segunda-feira, 13 de fevereiro de 2017

Estou deitada na sombra
das coisas que morreram
lentamente ao meu lado.
As pedras da vida,
a fúria do homem 
feriram-me os olhos,
 por evasão aliei-me
ao desengano.
A vida desceu como
uma cortina,
cegou-me como as rosas
bravas de Maio...
Estremeço aguada
dum pedaço do
meu passado.
E as visões que se apagam
sempre ao fim da tarde.
(reservado ao direito da autora)
Graça Bica.@.


Passei distraída pela
tua vida,
mas só me foi dado
julgá-la,e
quando me colocaram 
no ultimo lugar da mesa.
O empregado
serviu-me o jantar
como a um mendigo,
distraidamente afastado...
E no silêncio da minha alma
comi...
Não gosto de jantar separada,
mas a certeza de ninguém
me conhecer.
 Porque é que estou sentada
a beber o meu lugar vazio?
Tenho medo, que
me perguntem quem sou.
O pior de tudo é não poder ir embora,
e todos os esforços serem inúteis...
(reservado ao direito da autora)
Graça Bica.@.
Eu sou o caminho por
onde tu passas a
qualquer hora.
Eu sou a voz que te ouve
nas trevas da noite,
nas angustias e desespero,
nos gritos de dor e de prazer,
nas verdades e mentiras
por dizer!
Eu sou a voz que partilha
contigo,
todas as alegrias e tristezas,
toda a paz interior,
todo o carinho e amor,que
exteriorizas ,
todo o ar que engoles e respiras...
Enfim tudo aquilo que
te dá vida...
Poisa as mãos nos meus olhos
com carinho e fecha-os
 num beijo vago,e deixa-me
chorar devagarinho
(reservado ao direito da autora)
Graça Bica.@.