terça-feira, 31 de março de 2015

Flores

Estes passos esgotados,
este rosto disfarçado,
este peito corroído, ...
este corpo sufocado,
eram, as flores do meu ventre.

O jardim da minha alma,
espadas de silêncio,
quebram a quietude,
da minha solidão
sozinha sustento.

A imagem doutrora,
com um corpo delineado,
apele rejuvenescida,
meu peito fazendo furor,
ao tempo.

Amor vai soluçando,
na prece comovida,
desta saudade que ficou,
e, uma lágrima correu
na face despida.

Graça Bica
Amor

Quero sentir-te,
nas lágrimas que choro,
sem poder, 
no coração que dói,
e que não sinto,
no peito, da dor,
nas conchas do mar,

nos jardins sem flores,
e, nas vontades do desejo,
que não tenho!
quero sentir-te..
no piano que toca,
na meiguice que faço,
na ponta dos dedos!
no corpo que tens,
sem o saberes,
no lago profunde,
do amor da minha paixão,
quero sentir-te...
ao longo dos dias,
das manhãs, por acordar.

Graça Bica

segunda-feira, 30 de março de 2015

Vulcão de prazer            Já lançado em libro

 Corpo
No sonho do tempo,
da minha ousadia,
de desejos possuídos,

estive encalhada,
nas praias eróticas,
onde o mar ejacula,
inquieto, viril de delírio,
o meu corpo seduzido,
a seiva fresca,
os lábios no teu peito.
e tudo começa...
sentindo...
vulcão de prazer,
no meio à doce dor,
sinto o teu olhar,
extasiante de loucura,
o corpo febril de amor,
de gozo libertado,
com os olhos cansados ,
de tanto chorar
e tanto sorrir...
apaixonados
a fonte de amar...

Graça Bica.
Meu Amor

Tocas-te no meu sonho,
descobriste, uma mulher frágil,
que encobre, o jardim do teu templo ...
onde passeias e lés,

nas folhas vermelhas,
que despem as árvores,
o banco do jardim está vazio,
o cheiro, das folhas secas, 
trazem o caminhar,
vagaroso, sem dar contas as horas,
com, o olhar parado,
na folha de um  livro,
de vez em quando, bocejas ,
olhas em teu redor,
limpas os óculos,
continuas, a devorar as frases,
escritas,nas folhas cor macilento,
conta a história, de uma mulher, ´
que caminhava, na penumbra, sem rosto,
num povoado, sem nome,
que adormeceu...

Graça Bica.
Amanhecer

Não sei como segurar,
o sonho da manhã !
escrevi,
nas folhas de papel,
fiz, confidências no teu ouvido,
proclamei um amor proibido,
deitei-o  no quarto a dizer mar,
gravei, na cama a saudade,
o amor, dos sentidos,
escorria no corpo, à liberdade,
com cheiro de rosas, a desabrochar,
abracei a noite, desci com ela, 
uma brisa serrana, feriu alma,
os ventos, do mistério,
estavam entre nós!
deixei partir...
ficaram, os teus olhos desenhados,
no travesseiro da cama,
as lágrimas correram, no lençol...
 
Graça Bica
Deitei-me no sonho
do teu amanhecer.
Cansada,
não encontrei os teus olhos, ...
que adoçavam os meus dias.
já não caminhas na minha
direção,
não pactuas na minha vivência,
desde à noite em que lua te
recolheu.
Fiquei ajoelhada, na capela
rezando
em soluços comovidos,
de uma distância, em que
fomos separados,
da brutalidade desmedida.
No meu coração estás unido
no mesmo respirar,
amargurado na dor,
da nossa vida, tao tão
sentida
que foi...a grandeza do nosso
amor...
Acreditei no amor

Na esperança,
no soletrar das palavras,
conjugadas com o verbo amar ...
fazendo de mim mulher,
chegando, com uma brisa
fria..
congelando a minha alma,
das sombras, que vejo, no teu
rosto,
não desistas!
na minha desistência ,
digo palavras sem nexo...
olhamos-mos, com a ternura
dos sentidos ,
e caminhamos, lado a lado,
de mãos dadas,
pela praia deserta onde temos
permissão
de caminhar...
Graça Bica.