terça-feira, 26 de janeiro de 2016

Sinto-me só!
O mudo gira
a minha volta,
e eu tão só.

Os pássaros cantam
ao amanhecer,
o sol ilumina
a tristeza desce
feita um véu,
em meu redor.


Eu, estou só!
Os meses passam
as luas correm,
as estações
dispersam-se,
as marés mudam
estou só.
 
O rio corre veloz,
acariciando as pedras,
salpicando,
gotas de prazer,
para se ir abraçar
ao mar..

 Eu continuo só.
Só neste quarto,
nestas paredes
descuidadas,
pelos anos,
com cortinas
já sem cor,
na cómoda
existe um retrato
desgastado,
pelas lágrimas.
Sinto-me tão só !

Graça Bica

segunda-feira, 25 de janeiro de 2016

Foto de Poesia da alma.Dentro de mim,,
escorre o tempo
taciturno,
que nem sol
deixa raiar.
A luz da lua acabrunhada,
chora,
a melancolia
do meu pensar...

Os pássaros sacodem
as asas,
em voo
atordoados,
com o alarido mudo
do meu olhar.
Era um domingo de
ABRIL.
aproveitaste a minha
fraqueza,
deixaste o meu céu,
cavaste o meu peito.
Deixaste-me
sem respirar,
sobrevivi, a
mil chuvas de espinhos.
a mil noites,
sem o meus olhos
fechar.
Mil dores
contorcidas com
lágrimas,
que no meu leito
secaram.

Apesar de tudo,
sinto-te amor..
Neste coisa
maldita
que corroei e
deixa marcas.
Chamada Saudade
de ti ...
Graça Bica

sábado, 23 de janeiro de 2016

Porquê esperar pelo sol,
se a lua vadia
não aparece !

Porquê?
que eu escrevo
e remanseio
os meus poemas,
com palavras soltas
escritas no vento, 
dum vazio enorme
que que consome
dentro das letras...

Mergulho nas noites
o murmúrio das baladas
cujos acordos
me recordam de ti!
anunciam o meu pesar
porque são para ti.

Estas letras combinadas,
que falam de amor,
de desespero e dor
e não se esgotam...

Graça Bica .


Olhos fechados
respirei a madrugada ,
deitada sob o teu peito
naquela praia,
que um dia batizamos,
como nossa!

 
As gaivotas,
sobrevoavam grunhido,
da nossa felicidade..
O tempo era nosso.

Desfaziam-se os
nossos beijos
nas ondas do mar ...
o por do sol
acolhia-nos,da magia
do que era o nosso amor...
Éramos um universo,
um manto quente,
de amor,
um refugio de ternuras,
e segredos...
Desaguavam
dos nossos corpos
enlaçados,
longos suspiros...
Naquele praia nossa
com um extenso areal...

Graça Bica

sexta-feira, 22 de janeiro de 2016

É, no sopé da serra
vestida de neblina, e
embebeda
pelas noites,
te ouço falar ...
baixinho.

Por vezes cantas
num lamento
sereno.
Falas dos caminhos,
do musgo que pisaras
ao longo da Inocêncio
dos silêncios ...
Abraço o silêncio,
de sorrisos e fantasias
e olho para ti
apenas.

O ar o teu rosto
através da janela
entrelaça em mim
as fragrâncias,
do pinhal...
A neblina, ainda cobre
os dias de um silêncio
abismal.

Graça Bica.

quinta-feira, 21 de janeiro de 2016

Escondo a cicatriz
no meu peito.
Com pedaços de dor.
como escondo o dia ...
para não correr.


Há uma voz que chora,
sentada no colo
da minha vida,
no vazio cruel
das minhas horas.

É neste silêncio
que procuro ler. as
mensagens da minha vida,
é neste silêncio.
que eu alugo pedaços
de ti.
Revejo pedaços
da minha vida,
e dos filhos.
grandiosa,e inatingível.
que passou depressa demais.
Hoje, galgo espaços de mim
alguns já tarde de mais...

Graça Bica
Foto de Poesia da alma.Uma folha de papel
amarelecido pelos anos...
Não sei o ano... Era, mês de Maio
Feira Anual na Vila.

Prendi os cabelos
escuros e longos.
os nossos olhos
cruzaram-se,
fiquei envergonhada.
Os teus olhos cor
de amêndoa,
de um sorriso tamanho
rasgado, olhavas-me
compenetradamente
Sorrateiramente
desviei os meus olhos
dos teus.
Era uma menina,
com um corpo de mulher,
olhar envergonhado,
fantasiava o amor,
como um conto de fadas.
Os nossos olhos
procuraram-se,
e o amor pulsou,
Seguimos enamorados,
dançamos nos anos
ao sabor do vento,
agasalhamos tempestades,
Abraçamos a vida...
,
Graça Bica.