A hora da partida soa,
errando pela praia deserta
encontro-me:
Sei, que posso olhar sem receio
a falésia,
a areia, e a vida,
despojada no mar.
imperdoável da sua vastidão.

Olho, em volta aquela paz,
 que agora também me pertence,
guardou todos os meus segredos,
que de manhãzinha te vinha contar,
eram lamentos, eram choros,
eram esperanças...
Que ali ficaram guardados.

A dor esfria o meu corpo,
quando chegou aquele
instante inesperado,
da noite cair fria ...

Parto antes que a lua me leve,
os sentidos puros
 que guardo de ti...
(reservado ao direito do autor)

Tu não sabes, meu amor

O quanto eu,
faria para te ver
sorrir...
Eu chegaria onde só chegam
os pensamentos,
encontraria,dezenas de
 palavras
para te escrever...
Onde os meus berços quase
tristes
chegarão só para Ti....

Sabes que os anseios do
coração,
são muito mais para
mim...
do que as razoes, que
eu tenho
para contar.
Ainda que a realidade me
permiti-se....

As loucuras que eu faria
meu amor,
para te ter aqui.
ao meu lado...!
(reservado ao direito do autor)
Graça Bica. @.

Naquele túnel gélido,
onde a luz do luar nem se adivinha,
erguia-se,
na frente dos meus passos, 
o chão de areia negra movediça,
o teu olhar parado,
sem esperança,
o teu corpo dado ao abandono.
Um caminho impossível de ultrapassar,
mas já traçado...
com linhas sinuosas que não vejo,
sonho em deslumbrar,a tua mão
 ao longe estendida,
para guiar-me sozinha pela noite triste,e
 fechada,
onde não aparecerá o meu rosto...!
(reservada ao direito do autor)
Graça Bica.@.

A vida passa
cada dia mais de presa!

A vida passa como
 um dia de manhã clara,
beijando um dia de verão...
 Vivo fugindo do destino
que corre ao meu lado,
cada dia me distancio mais,
e mais...
afasto-me deste mundo
que não é o meu...
Vou caminhando num
noutro caminho, e
num outro destino,
sem pressa de olhar
para trás,
nem uma lágrima rola
pelo rosto,
Nem uma dor aperta
no peito.
 nem a saudade paralisa
 só, uma vontade de fugir,
fugir de mim...
(reservado ao direito do autor
Graça Bica.@.

O sol jorra pelas as janelas
em cascatas de luz, 
tépida, e difusa,
inclinei-me na direcção do sol, 
pareciam flores em busca 
de um calor meigo,que me faltava....
Eu continuo com os meus ouvidos,
cheios de promessas...
Onde só as almejo por míseros instantes,
 dum aconchego, de falar olhos nos olhos,
de saídas mordazes e traquinas,
de todo um pouco, que a vida deixou que levassem...
Hoje, é ultimo passeio a beira mar, debulhando o pão para alimentar as gaivotas, enrolei melhor o cachecol por causa da brisa fria.
Naquele silêncio do mar, eu. pensei nos meus pais.
Nos meus filhos ,neta, pensei em mim..!
Pensei em mais alguém ...
Caminhei alguns minutos em silêncio, torturava-me pensar o que ia na minha mente.
Será que ele também gostava...?
Há pequenos,momentos, que enchem o peito de amor, há outros ainda, mais pequenos, que deixam o coração penar de dor...!
Voei num escassos míseros segundos, se eu tivesse comigo uma tela, desenhava o teu rosto, com pedaços de madeira queimada, que o mar traz sempre para terra.
Talvez de outro jeito,com outro pensar...
(reservado ao direito de autor)
Graça Bica.@.

O meu grito foi tão
abafado,que só
pelo silêncio
percebi,
que não havia gritado.

O grito fica batendo dentro
do peito...

Caminhei no alvorecer,
até ao entardecer,
com o grito silenciado,
dentro de mim.
Os dias ganharam
raízes.

E o grito,
fica abafado ,
para não ser gritado,
no peito dorido
como um gemido,
abafado,silenciado,
contrastado.

A lágrima correu na
palidez do rosto,
o grito foi abafado, e
silenciado...
(reservado ao direito do autor)
Graça Bica.@.