
Escrevo ao meu amor,
deixando descobrir
os caminhos, que eu passo,
acedem-se as ruas caladas,
sempre que ouvem, o sapatear
dos meus passos...
os habitantes do inverno,
veem abrir as portas da noite,
onde aguardo por ti!
na janela, o vento a chuva
não consegue silenciar,
as vozes, que lá dentro contam histórias,
e deixam imagens, vassás pelos anos...
sentada num cadeirão,
onde o veludo se mistura,
com o cheiro forte de bolor,
como sempre, aguardo por ti!
nunca te deixei só!
no olhar mortiço, dos teus olhos, alongados...
tinhas a tristeza, espontânea no teu rosto,
os beijos que me davas, eram a minha alegria,
eu continuo, a fazer a peregrinação,
todos os fins de tarde,
antes que as candeias acendam as manhãs...
os meus pés, não possam caminhar
com sapatos desfeitos...
Continuarei mais tarde a escrever,
despeço-me da chuva de inverno....
Graça Bica.
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