domingo, 7 de agosto de 2016

A ultima carta que redigi
já foi a anos.
esqueci-me como começava
a missiva
tenho duvidas, se a vais ler...
Queria que a lesses devagarinho
para melhor a compreenderes.!

Poderia começar a falar do tempo,
das romarias da aldeia,
dos imigrantes que chegavam a terra,
a falar um francês cavaqueado ...
Dos domingos de verão
quando fazíamos pi-niques
junto dos choupos no rio.,

Queria escrever em poucas linhas,
o que na alma, eu tenho guardado,
do quanto o meu peito me doí,
Nesses tempos as palavras
eram sentenças,
as verdades compromissos.!
Hoje, queria que o tempo voltasse
atrás,
queria acreditar nas palavras,

porque as promessas
se esvaem
a mentira é humilhante
as juras traiçoeira...
Hoje não acredito ...
nem me atrevo a escrever-te.
(reservado ao direito do autor)
Graça Bica.
Junto do mar
.
Caminhei pelas dunas,
numa manhã de nevoeiro
estava a nascer a alvorada, 
desci a ladeira ,que me
conduzia a praia...
As gaivotas ainda dormentes 

no extenso areal

Caminhei pela orla do mar,
os pés foram beijados
pelos salpicos das ondas, que
rebentavam nos rochedos, 

e vinham docemente acarinhar-me...
sentei-me na praia 
onde me era permitido sonhar, 

cantar, e por vezes chorar...
quando as recordações, batiam
na janela da minha alma.!


Fiz um filme de emoções
escolhi um de amor, 

fantasiei-o na minha memória,
Um amor encantado ?
era esse o amor,
que eu almejava ter ao meu lado,
um homem sereno, 

comportamento gentil,
doce sem berros nem altivez,
de olhar sereno...
eu, julgar-me-ia uma mulher prendada
de afetos e companhia...

(RESERVADO AO DIREITO DO AUTOR









Fado da Graça

É lindo cheio de graça,
graça mulher franzina,
quem passa,
sem ver a graça,
sente ,ao longe 

o seu cheiro no ar, 
de sorriso rasgado ,
 com olhar de encantar!
até que um dia,
ninguém viu a graça!
foi noticia na aldeia,
correu caminhos, e vales,
um velhinho muito triste,
 e cansado...
veio ao adro a chorar,
dizendo...
que a graça tinha morrido,
por um amor que tinha partido...


Todos ao adro chegaram,
com os sinos a tocar,
recordavam a graça, ,
quem por ela se cruzava
no seu funeral,
uma velinha cantava,
com dor, e mágoa,
todo povo da aldeia,
no seu funeral cantou,
com violas a chorar,
despediram-se da graça
do seu sorriso de encantar...

(reservado ao direito do autor)
Graça Bica.

sábado, 6 de agosto de 2016

As amoras nos silvados aparecem
nos meses de verão,
é costume ser nesses meses
que vou passar ferias a aldeia...
É uma aldeia pequena embrenhada na serra,
com um rio de agua límpida,
e casas de xisto...!
Foi numas ferias que te vi pela primeira vez !!!

Eras um rapaz bonito, resguardado
com olhos cor de avelã, tristes!
Não eras de grande conversa...
Estranhei quando me perguntas-te
se o rio era seguro para banhos?
Ainda pensei que estaria a fazer de mim aparvalhada?
a minha resposta pronta e decidida
respondi?
Tomo banho neste rio sempre que posso
passar ferias nesta aldeia.
Notei que ficou um pouco encavacado
pela resposta, talvez, não temperada
como ele o imaginara.
Nesse dia voltei para casa, a pensar no menino da capital.
o que o levaria a pensar?
ser superior aquela gente, nobre de coração hospitaleira por bondade?
No dia seguinte estava a tomar um café de saco, na tasca do Sr.Hilário quando o jovem forasteiro apareceu,
cumprimentado com amabilidade.
O Sr Hilário respondeu--- Ó Sr.Doutor,
esta menina era a neta da Dona Mariquinhas,
A Velhinha mais antiga da aldeia!
Tive conhecimento da morte, meses mais tarde.
A nossa apresentação foi feita naquele momento.....
(reservado ao direito do autor)
Hoje estou triste,
ando diabolando
pela casa deserta,
respiro,o ar perdido no tempo,
onde esse tempo,
era um pedaço de mim ...
De alegria contagiante ,
das madrugadas, acordadas...

Um frio puxado a norte,
toca nos meus olhos
já, lacrimejando,
das inúmeras loucuras,
dos anos que era amada,
Perdi parte de mim!
A minha identidade vai-se
apagando,de vagar
a tristeza, convive em
meu redor,
a musica, fica melancólica,
e por vezes perco-me...
Sinto-me ausente de mim,
foi quimera nos anos,
exponha-mos,as nossas
bocas, se-mi abertas
com palavras loucas.
sorrisos desejados...
Hoje,não coabitam mais
em mim...
A minha pequenez arreia
a minha força!
sinto-me tão só...!
(reservado ao direito do autor)
Graça Bica.
14/07/2016.
No dia em que nos
conhecemos,
abraçamos o céu
sem palavras,
segredamos
mil juras,
e mil projetos construimos!

As velas acesas
nos candelabros,
da sala,
ardiam intensamente.
E eu olhava-te,
timidamente.
Entre sorrisos,
e palavras.
e olhares,extasiados.
Poderíamos estar entre
o mundo,
mas o desejo.
deixava-nos sós ...
Continuamos cúmplices,
dos nossos segredos,
Que ardiam
em silêncio...
(reservado ao direito do autor )
Graça Bica.

Graça Bica
Meu amor
pensei ,em escrever-te
uma carta!

Mas a noite está fria
tocada a chuva e vento,
batendo na janela quebrada.
Estou sentada na cama.
o pavio da vela
fere-me os olhos,
de cansada !
Das trocas em silêncio,
dos beijos nus e ardentes,
o teu corpo que fumega
junto ao meu.

Ai meu amor,
queria escrever-te
todo este afago,
que doí no peito,de tão amargo
de tanto sofrer.
Procura-me por entre a luz pálida,
da vida,
dos nossos gemidos
por entre as sombras
da cama,
arrebate-me nos teus braços.
Deixa os nossos apelos falar,
as nossas fantasias florirem,
bem deitar-te junto de mim,
faz-me, como os botões
das rosas
desabrocham com o sol
do amanhecer!
(reservado ao direito do autor)
Graça Bica.