Eu aqui, te amo

 Nos prados onde
se descolam
os ventos,
onde os dias se perdem,
e as noites despertam. 

Eu te amo

As vezes estremeço
pensando em ti ...

Já não sei
que ponto é o norte
ou o sul!
Canso tanto a minha vida
inutilmente.
Mas ainda te amo.

Estás tão distante
de mim.

Ao ver as estrelas
que cobrem o firmamento,
e os rios correm para o mar,
e o vento se encobre
no brilho do sol.
Como te amo
Ainda tanto!
 
Graça Bica.

Talvez num dia
do mês qualquer,
o vento sul,
morno, te segrede ao
ouvido,
a rezão do meu viver.

Sabes ?

Falei de ti aos meus canteiros,
floridos, de amores perfeitos
de várias cores,
com pétalas delicadas
prometi!

Que guardar-te-ei só para mim.!

Talvez um dia me
encontres, num jardim
a ver os amores perfeitos
para te oferecer...
Ai seremos alvoradas,
com dias longos,
histórias contadas e sonhos.

Graça Bica .,

Hoje são as lágrimas
que falam,
sem quê,nem porquê!
Não as consigo calar...
Serro os meus olhos,
e espremo a minha alma.
Quero, que dela saia tudo,
que não consigo em mim
compreender....
 
Já não limpo o rosto.
aceito, não me defendo ,
nem fujo.
já não sinto vergonha de mim!! 
Não vou lutar.
Deixo-me ir no momento
sem questionar-me

Não tento preservar-me ,
Não quero decifrar
o sentido que a vida me impôs.  
Não tenho vontade ,
nem tempo ,nem projetos,
inacabados, consigo pensar!
Estou tão ocupada a sofrer.

Graça Bica

O mar acalma,
os meus pés
descalços.
Caminho, na forma ilusória
enquanto,
tu não chegas!

Queria que chegasses,
cedo!

 Muito antes do anoitecer...

"Sonhei com as palavras
que me confessar-te !
O Tempo, não te deixa correr,
tomou conta de ti !

O silêncio,
tornou-se num lamento!
E mesmo, estando frio,
iluminada pela luz do luar.

 " Amei"
 Neste mar de amar.
Entreguei ,
as palavras ao mar.
ao vento,
deitada na areia estendida
deixei o sonho.
Adormecer...

Graça Bica

Os meus olhos
respiram,
todas as manhãs,
antes do sol raiar.

Entre os abraços da neblina,
e o campo florido
de rosas
que a muitos anos atrás
colhia,
para adornar o meu diário
Os dias conversavam
comigo,
na ponta da caneta!
guardava tudo que escrevia...
Nos bancos da escola,
os dias naquele tempo
desfaziam-se devagar,
e as noites eram longas....
Hoje,
o tempo corre apressado!
A noite é silencio.
pego no diário,
raleio, o que escrevi.
naqueles anos!
As pétalas das rosas
adornam ainda,
as folhas do meu
diário.
Graça Bica

A rua
em que caminho,
segura do meu trajeto
Dona do meu destino!

Onde as horas são
magicas,
e desenhei
o meu futuro...
Nós teus braços
teci a primavera
no teu corpo,
senti os cheiros de
outros tempos.
Passei de braço
dado,
escrevi os meus livros,
As promessas
doutro tempo.
Segura do meu
destino
Graça Bica.