sábado, 14 de maio de 2016



Era fim de tarde
o sino da aldeia
toque a rebate.

Grita uma voz alucinante
que a Amélia está entre 
a morte, e o dia,
os vizinhos correm
desenfreados,
rezando pela a pobre alma
que padecia...
A Sr.Mariquinhas
com muita fé e
mesinhas
trazia os filhos ao mundo
Silêncio pairava no ar
um candeeiro de petróleo
com uma chama ténue
iluminava o colchão da cama
da Amélia.
Por entre dentes saiam ais
e zurros de dor ...
Um grito ecoou....
nasceu...
O primeiro filho da Amélia
Sr Mariquinhas abriu a janela
agradeceu as preces
ao povo da aldeia
e chorou...
Mais uma vida nasceu,
na aldeia nós seus braços....

GRAÇA BICA
Foto de Poesia da alma.
Abril
Dia 25. hora 13h,15m.
Era madrugado
quando senti as dores,
das mulheres,
só elas as podem ter,
um suspiro,
de um novo dia.
Dia da liberdade.
de cravos vermelhos
Postados
nas armas, e lapela...
um erguer de ponho
dum acenar a liberdade !

Tinha um homem
de mão dada a sofrer,
o nascer da alvorada,
cheiros doces
pairavam no ar
de cravos floridos.
eram risos contidos, arrependidos,
de nada saber!
O sofrimento de dor,
o movimento
do meu ventre,
um grito de jubilo ,
saindo de mim
era a hora que
estava acontecer,
Uma esperança a nascer,
Um presente abençoado,
brilho dos teus olhos
a sorrir para mim,
os meus enternecidos
de amor.
Os nossos abraços entrelaçados
com beijos comungados,
nossa filha abençoada,
nasceu!!!
Graça Bica
Foto de Poesia da alma.
No vento da minha
alma,
resguardo o teu nome,
o peito não me deixa
chamar...
Acalento o teu perfil
na maresia do meu olhar,
Na quietude dos teus abraços,
Se o amanhecer vier,
e o sol descobrir
batizámos
os nossos beijos,
comungamos
os nossos abraços,
abraçamos o nossos
corpos,
lapidámos o nosso amor
em turquesa cor de mar..!
No caminhar do vento
percorrido da distância,
de margens separadas
amaciámos a distância,
no olhar do
nosso olhar...
guardado no peito.
Por vezes, a
soluçar...
Graça Bica
Estes dias de chuva importunam-me,
penso no mês do Maio
de outros tempos...

Quando compravas cerejas e as penduravas
em cacho nas minhas orelhas eu... 
vaidosa, passeava no jardim,
importunando as margaridas, cravos xaropes,
ervilhas de cheiros...
pavoneavam-se de mil cores, e mil cheiros...

O mês de Maio em nada se iguala
dos meus jovens anos de menina .!
Nos domingos ao fim da tarde
minha avo tios, e primos, vinham lanchar...
Tudo é diferente,
os cheiros deixaram saudades,
os canteiros que outrora floridos e cuidados ,
hoje jazem abandonados.
No tanque a água já não brota
a fonte secou...
As uvas mirraram nas vides, as macieiras secaram,
a casa que outrora nasci.
continua majestosa...
Dá todos os anos as boas vindas
ás andorinhas...
Graça Bica

O meu corpo
é uma paisagem,
do lado de fora
da janela do quarto.
 
Quando a noite se avizinha,
vejo o reflexo do corpo,
despido, 

parte em voo de ave.
Em busca de outras direcções...
O silêncio,é inerme ,
Os ponteiros do relógio
pararam....
na hora da partida
,
O velho relógio continua parado
da nossa distancia...

Chamo por ti...
É enorme a saudade,
que guardo na alma,
A vida,é uma estação,
aguardo a partida.

Graça Bica

domingo, 8 de maio de 2016

Dei conta do meu
tempo,
caminho na imperfeição
deste tempo.
Porque este tempo 
não se coaduna comigo.

O meu tempo é
uma ancora
de justiça,
um banir com retidão,
Na sequencia da certeza
não pactuo com omissos,
injustiças, deslealdades.

A voz conscienciosa
deu o alerta
sem minha
permissão.
Agradeço a todos que me
compreendem
sou mesmo assim ...
Sou a dona do meu tempo
Sou ....
Graça Bica