sábado, 21 de março de 2015

És tão real

Que nenhum poema,
tem lugar em mim...
como o teu corpo,
é, em ti que nasce,
todas as primaveras...
os meus, desvaneios,
em que te incluo,
és poesia que dança,
comigo..!
e cantas, quando vens
para os meus lábios,
só ,para te celebrar
todas as coisas
que existem,
as tuas mãos trouxeram,
o tempo, por inventar,
e nunca se encontraram
no tempo...!
 em que escrevo
poemas de amor

Graça Bica.
Prendi-me

Na noite da ilusão,
vinha descalço
pela porta do enigma,
eu amava-te, tanto...!
porque tinhas em ti os mistérios
do nosso amor,
a noite desceu contigo,
para te esconder de mim,
eu, continuei a amar-te,
entre os sonhos fugidios,
como quem galga as margens
de qualquer rio,
esperando sempre por ti...
só eu, te reclamo,
tornei-me guardiã das estrelas,
do rio solitário, que chame por ti,
enquanto eu,
solitária, gelada, e triste
as sombras que me amaram
já não existem, e
as outras sombras,
veem até mim...

Graça Bica.


Choram

Os meus olhos choram,
ao anoitecer,
não quero, recordações do passado,...
nem quero, pensar em ti...
mas,ainda és meu presente...!
que decalca, o meu caminhar,
dos passeios a beira mar ,
e quando pedíamos a lua,
para esconder, os nossos corpos,
da intimidade, dos nossos beijos,
numa oração, comungada,
no lamurio, dos dias,
corres na sombra, do meu rosto,
já, descuidado pelos anos,
e meus olhos cansados
de chorar por ti..!  
ainda não respiro, sem o teu pulmão,
queria caminhar no tempo,
escondida, nos teus olhos,
para os meus, não chorar,
em todos os anoitecer


Graça Bica.

sexta-feira, 20 de março de 2015

Mãe

Queria correr,
para a minha vida
antiga, ...
como se corresse, para
o colo da minha
Mãe,
queria, os doces que me
davas,
quando ralhavas comigo,
queria, pegar no teu
braço
enrosca-lo em mim,
queria, chamar pelo teu
nome,
olhar o teu sorriso,
pedir para me cantares,
aquela canção,
queria sentar-me no
teu colo...
enquanto brincavas com o
meu cabelo, e
contavas, a estória da
joaninha,
tão linda e redondinha,
queria, correr para ti minha
Mãe,
nu pulsar, da minha vida
como feto, precisa da barriga da sua
mãe.!
corri no tempo, apressada para
me tornar mulher,
hoje, doaria a minha idade, para
ser pequena,
e sentar-me no teu colo
Mãe.

Graça Bica.
 


 



 

Comecei a ler
os teus olhos,
nos, teus olhos,
li a tua alma ..
cansada, das madrugadas,
que eu, não estava ao teu lado,
escrevi, tantos versos de amor,
cantei na lua cheia,
conjuguei perfeito, com imperfeito...
poste um nome, de ausência !
caminhei noites sem dormir,
os meus pés sangravam de dor,
em todos os muros,
que amparavam, o meu corpo,
chorava, tremendo de frio, 
os meus olhos leem,
no silêncio da noite,
escrevem na luz do luar,
és ausência em mim...

Graça Bica.