sexta-feira, 19 de junho de 2015

Lua

Na noite em que a lua,
iluminou o quarto,
a porta estava entreaberta,
para entrar a brisa do mar, ...

A lua estava cheia,
iluminava o meu corpo,
despido sob a cama,
dos meus sonhos,
reflectia a sombra da lua,
no horizonte,
 e o teu corpo,
estava desenhado na lua,
deitado a espera do meu chamar,
não havia pressa, a noite,
estava a começar,
o horizonte estava definido,
no leito do mar,
o clarão do entardecer ficou quieto,
cor avermelhado,
e o mar pintado de oiro,
a lua de prata,
no quarto esperava o baloiço da lua,
viesse, beijar o meu rosto!
tocar na minha pele, deitar comigo
para descansar...
o sono embalou-me, sonhei contigo,
na noite de lua cheia...

Graça Bica.
Nos dias em que as marés
sovem
e o mar abraça o meu corpo,
segredam as frases que eu procuro
nas marés baixas,
descobrem os rochedos...
o vazante corro, para outros oceanos,
outros continentes,
em outras praias!
as lágrimas misturam-se
num rodopiar no oceano,
as ondas em  abraços
acolhem o meu corpo!
enquanto as gaivotas grunham,
em bailado, com voo rasante....
pescando o peixe miúdo,
que as ondas põem a descoberto,
enquanto me abraçam...
respiro serena na abundancia,
da água que me adorna e rodeia
no banho das marés ....

Graça Bica.



 
Queria correr
para a minha vida
antiga,
como  corresse para
o colo da minha
Mãe.


Queria os doces que me
davas,
quando ralhavas comigo,
queria, pegar no teu
braço
enrosca-lo em mim,
queria, chamar pelo teu
nome.
olhar o teu sorriso,
pedir para cantares
aquela canção... 
queria sentar-me no
teu colo...
enquanto brincavas com o
meu cabelo,
contavas, a estória da
joaninha,
tão linda e redondinha,
queria, correr para ti minha
Mãe,
nu pulsar, da minha vida
como um feto, precisa da barriga da sua
mãe.!
corri no tempo, apressada para
me tornar mulher!
hoje, doaria a minha idade, para
ser pequena,
e sentar-me no teu colo
 Mãe!!!

Graça Bica.

quinta-feira, 18 de junho de 2015

Solidão

O nosso quarto
foi bordado,
no desfolhar do nosso amor,
no desdobrar dos nossos lençóis ...

 Nos risos, da bruma ,da ternura,
nas noites mal dormidas,
os risos da madrugada,
soluçavam de dor!

do tempo que pernoutavas,
na alcofa da minha vida,
a voz do silêncio
entrou sem bater!

 O peito, resguardou
a lembrança, terna,
que ficaram nas almofadas,
que amparavam
o meu corpo, onde vivi,
torrentes de solidão,
meditei nas palavras
que respirava... 

O frio fustigou o vazio da alma ,
o vento penteou o meu cabelo,
alinhou a minha roupa,
caminhei no sentido contrário,
segui no tempo,
rasguei o caminho,
há solidão..

Graça Bica
Na casa da praia

Foi,onde vivemos o nosso
amor.

 Estava fechada como a 
deixámos
naquele dia,
abri a porta enferrujada,
entrei, olhei, recordei, chorei,
com uma saudade
desmesurada/
lá estavam os nossos livros,
a nossa musica, as nossas
fotos...
desde o dia da despedida
sentei-me no chão...
com batimentos acelerados, no
meu peito,
quando a porta se abriu,
por força da ventania, olhei o
mar crispado,
o meu rosto tão magoado,
de lágrimas, e dores passadas!
entrei num sonho,
 de ser possível
de te encontrar à beira mar,
de sorriso maroto,
de mão estendida, para as
minhas agarrar,
voltei a fechar a porta,
a chave dar ao furioso mar
e não voltar amar...

Graça Bica.



 

quarta-feira, 17 de junho de 2015

Ainda é madrugada ,
as estrelas não me deixam
caminhar,
no sono, os pensamentos
não correm dentro de mim!
sinto a cabeça cansada,
 e um vazio dentro do peito,

Ainda ontem, havia um beijo,
um abraço fechado, 
há um deserto a separar...

Graça Bica

terça-feira, 16 de junho de 2015

Deitei-me no sonho
do teu amanhecer,
cansada,
não encontrei os teus olhos
que adoçavam os meus dias.

Não caminhas na minha direção,
não, pactuas na minha vivência,
desde a noite que a lua te recolheu!
fiquei ajoelhada na capela rezando,
em soluços comovidos da enorme 
distância,
que fomos separados...
da brutalidade desmedida
que apunhalou o meu coração
estás unido no meu respirar,
amargurado na mesma dor
da nossa vida, tão sentida!
que foi a grandeza 
do nosso amor!
.
Graça Bica.