terça-feira, 26 de maio de 2015

               
Se Tu não existisses
 
Porque existiria eu?
para vagar num mundo sem ti,
sem esperança, e sem lembranças,
E se tu não existisse?

Eu teria que te inventar amor,
como nascem as flores
de múltiplas cores,
como gotas de orvalho
que alimentam das matizes,

Se  tu não existisse!
eu seria, uma folha de papel,
embrulhada e adormecida
nós teus braços,
seria, somente um ponto a mais,
neste mundo que vem e que vai
e me sentia perdida!

E se tu não existisse?
eu não te encontraria
vagueava num mundo sem ti!
sem esperança e sem lembranças
eu preciso de ti!
porque te quero,
sempre junto de mim!

Graça Bica        

segunda-feira, 25 de maio de 2015

Amor
Já gastei as palabres
quando te chamava amor,

Quando escrevo, não leio,
as palavras gastei-as
em todas as cartas e poemas
que escrevi...
em todos os sentimentos
que abracei,  soletrei amor... 
hoje, o tempo corre tão depressa,
mesmo que queira escrever amor,
as teclas estão gastas 
passou o tempo
o amor adormeceu,
no peito dormente!

Graça Bica



Respiro o ar
que inunda o teu corpo,
de tão afoite
é a minha vontade!
e com pressa, é minha liberdade
das horas que o vento envala
e sacode o cheiro para mim...

Respiro o teu corpo:
sabe a lua-de-água ao amanhecer,
ao sol que queima, ao entardecer,
sabe a luz mordida, escurecida
sabe a brisa nua,
que aparece em mim...

Sabe a rosa louca, que nasce
no beiral, ao cair da noite,
sabe a pedra amarga, de agua e sal,
sabe à minha boca,
de  beijos mordidos!

Graça Bica.

domingo, 24 de maio de 2015

O sol
 
já se havia
deitado,
e tu sem chegares!
não sabia mais
o que pensar?
nem, as minhas palavras
aflitas saiam,
estavam pesarosas,
de angustia.
enquanto, o meu peito
inquieto suspirava
de saudade,
gritei o teu nome,
na escuridão
do meu leito,
os meus olhos molhados com lágrimas
adormeciam sem ti...! 
as manhãs descobriam
o meu corpo cansado 
da tua espera, 
e a noite, se ia deitar...

 Graça Bica
O Silêncio

Hoje nenhuma nota musical,
poderá viver em mim!

 Um som de um tambor,
anuncia a minha partida,
os meus olhos já não brilham,
choram dentro de mim!
anunciando, que a primavera não virá,
para iluminar o meu olhar,  

Os poemas saídos,
 da minha alma
serão recordados, no dia
que chorarem por mim,
regressarei para o exílio,
levarei comigo ,o sonho que vivi,
os projectos que deixei de cumprir,
serei elevada para os cânticos
que exaltam a beleza da noite,
partiram comigo!
o mar, o grunhido das gaivotas,
o por de sol, com o manto de oiro,
esparramado no horizonte,
da minha saudade!
os meus sentidos partirem,
e não voltaram acalentar a dor,
o mistério da vida, a ilusão do amor,
onde se faça jus a minha presença.
porque o passado morre em mim...

Graça Bica

quarta-feira, 20 de maio de 2015

Luto

Fiquei lavada em lágrimas  
naquele fim de tarde!
a dor atingiu o meu peito, 
e o medo se embrenhou em mim! 
colhia flores no campo dos madrigais,
aragem esfriou,
e o meu corpo tremia,
a minha calma desapareceu,
nos cantos dos rouxinóis...

Na lagoa, o varo-lho das rãs,
enlouqueciam o meu pensar,
estava tão só, dentro de mim...
os meus aís foram levados nas nuvens
o meu sofrer tropeçou em mim.!

Enquanto chorava ninguém me ouvia!
as nuvens tardias desciam na noite, 
turvavam o luar e ninguém me via,
chorava  só, num lamento,
numa prece saída do peito sofrido,
de tanto te ter amado
um amor fugidio,
por mim reclamado,
e tanto sofrido...


Graça Bica
              

terça-feira, 19 de maio de 2015

Em todas as luas

Que meus olhos beijão,
o teu rosto esta olhar
para mim!
os teus olhos brilham,
para iluminar os meus!
o meu desassossego
labuta no meu peito,
a minha vontade de te querer
afoga-me a respiração!
tudo é lindo...
as luas anunciam as mares,
os rios transbordavam para o mar...
e eu sozinha,
deitada na areia, olhava para ti!
tu sorrias,
eu, atirava-te  beijos
soprados no vento,
abrias a tua boca para os receber,
riamos os dois, enlouquecidos
do nosso amor...
fantasiados com os sonhos,
quero repartir contigo,
em todas as luas, tuas e minhas
meu amor!  

Graça Bica