sábado, 14 de maio de 2016


O meu corpo
é uma paisagem,
do lado de fora
da janela do quarto.
 
Quando a noite se avizinha,
vejo o reflexo do corpo,
despido, 

parte em voo de ave.
Em busca de outras direcções...
O silêncio,é inerme ,
Os ponteiros do relógio
pararam....
na hora da partida
,
O velho relógio continua parado
da nossa distancia...

Chamo por ti...
É enorme a saudade,
que guardo na alma,
A vida,é uma estação,
aguardo a partida.

Graça Bica

domingo, 8 de maio de 2016

Dei conta do meu
tempo,
caminho na imperfeição
deste tempo.
Porque este tempo 
não se coaduna comigo.

O meu tempo é
uma ancora
de justiça,
um banir com retidão,
Na sequencia da certeza
não pactuo com omissos,
injustiças, deslealdades.

A voz conscienciosa
deu o alerta
sem minha
permissão.
Agradeço a todos que me
compreendem
sou mesmo assim ...
Sou a dona do meu tempo
Sou ....
Graça Bica

sábado, 7 de maio de 2016



Era fim de tarde
o sino da aldeia
toque a rebate.
Grita uma voz alucinante
que a Amélia está entre 
a morte, e o dia,
os vizinhos correm
desenfreados,
rezando pela a pobre alma
que padecia...
A Sr.Mariquinhas
com muita fé e
mesinhas
trazia os filhos ao mundo
Silêncio pairava no ar
um candeeiro de petróleo
com uma chama ténue
iluminava o colchão da cama
da Amélia.
Por entre dentes saiam ais
e zurros de dor ...
Um grito ecoou....
nasceu...
O primeiro filho da Amélia
Sr Mariquinhas abriu a janela
agradeceu as preces
ao povo da aldeia
e chorou...
Mais uma vida nasceu,
na aldeia nós seus braços....

GRAÇA BICA


Hoje tanto queria
ir ter contigo ,
invernar nos teus 
braços,
enquanto falavas de
coisas banais,
o teu bafo aqueceria
a minha pele...
Tanta coisa surgiria,
tanta doçura te 
daria
tantos arrepios
te causaria...
e tantas palavras
ficariam por 
dizer....
Ficaria-mos cansados
demais ...
Graça Bica.

terça-feira, 22 de março de 2016



Ao entardecer,o sol esquiva,
pelas nuvens soltas,
sentei, numa duna
na praia,
o sargaço inundou o meu
respirar,
as gaivotas distraídas
perturbavam o silêncio....
Deixado no peito
a mercê do tempo.
enraizado a décadas,e
soluçando nos anos.
As gaivotas,iam
salpicando o sargaço
para comer.
O mar estava calmo, a
ondulação espirrava
abraçando o extenso areal.
Recordei.palavras
de profunda tristeza,
guardadas há
anos.
Hoje os meus olhos brilham
a cada momento.
que antevejo, os dias do
amanhã...!
Graça Bica


Inventei para ti
um nome.
De Silêncio!
Como um mar profundo,
baloiçando de algas, 
onde os gestos
se perdem
entre ti, e mim.
Sem terra ,sem céu,
sem corpo
a separar-nos.
Deste-me seis meses
de separação,
seis meses sem ouvirmos
as nossas vozes.
Num luto gelado
estão os nossos corpos
aprisionados!
Vão-se afogando
quando o amor se for
embora,e
ficará apenas um nome,
o teu de silêncio.
lentamente
Graça Bica .