sábado, 23 de setembro de 2017

Cruzo aquela a rua,
sem nome,
estreita e sombria.
Com casas magras,
pequenas e pálidas,
ao cimo da rua avisto a montanha,
que se ergue frondosa
no horizonte,
avisto a lagoa,
com patos bravos,e canaviais.
O por do sol reflecte
nas aguas,
tom avermelhado,
e rasgos de ouro denso,
as estrelas ainda encobertas,
iram brilhar no firmamento
com as cores da dança.
Relembro as noites de verão,
na montanha,
o som dos mochos,dos corvos
das aves de rapina,
esvoaçarem de ramo em ramo,
de vez em quando,
ouvem-se os cascos das cabras
dos javalis ,dos bodes,
rompendo pelo trilho.!
Todos os anos volto,
mas pouco importa,
é sempre hoje, amanhã,
pela primeira vez.!
Ali, estivesse a montanha,
o céu azul,a névoa,
a se esgueirar,
sobre o lago e canaviais...
Graça Bica.
(reservado ao direito de autor)

sexta-feira, 22 de setembro de 2017

Homenagem.
Pai dos meus Filhos.
Que honro e zelo,com eterna saudade..!
Sinto-me sozinha, 
neste café repleto
de diferentes pessoas,
indiferentes.
Sinto-me sozinha ouvindo
os gritos docemente
inacabados,
que chegam pavoneados
de amor,entristecidos.
Sinto o peito bater
descompassadamente
ainda...
como eu me lembro.!
Dilaceram-me
ainda,
aquelas imagens dum corpo
prostrado, inerte,
na cama fria de gelo,
deixei-te...
Adormecido
quase morto,
com teus olhos de gelo
cor de mel.!
Fiquei nua de sentimentos,
desse homem,
que foi meu.!
Perde-se agora, nos caminhos
da distancia ...!
Até ao reencontro Amor.!
Graça Bica.
(reservado ao direito do autor)

quinta-feira, 21 de setembro de 2017

Passei a vida sentada num canto,
olhar para não sei onde.!
As fúrias do silêncio mal humoradas,
corriam com destreza,para abraçar 
a imagem que guardei
de ti.!
Estou tão pálida...
olhando o espelho que adorna a sala
vazia de ti.
A luz torna-se espessa, os pássaros
começam a recolher,
para as madressilvas,
e ninhos nos beirais.
O sino do campanário,
desfaz as badaladas das trindades.
Arrasto-me passada-mente para a cama.
O luar entra pela janela sem cortinas,
incidindo sobre a mesa quase nua,
só. com o meu diário,
onde gatafunho palavras, e mais palavras,
com os olhos marejados de grassas lágrimas,
são as palavras que te conto
antes de adormecer...
Estas lágrimas são minhas!
Que me atravessam todas as noites
antes de dormir Amor...!
Graça Bica.
(reservado ao direito de autor)

quarta-feira, 20 de setembro de 2017

Um poema meu, a ser lançado no próximo livro!
O ar cheira tão doce...
Hoje em dia quase não chove 
sobre mim.!
Na maioria das vezes,sou tão sã,
que não posso reclamar,
dos teus trovoes,fortes
que caiem sobre mim.
Estes últimos dias.
Lembro-me de permanecer
ainda jovem...
ainda posso açucarar a minha vida
com moderação,
é, por vezes um pouco trágica,
tu, não sabes o sortudo que foste
partir antes de mim,
meu amor..!

Costumo sonhar contigo,
e respiro fundo,
antes de adormecer...
Sei que estás por aí em algures,
mas, muito perto de mim!
Graça Bica.
(reservado ao direito de autor)

quarta-feira, 13 de setembro de 2017

Foste entrando em mim
de mansinho,
como um sol vindo do oriente,
Inundando suavemente,
as rugas da minha face,
uma luz tímida e transparente,
aguando as primaveras da nossa vida.
Vieste como uma flor desabrochando lentamente
desnudando a beleza das suas pétalas.
tomaste os meus sentidos
como uma doce brisa,
agitando a folhagem densa do meu refugio.
Foste-me envolvendo num calor há muito desejado,
como um perfume forte e intenso.
Fizeste-me escutar a água cristalina da ribeira,
que corre veloz-mente para o mar...
Trouxeste-me a memória aquela força
de viver…
adormecida,pelo tempo sem ti.
Vieste de mansinho, como um vinho,
embriagaste-me a minha sede de amor...
Fizeste-me viajar no sonho sulcando,
de mares e céus desconhecidos...
Deste-me a arpa do espaço,
e a música suave do amor,
fomos um só,
abraçados nós desejos,
dum sonho,tão perfeito,
tu partistes...
Sem palavras nem despedidas.
Envolto no teu adormecido,
e belo sorriso,
num até sempre, de um fim de tarde...
O sol beijou-me,doente e pálido...
Graça Bica
(reservado ao direito de autor)
No silêncio do mar,
as gaivotas grunhem,
grito, os meus ais...
no incolor das águas
onde reflecte um rosto 
que penso ser o meu.
Um corpo translucido nada
com braçadas cansadas,
e as gaivotas silenciaram...
ouço aquela voz distante,
que me fazem recordar as conversas
deitadas na areia
ao fim da tarde.
Nós dias de verão,
antes do sol se esparramar
no horizonte,
cor de ouro,astuto fica
em silencio,
emudecendo os meus ais...!
Graça Bica.
(reservado ao direito da autora)
Falo constantemente
de ti..!
Falo porque ainda te guardo,
debaixo da manta que me cobre!
Escrevo dores,
com quem não consigo
estar,
e sonha sem saber...

É de ti amor,
que regressam a vozes das multidões,
que falam,
e chegam maneira-mente,
como o som das ondas batendo
nas falésias.
Falo de ti,
a toda a gente,
e faço os meus poemas
com a mesma agitação
que falo.
No dia,em que deixar
de escrever,
as historias perdidas,que me sorvem
vagarosamente e me aniquilam,
estarei perdida em ti...!
Graça Bica.
(reservado ao direito de autor)
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