sábado, 20 de junho de 2015

Amor

Quero sentir-te,
nas lágrimas que choro,
sem poder, 
no coração que dói,
e que não sinto,
no peito da dor,
nas conchas do mar,
nos jardins sem flores,
nas vontades do desejo...
 
Quero sentir-te
no piano que toco,
na meiguice que faço,
na ponta dos dedos
do corpo que tens!
sem o saberes,
no lago profunde,
da paixão!
quero sentir-te
ao longo dos dias,
das manhãs, por acordar.

Graça Bica




Pintei
 a minha partida,
com aguarelas de lágrimas,
não premeditei,
mas, o engano da alma,
anunciou, a minha passagem,
o meu coração fica...!

A alma acompanha-me!
sou bailarina,
do tempo,
da descoberta, do presente,
da partilha do futuro,
dos ais por soluçar!

Sou mendiga, dos enganos,
das mentiras por prazer,
ofuscadas na mente,
de um perverso qualquer,
a tela das minhas lágrimas,
contrastei-as, de várias cores,

Envergo no meu corpo,
cansado,o deleito da alma,
os arrepios de frio,
da dor contorcida,
na tela da vida,
pintada com as minhas lágrimas!

Graça Bica.

Amor no teu olhar,

No dia do nosso encontro,
prendi o cabelo,
para olhares o meu rosto
 
 Envergonhado,
 com um sorriso sincero,
que iluminou o teu olhar!
os teus olhos cor de amêndoa ,
envergonharam, os meus receios,
sorrateiramente, desviava os meus,
dos teus!
era menina corpo de mulher,
olhar envergonhado,
fantasiava o amor, de conto de fadas... 
no momento em que sorristes,
o amor pulsou, no peito, 
veio a descoberta do amor,

meu olhar, olhou o teu,
nossos sorrisos iluminaram
os medos do coração,
demos a mão, e caminhamos
juntos na vida,

Graça Bica.

sexta-feira, 19 de junho de 2015

Lua

Na noite em que a lua,
iluminou o quarto,
a porta estava entreaberta,
para entrar a brisa do mar, ...

A lua estava cheia,
iluminava o meu corpo,
despido sob a cama,
dos meus sonhos,
reflectia a sombra da lua,
no horizonte,
 e o teu corpo,
estava desenhado na lua,
deitado a espera do meu chamar,
não havia pressa, a noite,
estava a começar,
o horizonte estava definido,
no leito do mar,
o clarão do entardecer ficou quieto,
cor avermelhado,
e o mar pintado de oiro,
a lua de prata,
no quarto esperava o baloiço da lua,
viesse, beijar o meu rosto!
tocar na minha pele, deitar comigo
para descansar...
o sono embalou-me, sonhei contigo,
na noite de lua cheia...

Graça Bica.
Nos dias em que as marés
sovem
e o mar abraça o meu corpo,
segredam as frases que eu procuro
nas marés baixas,
descobrem os rochedos...
o vazante corro, para outros oceanos,
outros continentes,
em outras praias!
as lágrimas misturam-se
num rodopiar no oceano,
as ondas em  abraços
acolhem o meu corpo!
enquanto as gaivotas grunham,
em bailado, com voo rasante....
pescando o peixe miúdo,
que as ondas põem a descoberto,
enquanto me abraçam...
respiro serena na abundancia,
da água que me adorna e rodeia
no banho das marés ....

Graça Bica.



 
Queria correr
para a minha vida
antiga,
como  corresse para
o colo da minha
Mãe.


Queria os doces que me
davas,
quando ralhavas comigo,
queria, pegar no teu
braço
enrosca-lo em mim,
queria, chamar pelo teu
nome.
olhar o teu sorriso,
pedir para cantares
aquela canção... 
queria sentar-me no
teu colo...
enquanto brincavas com o
meu cabelo,
contavas, a estória da
joaninha,
tão linda e redondinha,
queria, correr para ti minha
Mãe,
nu pulsar, da minha vida
como um feto, precisa da barriga da sua
mãe.!
corri no tempo, apressada para
me tornar mulher!
hoje, doaria a minha idade, para
ser pequena,
e sentar-me no teu colo
 Mãe!!!

Graça Bica.

quinta-feira, 18 de junho de 2015

Solidão

O nosso quarto
foi bordado,
no desfolhar do nosso amor,
no desdobrar dos nossos lençóis ...

 Nos risos, da bruma ,da ternura,
nas noites mal dormidas,
os risos da madrugada,
soluçavam de dor!

do tempo que pernoutavas,
na alcofa da minha vida,
a voz do silêncio
entrou sem bater!

 O peito, resguardou
a lembrança, terna,
que ficaram nas almofadas,
que amparavam
o meu corpo, onde vivi,
torrentes de solidão,
meditei nas palavras
que respirava... 

O frio fustigou o vazio da alma ,
o vento penteou o meu cabelo,
alinhou a minha roupa,
caminhei no sentido contrário,
segui no tempo,
rasguei o caminho,
há solidão..

Graça Bica