segunda-feira, 11 de maio de 2015

 Os dias

Percorrem lentos,
como são lentos
os meus dias!
o vento chora
nós meus olhos. 
enquanto morro
de frio,
as árvores descobrem
as folhas,
resguardam o meu pranto, 
eu morro
de frio,
o sol teima em aquecer-me
mas morro
de frio,
a luar reguarda o
meu corpo,
continuo a morrer
de frio,
meu corpo cai,
de frio!

Graça Bica


Passei na vida a correr.

Não sei se fugi de ti ?
se foste tu,
que me fugiste ?
passei anos a procurar-te
em todos os recantos,
e ruas, que tinha na nossa vila!

Mesmo no miradoiro
junto ao chafariz,
esperarei!
procurei-te intensamente,
em todos os homem,
que corriam apressados,
imaginava que era assim
que chegavas ao pé de mim!
no bilhete que um dia
me mandas-te,
não marcava hora,
nem dia nem ano?
como poderia dizer-te
que sentia  a tua falta! 
no silêncio, vagueio
pelas ruas de outrora,  
pensando que nunca
me deixarias...
estava enamorada de ti...

Graça Bica
 

domingo, 10 de maio de 2015

Silêncio no peito.         ( Poema, a sair no próximo livro)


Se eu tivesse
qualquer culpa do passado?
aí...
como se eu tivesse !
como  compreenderia
a minha vida agora!
como tudo se resolveria
na parede da minha alma ,
tudo serenava em minha vida,
como seria corrido este meu viver...
se eu tivesse culpa?
teria uma rezão para resolver,
as culpas do passado,
que caminham no presente,
atormentam os dias
e alongam-se  nas noites, 
se eu tivesse como as resolver!
daria a minha vida
para voltar ao teu passado,
se eu tivesse culpa?
tudo se resolveria
amor.

Graça Bica.

sexta-feira, 8 de maio de 2015

Havia no espaço.
 
Um vente morno,
as nuvens vagarosas
contorciam-se
no movimente,
entre o anoitecer
e o amanhecer,  
os meus olhos... 
ficavam transparentes
de lagrimas,

A janela do meu quarto,
embaciara,
com os meus suspiros,
que afogavam
o meu peito,
vi há distância uma silhueta,
esguia vinda na direção da casa,
os meus olhos cansados de esperar,
derramaram, as últimas lágrimas,
no meu peito ficou quieto,
o meu grito ficou calado,
a minha boca não se abriu 
tu passa-te no silêncio,
os meus olhos seguiram-te
até se cansarem...
deixei de ver a tua imagem,
aplaudi-te como o homem
do tempo...
guardei-te no meu olhar.!

Graça Bica.    
   
   

quinta-feira, 7 de maio de 2015

É enorme o silêncio!

Que vejo no teu rosto,
pálido e cansado,
nada me surpreende
a tua solidão
é desajustada, com a minha,
as saudades que sobrepõem 
no teu rosto magoado,
agonizam o meu olhar,
com um grito de dor!
e não deixa sair...
há qualquer coisa em ti,
que quero entender,
talvez seja a imensa vontade
de procurar os teus beijos,
mas, o teu rosto tem a tristeza
da tua alma ,
eu chego a pensar
que me faltam as lágrimas
para atravessar até ti!
amor...  
Graça Bica.   
Nestes últimos dias

A chuva anda teimosa
em deixar descobrir o sol!
os meus pensamentos ficam
descobertos para racionar,
o meu peito fica mais afoito,
o pensamento mais arredio,
as lembranças de tudo
que conversámos,
ficam despertas...

Não quero saber,
o que ficou adormecido
no teu peito!
o que o meu guardou,
desvaneceu,  
não sei qual a  rezão?
nem o porquê?
das  missivas
com o meu nome! 
gosto do meu recanto,
onde adormeço,
e não gasto a memória
de falar por falar,
a minha vida é tao minha! 
passo por ela tão devagar,
por vezes é corrida
que me desprendo dela ...!

 
 Graça Bica

terça-feira, 5 de maio de 2015

Nos dias que saio.


Para me procurar,
perco-me de ti!
a minha mente toldas-se
com mil fantasias por definir,
a primavera corre no tempo,
os dias estão quase iguais,
as manhãs despertam com sol,
orientam-me, a imensidão
o que os meus olhos podem abranger ,  
os campos floridos,
 o cuco a cantar, o vento a soprar
ao abrir a janela do meu quarto,
mesmo que as nuvens de solidão
se apoderem de mim,
eu canto alegria ,
estou enamorada de ti ...
os momentos que se fizeram meus
são os teus também...!
as nossas conversas,
pela noite adentro,
com risos e gargalhadas,
é prenuncio que estamos felizes !
caminhamos numa meta definida,
como quem caminha,
numa estrada reta,
no mesmo sentido de orientação,
com o mesmo respeito na vida,

Graça Bica