sábado, 14 de maio de 2016

Foto de Poesia da alma.
No vento da minha
alma,
resguardo o teu nome,
o peito não me deixa
chamar...
Acalento o teu perfil
na maresia do meu olhar,
Na quietude dos teus abraços,
Se o amanhecer vier,
e o sol descobrir
batizámos
os nossos beijos,
comungamos
os nossos abraços,
abraçamos o nossos
corpos,
lapidámos o nosso amor
em turquesa cor de mar..!
No caminhar do vento
percorrido da distância,
de margens separadas
amaciámos a distância,
no olhar do
nosso olhar...
guardado no peito.
Por vezes, a
soluçar...
Graça Bica
Estes dias de chuva importunam-me,
penso no mês do Maio
de outros tempos...

Quando compravas cerejas e as penduravas
em cacho nas minhas orelhas eu... 
vaidosa, passeava no jardim,
importunando as margaridas, cravos xaropes,
ervilhas de cheiros...
pavoneavam-se de mil cores, e mil cheiros...

O mês de Maio em nada se iguala
dos meus jovens anos de menina .!
Nos domingos ao fim da tarde
minha avo tios, e primos, vinham lanchar...
Tudo é diferente,
os cheiros deixaram saudades,
os canteiros que outrora floridos e cuidados ,
hoje jazem abandonados.
No tanque a água já não brota
a fonte secou...
As uvas mirraram nas vides, as macieiras secaram,
a casa que outrora nasci.
continua majestosa...
Dá todos os anos as boas vindas
ás andorinhas...
Graça Bica

O meu corpo
é uma paisagem,
do lado de fora
da janela do quarto.
 
Quando a noite se avizinha,
vejo o reflexo do corpo,
despido, 

parte em voo de ave.
Em busca de outras direcções...
O silêncio,é inerme ,
Os ponteiros do relógio
pararam....
na hora da partida
,
O velho relógio continua parado
da nossa distancia...

Chamo por ti...
É enorme a saudade,
que guardo na alma,
A vida,é uma estação,
aguardo a partida.

Graça Bica

domingo, 8 de maio de 2016

Dei conta do meu
tempo,
caminho na imperfeição
deste tempo.
Porque este tempo 
não se coaduna comigo.

O meu tempo é
uma ancora
de justiça,
um banir com retidão,
Na sequencia da certeza
não pactuo com omissos,
injustiças, deslealdades.

A voz conscienciosa
deu o alerta
sem minha
permissão.
Agradeço a todos que me
compreendem
sou mesmo assim ...
Sou a dona do meu tempo
Sou ....
Graça Bica

sábado, 7 de maio de 2016



Era fim de tarde
o sino da aldeia
toque a rebate.
Grita uma voz alucinante
que a Amélia está entre 
a morte, e o dia,
os vizinhos correm
desenfreados,
rezando pela a pobre alma
que padecia...
A Sr.Mariquinhas
com muita fé e
mesinhas
trazia os filhos ao mundo
Silêncio pairava no ar
um candeeiro de petróleo
com uma chama ténue
iluminava o colchão da cama
da Amélia.
Por entre dentes saiam ais
e zurros de dor ...
Um grito ecoou....
nasceu...
O primeiro filho da Amélia
Sr Mariquinhas abriu a janela
agradeceu as preces
ao povo da aldeia
e chorou...
Mais uma vida nasceu,
na aldeia nós seus braços....

GRAÇA BICA


Hoje tanto queria
ir ter contigo ,
invernar nos teus 
braços,
enquanto falavas de
coisas banais,
o teu bafo aqueceria
a minha pele...
Tanta coisa surgiria,
tanta doçura te 
daria
tantos arrepios
te causaria...
e tantas palavras
ficariam por 
dizer....
Ficaria-mos cansados
demais ...
Graça Bica.