quinta-feira, 2 de abril de 2015

Amordaçada.

Escondo o meu corpo
absorvido de desejo,
das, tuas mãos inquietas,
quando me procuras
para me tocar...
ando perdida,
no recanto da noite,
amordaçada para não gritar,
és o cais, da minha juventude, 
as tuas mãos desciam
para me acariciar...
mordias o desejo
num trincar, na minha pele,
e os nossos corpos,
se banhavam, no mesmo mar...
eras, o meu pescador,
eu, a tua sereia,
galgas as marés,
na espuma do prazer,  
em todas as noites
que descia a praia...

Graça Bica.
Estação das rosas


Ficas-te do lado de fora
da minha vida,
como um calor de sol,
nos dias de inverno,
onde os dias, dessem
pelo meu rosto,
e deixam cair, gostas de orvalho
dos meus olhos,
deixaste marcas.
de lágrimas, de riso...
que não habitam, a tantos anos
no meu olhar,
triste ,macilento, de dor,
na minha vida,
não houve estações, das flores,
nem as rosas abertas,
prenderam, o calor,
no meu rosto...

Graça Bica
Ó alma

Leva-me contigo,
ó alma da solidão,
devolve aos meus olhos,
tudo, que de mim tiras-te! 
fui mágoa, que deixas-te
em mim...
foi  rubro da solidão,
leva-me de olhos fechados,
para não ter medo de mim, 
os meus passos, não tenham
de estar próximos...
da verdade, amargurada,
onde não quero entrar...
deixa o teu corpo,
dentro do sonho, que amo,
como uma chama...

Graça Bica.  

quarta-feira, 1 de abril de 2015

Escrito 11/11/2OO2

Não sei como dizer-te,
que a minha calma desaparece,
na ausência, dos teus passos,
trago, a minha alma, perdida em luz,
segue o rasto da tua sombra ...
caminho sozinha, por entre os braços,
longos da noite...
entrego-me na ausência, ao teu corpo,
inventado,
começo a tocar o teu nome...
no silêncio, em mim,
o acordo da viola trina,
os desabafos, saem versos rasgados,
do teu corpo inventado
em mim...

Graça Bica.
 
Mãe

Não posso ser feliz
enquanto tiver o rosto
de minha mãe,
gravado no peito,
onde existe, ainda muita dor...
via, a minha mãe a caminhar
na minha rua, todos os dias!
escondia-se no meu peito,
as lembranças, que eu não consigo conter,
falsamente escondidas, no silêncio
da tua partida...  
onde os netos te chamam antes de dormir...
evadi-me da tua vida, não de ti...

Graça Bica.
 
Saudades de ti---------Escrito 6/11/2000

Tu partiste,

porque poentes caminhas agora,
tão devagar com nos sonhos,
onde tudo aconteceu,
tão de repente!
agora a minha vida corre lenta,
para te poder seguir sem pressa,
deixaste-me, num lamento de dor...
onde te sigo em lembrança...
tu partiste!
mas eu não consigo deixar-te...
trabalho as distâncias,
para ver, se surge uma réstia de luz,
qualquer coisa,
que eu possa compreender,
que, eu possa chegar ati
mas as palavras emudecem
no silêncio, já não há sons,
só o silêncio dentro de mim...

Graça Bica.
Olhar

Quando procurei,
o teu olhar, atrás da lua,
já, se fizera noite,   
e  meu olhar,
queria ver traves
dos teus olhos,
queria descobrir,
o teu mundo,
enxergar o porquê?
de me trocares!
o nosso amor,
não era  libertino,
como os casais
de pardais,
que nunca dormem,
no mesmo beiral,
fomos conselheiros,
dos desabafos...
entramos, num tempo,
para abençoar, o nosso amor,
ascendi todas as velas,
em prol de ti...
do teu mundo, onde passeias,
sem mim... 

Graça Bica