sexta-feira, 10 de fevereiro de 2017

Será que só me sinto
bem ao per do mar!
Procuro-te nas algas,
nos destroços, 
que bóiam nas ondas,
dos restos dos naufrágios,
sobre as areias de
todas as praias,
batidas pelo vento.
Por vezes vejo-te
passar nas nuvens,
que vêem do sul.
para onde partiste.
São empurradas pelos
ventos de várias direcções.
Ainda penso, procurar-te nas
poltronas, nas almofadas,
na luz, e na sombra, de
certas tardes de verão.
E procuro-te no corredor,
onde se ouve o tiquetaque
do relógio da sala,que bate
 de quarto, em quarto de hora,
as badaladas.
Talvez do próprio tempo
que nele se condensou.
Ainda há retratos a óleo,
cheiros a alfazema,
e ainda oiço o
telintar das chaves que
por curtume fazias questão
que eu, as ouvisse,
para ficar há tua espera
sentada no sofá da sala.
Meia dormente com um livro
despojado no colo,
e o gira-disco a tocar um
tango argentino,
que dançava-mos antes
de nos deitar.
Como me recordo de tudo,
ainda com mais nitidez,
porque os anos
ajudam a refazer o passado,
quando à tanta coisa
guardada em mim...!
(reservado ao direito do autor)
Graça Bica.@.

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