sexta-feira, 29 de maio de 2015

Amanhecer

A vela da manhã entrou
pelo meu quarto adentro,
com ela a luz da felicidade,
que tinha esquecido a anos atrás...
com ela entrou a brisa do mar,
os cheiros inolvidáveis,
dos tempos que eu era feliz,
as recordações da minha vida,
de mulher amada, filhos pequenos,
das brincadeiras do sorriso franco,
da ternura da vida,
da felicidade em pleno,
mitiguei tudo, com sabor a mel,
que meu coração e mente albergaram,
de décadas passados...!
guardado na caixa das recordações,

Que vivi...
outrora de mulher feliz!
o limite do tempo apagou,
a luz do quarto da felicidade,
e voltou para o horizonte,
eu, mulher amada ainda sentada
na velha cadeira de balouço
estremeci...!
o lamento do meu coração
regressou, a vela acabou,
a dúvida do momento, de dor
dos dias que teria que percorrer,
na incerteza de voltar amar...!

Graça Bica

quinta-feira, 28 de maio de 2015

As saudades

Batem na alma,
e o coração 
descompassadamente
grita o nome,
do meu amor!
não sei que dizer à saudade,
nem tão pouco, as noites
que visitam o meu corpo,
e ao som da madrugada,
que a cotovia deixa romper...
esvaziei o orgulho,
da tua ausência sem retorno,
as noites aflitas continuam
a chamar...
quero adormecer no tempo,
nas ondas no alto mar,
com a brisa, para refrescar o meu rosto,
e enxugar as lágrimas derramadas,
estou sempre ao teu lado,
nas noites curtas da solidão,
em que adormeço... 
abraçada a ti...

Graça Bica.  
Não sei como dizer-te;

Que a minha calma desaparece
na ausência dos teus passos,
minha alma perdida,
segue o rasto da tua sombra..

Caminho por entre os braços
longos da noite,
entrego-me na ausência,
ao teu corpo inventado,
começo a tocar o teu nome...

Acordo nua no silêncio,
e o amor começa a doer,
como uma rosa,
que fere com os espinhos,
rasgo os meus versos,
no gélido oceano dos teu sentidos,
e fico perdida... 

Graça Bica.
Caminhei

Silenciosamente pelos
recantos da tua vida,
paginei o teu corpo
com pedaços de mim...
todas as brincadeiras 
da meninice, do nosso crescer
acompanhou-nos,
no entardecer da reta final...!

Poderia escrever mil páginas,
não as lérias durante anos
que vivo neste sofrimento,
as manhãs, começam
e terminam com as minhas
lágrimas,
chorando por ti!
não sei descrever se é saudade?
se é falta, quê eu tenho de ti?
ou de ainda,
de tanto te querer!
Amor,

Graça Bica

quarta-feira, 27 de maio de 2015

Na falésia
da minha vida,
há um segredo guardado
um nome por dizer,
um rosto por descobrir,
um abraço, ainda por separar...

Um olhar por decifrar,
que dói, ainda!
a cada minuto que se esvai,
em cada fenda
que deixa entrar,
a chuva, e o frio do sol!
só as primaveras,
onde o teu amor e o meu,
 se abraçam como roseiras bravas,
o rosto das pedras...
onde a imagem esconde de mim
o olhar por decifrar,
e o abraço por separar...

Graça Bica


   
Passei a tarde
a desenhar-te!

Pintei o caminho dos teus dias,
para que ao atravessa-lo
nenhuma pedra te ferir,
pintei a primavera,
as árvores, flores! 
pintei o teu rosto,
com as lágrimas da minha saudade,
pintei as rosas
que via no jardim, 
foi um começo de horas,
de outras vidas... 
estou cada vez mais imparcial,
imprevisível...
vivi realidades
que não mais me pertencem!
quando foi ontem,
para não ser hoje ...
quando fui outra, para
 não ser eu...
viajei por dias inventados...


Graça Bica

terça-feira, 26 de maio de 2015

A vida
sem o teu amor
é uma carta lisa sem nada para ler,
é um jogo de palavras, sem respostas!
sem o riso nos lábios,
e tua boca fechada
sem prenunciar o meu nome!
é como o céu sem estrelas,
e o universo despido sem luar!
porque me fazes tanta falta amor_?

As jarras estão vazias sem flores,
o meu coração é um lamento,
sem ver os teus olhos, cor de amêndoa.
a sorrir para os meus...
a tua ausência, faz mal a minha alma!
a vida não tem sentido,
todos os caminhos não têm fim!
vivo num campo agreste,
sem água para o adubar,
o pó segou os meus olhos
incessantes da tua procura! .
que faço da minha vida sem ti?
que alento tenho para caminhar,
despojada do teu amor!

Graça Bica