terça-feira, 24 de março de 2015

Mares vivas.

Escondo a cicatriz do meu rosto
em pedaços de dor
devolvidas, nas mares vivas
descobrindo o meu pesar,
nos meus lábios do sol,
do vento salgado do meu refugio ,
sou uma voz que chora
sentada no colo da vida
de mim, mulher, ferida..!
sou, vazio cruel das horas,
a minha alma, declama,
a paisagem dos meus afetos,
como, o som duma guitarra motris,
sonora, traço firme de mulher
que sou..!
grito coragem, sou a voz que chora,
no lamurio dos dias,
e noites corridas,
sou  tristeza, que declamo
o meu poema...

Graça Bica.   
Meus olhos

Veem na noite,
que desses
para me beijar..! ...
meu corpo treme de frio,
de promessas por cumprir..
sabes?
que um dia acreditei em ti?
era madrugada,
beijaste a minha face.
na noite da romaria, dia de S. João...
foi o primeiro beijo, de tantos.!
que vieram, em todos os entardeceres,
e as frases construídas,
que abafamos, nas nossas bocas.
foste, o porto onde desaguava,
um tribul hão, de sentimentos,
 guardados no beijo...

 
Graça Bica

segunda-feira, 23 de março de 2015

FAINA DO PESCADR


Chorei na noite

Dos meus ais...
chorei na noite, que te ouvi cantar,
chorei quando acordei,
e vi os teus olhos a sorrir,
vigiando o meu corpo,
no bater do meu peito.
a tua boca, quis beijar,
o teu corpo torna-lo meu,
do sonho por desvendar...
castigas-te, a ninha pele,
do teu amor tarda-te, 
húmido da tua entrega,
ausente de suspiros,
não suspirados, ao meu lado,
tantos gritos abafados,
tantas lágrimas...
correram, no meu peito desnudo,
tanta saudades, agasalhadas,
nas noites de amor...
nos lençóis, da nossa cama...!

Graça Bica.
Acordei

 Já a manhã, estava desperta,
anunciava um dia solheiro,
a jorrar na minha janela 
do meu quatro, ainda coberto, ...
da noite de solidão...
dos recados dos sonhos,
ainda presentes em mim,
por despertar,
o baralho das ondas,
o grunhido das gaivotas,
eram a musica, que iluminava
o meu peito,
com sorriso nos lábios,  

nos meu olhos,
eram lanternas, que viram o brilho
dos teus olhos...
que despertavam, as manhãs.
solheiras, da despedida da noite,
dos sonhos por acabar ...

Graça Bica.
Ausência.

Nenhuma musica de amor,
pode entrar no meu coração,
estou doente, de ausências,
das notas melodiosas
de outrora...!
bordavam a minha vida,
de sonhos paginados,
em todas as folhas,
que descobriam,
os meus sonhos de amor,
cai doente, da tua ausência...
no meu peito,
saem jorros de dor,
as musicas já, não me falam de amor,
falam da saudade, cantada
no manto preto da vida,
com palmas de solidão,
e lágrimas de tristeza,
é o fado que me acompanha,

na vida sem ti...

Graça Bica.