se entoaram
aos anos de solidão,
falei, com o espetro da noite,
confidenciei, o vazia ancorado
na minha alma, doente!
o meu soluçar, era fonte
do resto das tuas lagrimas,
o meu choro, ficou triste,
chamei por ti!
às nuvens, às estrelas,
fiquei rouca,
de tanto chamar, o teu nome,
onde,
o silêncio habita em mim...

Graça Bica
Caricias.

A noite cansada da lua,
sorriu, ao meu olhar,  
sob o meu corpo
descoberto, 
as nossos caricias,
pernoitaram anos de desejo!
foi guardiã, do teu corpo,
da lua, envergonhada,
da troca dos beijos,
das caricias, inacabadas
de amor... 
guardei o meu corpo,
de luto!
nunca me doei, a outo amor,
a brisa descia,
antes do sol nascer,
o meu coração, se fechou,

não permitiu, a entrada
de um outro amor..

Graça Bica.
 
Abraço       

Senti o teu abraço suado cansado,
o teu beijo fugidio,
quente e arrependido,
teu olhar provocador,
vieste ter comigo,
numa ansia de perfume,
por nós conhecido,
por nós partilhado,
foste o meu porto de abrigo,
ancorastes no meu cais,
caminhámos de mãos dadas,
despimos os nossos medos,
acalentámos a noite junta,
a um barco, ancorado ao cais!
todo o nosso amor foi sentido,
por nós dois!
dum amor enlouquecido...

Graça Bica.
Amor                Escrito. 6/5/2015

Amor vou soluçando.
numa prece comovida,
de uma saudade,
do amor que cresceu,
na minha lágrima contida,
e sentida...
na exuberância do silêncio,
orquestrado e limitado,
no tempo fugidio,
voou para o mar salgado.
serenamente recalcada,
em soluços meus,
minha vida de tempestade
vai estilhando na dor no fogo.
de mim vergastadas,
pela paixão que morreu,
dentro de mim! 
numa prece comovida .
desta saudade,
deste amor teu

naufragado...

Graça Bica.