terça-feira, 5 de maio de 2015


Promessas.

Deixaste-me iluminar
pelo brilho que irradiava,
dos teus olhos! ...
e neles adormeci,
como as lembranças que guardo
dentro de mim!
de tanta ternura, e tantos sorrisos!
encostei o meu rosto
à tua vida!
abraçaste-me com o teu silêncio
e nele permaneci!
noites dias e anos,
a descansar os meus olhos!
tanto tempo que deixas-te
de pensar em mim !
pergunto-me por onde eu fico?
se não tenho permissão de trilhar
esses caminhos?
mas esquecer-te,
já é tarde demais!


Graça Bica

domingo, 3 de maio de 2015

Não sei
qual é o meu nome?
nem ouço,
quem por mim chama!
nem os sons do vento,
eu sinto,
avisto um rio ao longe,
com uma grande correnteza, 
o meu corpo treme sedento
da água que canta no rio,  
galgando as margens apressado,  
os meus olhos choram
da distância!
o sonho correu pela liberdade,
as angústias esvaziaram o meu peito,
fiquei tão leve,  tão sozinha de mim!
que o meu corpo flutua
despido!
 

Graça Bica.
Mãe

Quero correr,
para a minha vida antiga
como se corresse, para colo da minha 
 Mãe,
queria, os doces que me davas
quando ralhavas comigo,
queria, pegar no teu braço
enrosca-lo em mim...
queria, chamar pelo teu nome.
olhar o teu sorriso,
pedir para me cantares,
aquela canção,
queria sentar-me no teu colo
enquanto brincavas com
o meu cabelo,
e contavas, a história da
joaninha,
tão linda e redondinha,
queria, correr para ti minha
Mãe,
queria pulsar na minha vida,
como feto,que precisa da barriga da sua
mãe.!
corri no tempo, apressada para
me tornar mulher,
hoje, doaria a minha idade, para
ser pequena,
e sentar-me no teu colo
Mãe.

Graça Bica.

sábado, 2 de maio de 2015

Quando o meu peito
Despertou.

Trousse  saudades, 
e as lágrimas misturaram-se,
no refúgio do meu peito, 
olho-te numa  fota,
que adorna a mesa
do meu quarto,
 adormeço  contigo,
e acordo a olhar para ti... 
senti por momentos
que estavas tão perto de mim... 
que os nossos hálitos
se misturavam,
e o teu sorriso
vinha de encontro ao meu,
conversei com o teu olhar,
contei-te o que eu fazia,    
o que meu corpo sentia,  
desde o dia que nos separamos!
vivo sozinha, neste tempo,
tão mordaz, como o desalento, sofrido feito tormento,
que o meu coração agoniza       
vejo o teu olhar perdido,
tão perdido como o meu,
sempre que olho para ti...

Graça Bica
   

sexta-feira, 1 de maio de 2015

A manhã
entrou,   
pela minha janela
adentro,
estremeceu, o meu dormir,
tocava o mesmo
disco,
que toca, a dezenas de anos
 e a mesma musica,
que acorda e adormece
comigo,
não te esqueças de mim !!!
é impossível esquecer-te?
andas em mim,
todos os dias...
foste o meu único amor,
tecemos do mesmo linho,
fabricámos o mesmo amor,
adormecemos no mesmo
leito,
acordávamos na
mesma alvorada,
tu, e eu, meu amor,
Graça Bica.
Perdida
no meu mundo
abandonado,
eu quero companhia
amor!
na planície das árvores
nuas,
o silêncio torda os ouvidos
de incompreensão,
de tortura sem razão,
do desfiar vozes
ao vento...
da angústia do momento...
 ao longo a tua imagem
em mim...
desesperada no meu mundo 
inacabado.
Graça Bica.

     
Queria ser  
a tua guia
caminhasse
nos teus passos,

mergulhados
de recordações   
de braços dados,

caminhamos
na terra batida
do jardim,
 
as folhas 
desprendessem
dos braços
das arvores,

e repousam
 no chão. 
cobrem
as sombras,

de nós os dois
andantes fugindo
dos outros,     
 
para encontrar
um espaço
para nós os dois,


Graça Bica.