sábado, 7 de maio de 2016



Era fim de tarde
o sino da aldeia
toque a rebate.
Grita uma voz alucinante
que a Amélia está entre 
a morte, e o dia,
os vizinhos correm
desenfreados,
rezando pela a pobre alma
que padecia...
A Sr.Mariquinhas
com muita fé e
mesinhas
trazia os filhos ao mundo
Silêncio pairava no ar
um candeeiro de petróleo
com uma chama ténue
iluminava o colchão da cama
da Amélia.
Por entre dentes saiam ais
e zurros de dor ...
Um grito ecoou....
nasceu...
O primeiro filho da Amélia
Sr Mariquinhas abriu a janela
agradeceu as preces
ao povo da aldeia
e chorou...
Mais uma vida nasceu,
na aldeia nós seus braços....

GRAÇA BICA


Hoje tanto queria
ir ter contigo ,
invernar nos teus 
braços,
enquanto falavas de
coisas banais,
o teu bafo aqueceria
a minha pele...
Tanta coisa surgiria,
tanta doçura te 
daria
tantos arrepios
te causaria...
e tantas palavras
ficariam por 
dizer....
Ficaria-mos cansados
demais ...
Graça Bica.

terça-feira, 22 de março de 2016



Ao entardecer,o sol esquiva,
pelas nuvens soltas,
sentei, numa duna
na praia,
o sargaço inundou o meu
respirar,
as gaivotas distraídas
perturbavam o silêncio....
Deixado no peito
a mercê do tempo.
enraizado a décadas,e
soluçando nos anos.
As gaivotas,iam
salpicando o sargaço
para comer.
O mar estava calmo, a
ondulação espirrava
abraçando o extenso areal.
Recordei.palavras
de profunda tristeza,
guardadas há
anos.
Hoje os meus olhos brilham
a cada momento.
que antevejo, os dias do
amanhã...!
Graça Bica


Inventei para ti
um nome.
De Silêncio!
Como um mar profundo,
baloiçando de algas, 
onde os gestos
se perdem
entre ti, e mim.
Sem terra ,sem céu,
sem corpo
a separar-nos.
Deste-me seis meses
de separação,
seis meses sem ouvirmos
as nossas vozes.
Num luto gelado
estão os nossos corpos
aprisionados!
Vão-se afogando
quando o amor se for
embora,e
ficará apenas um nome,
o teu de silêncio.
lentamente
Graça Bica .



A alma que foge.
sem paz.
O vento sopra agreste,
sacude
as folhas mortas.
O inverno aproxima-se
os dias esmorecem.
das árvores
A lareira acende
o dia inteiro,
aquecendo, a alma
a quem precisa.
As velas
iluminam as almas.
Desenham nas
paredes varias
sinais...
Pela janela avista-se
um vulto,
fugindo de alguém,
grita, pedindo ajuda.
A cor do lume
chama a alma.
a alma penada
corre, no tempo
já sem alma...
Graça Bica
Foto de Poesia da alma.
É enorme o
silêncio
no meu rosto,
no jardim em
que passeia coberto 
de jasmim,
uma dor aguda no peito
me sufoca ,a visão fica
turva deixo de ver...
Procuro e nada me
sossega...
nem os raios de sol me
conseguem beijar,
a noticia lenta,
me invade,
as marés revoltas
fustigam
o meu corpo caído
neste silêncio cruzado.
O dia amanheceu,
nem tu,
nem o teu amor,
consegue resgatar,
este silêncio.
que acorda,em
mim....

Graça Bica.


Ao passar,numa rua
sem nome,
ouvem-se murmúrios,
de verdades
desvendadas. 
Bailam lembranças,
da casa que foi outrora,
onde se ouvia
um piano a soluçar...
As melodias rezavam
tristeza,
nas janelas as cortinas
já não têm cor,
a luz que outrora se
via sombria, de amores
despedaçados em fragmentos
de pó.
O piano está mudo,
a casa já não tem,
mais sombras,
as pedras hoje
caídas em pedaços
no chão..
Uma voz chora
baixinho...
Tenho-me a mim só!
Graça Bica