quarta-feira, 15 de abril de 2015

Ernesto Cortazar - The best selection


Adormeço cedo,
A noite está por
chegar,

 O meu corpo cansado
pede-me repouso,
o esconder da noite
liberta-me...
para eu recordar,

todos os sonhos, que transportei 
 em folhas de papel, amarelecidas
 pelo tempo, cor de marfim,

as alegrias e as tristezas
bailam na sinfonia do piano,

onde me elevo na alegria 
e meus lábios sorriem, da minha ilusão,
que embala até a chegada,
do novo amanhecer...
o som do piano adormece nas teclas...
Graça Bica.

Tão louco é o ciúme
como o ciúme,
tem de quem ama...!

  
Estou enamorada do ciúme
e do ar que respira,  
do olhar dos namorados,
ao velos de dedos entrelaçados,
das confidencias dos olhares
na mesa de um café.
dos beijos de amor que trocam!
sem se, sentirem observados,
sentem os ciúmes, dos seus olhares,
dos sentimentos, até do pensamento!
os ciúmes é responsável,
das noites de insónia,
do bater acelerado do coração, 
o ciúme é traiçoeiro, vem de mansinho
agasalha-se no peito,
paralisando o pensamento,
do coração de quem ama,
sem os seus olhos verem,
todo o amor tem ciúme
mesmo o da complexidade,
ciúmes, todos nós, temos um pouco,
amor, sem um pouco ciúmes,
é bater numa porta
e nunca se abrir....

Graça Bica.

     
Preciso tanto que leias

O meu pensamento,
ando com tantas saudades tuas
as noites são um tormento para mim
ao acordar sinto um lamento de dor
que agoniza no meu peito doente 
quando me deito a almofada adorna
o meu pensamento
 e os meus olhos fecham-se 
para ouvir a tua voz ...
falando palavras tão nossas
consumidas de prazer
as palavras ditas são descritas
falas-me tanto amor fales dos teus desejos
que também são os meus ,
no meu consciente sinto a tua mão,
a deslizar por todo o meu corpo
como um jubilo de prazer, tão nosso
as tuas caricias chegam na minha fantasia
de te quer tanto. 
ao acordar nunca estás ao meu lado
tornou-se o nosso amor, num sonho fantasiado

Graça Bica

terça-feira, 14 de abril de 2015

Carta tardam-te


Escrevo ao meu amor,
deixando descobrir
os caminhos, que eu passo, 
acedem-se as ruas caladas,
sempre que ouvem, o sapatear
dos meus passos...
os habitantes do inverno,
veem abrir as portas da noite,
onde aguardo por ti!
na janela, o vento a chuva
não consegue silenciar,
as vozes, que lá dentro contam histórias,
e deixam imagens, vassás pelos anos...
sentada num cadeirão,
onde o veludo se mistura,
com o cheiro forte de bolor,
como sempre, aguardo por ti!
nunca te deixei só!
no olhar mortiço, dos teus olhos, alongados...
tinhas a tristeza, espontânea no teu rosto,
os beijos que me davas, eram a minha alegria,
eu continuo, a fazer a peregrinação,
todos os fins de tarde,
antes que as candeias acendam as manhãs...
os meus pés, não possam caminhar
com sapatos desfeitos...

Continuarei mais tarde a escrever,
despeço-me da chuva de inverno....
Graça Bica.
 
Fado dedilhado

Cada lagrima que rola
dos meus olhos,
são tristezas,
do meu fado a chorar,
choram no dedilhar
da guitarra,
onde canta a saudade,
embrulhada com a tristeza,
as quadras soluçam,
a voz doí, no puxar da garganta,
quando traço o meu xaile.
decaído, nos ombros... 
a guitarra saluça,
a minha voz entoa,
as minhas lágrimas
desprende-se, dos meus olhos,
o meu coração grita,
amar assim, não há igual....
como o meu?
nos poemas que escrevo,
da saudade do fado,
as palmas entoam.
face silencio, ao fado,
 és tu, a quem eu. Amo...

Graça Bica.

  


Acordei dum sonho 
não acabado...
 
Era de um afoito,
tão, desmedido,
que acordou o meu  sonho,
tinha, percorrido o teu corpo!
com beijos fugazes, e quentes,
foste meu!
nessa noite!
abrasiva de loucuras,
desmedidas,
embriagados, amei-te tanto!  
dissemos palavras loucas,
nunca pensadas,
faladas do um vicio, fugaz...
os nossos corpos colados,   
transpiravam de prazer...
tão loucos, e realizados,
das nossas vontades, e as nossas bocas
soltavam o mesmo gemido...
a noite tornou-se longo, cansada, 
do serpentear dos corpos,
entregue ao acordar, do sonho,
 que pertenceu a nós os dois...
fomos amantes da noite...

Graça Bica.   
Preciso da calma
como me olhas,

Inquieto de desejo
quando olhas para mim!
escondo-me em ti, 
aconchego-me serena
no remansear, do teu olhar... 
quando vi o teu olhar
pela primeira vez,   
ainda sem nos conhecermos,
senti um impulso,
como já, nós tivéssemos
encontrado,
duas almas noutra vida,
tu e eu unidos!
foi tão intenso o nosso amor...
de, eternos anos...
quando me olhas-te, o meu olhar,
esperava pelo teu...

Graça Bica