terça-feira, 19 de maio de 2015

Queria
que descobrisses.

O meu rosto,
com a ternura do teu olhar,
os meus lábios trémulos
pronunciassem o teu nome!

O meu coração bate
silenciosamente!
descuidado de tantos anos
em vão...
da minha incessante procura!
já tinha, adormecido no silêncio,
da tua vida!
a minha, não coordenava a vontade
de te procurar!
as noites agasalhavam-se nos dias,
e adormeciam cansadas,
no silêncio da ilusão!
porque vieste meu amor,
descobrir o meu rosto ?
porque me deixas-te
tanto tempo dormente de ti ?
diz-me?
que me segues de perto!
que me procuras nas noites!
beijas os meus lábios. antes de adormecer!
e cobres o meu corpo,
para não esfriar,
e segues-me no teu olhar!
sem pressas!
para eu, acompanhar a tua sombra!
e nosso amor, continua na distância,
cada ano nós aproxima mais!!!

Graça Bica

domingo, 17 de maio de 2015


Os meus olhos leem.

 No silêncio, da noite,
escrevem à luz do luar
uma  guitarra toca,
as notas que escreves-te
no tempo passado,
silencia, e agoniza
a minha dor...
que se impõe
em me deixar... 
sento-me no banco do nosso jardim
debaixo da macieira
que tu próprio plantas-te!
à muitos anos passados,
cresceu uma árvore reboliça
com maças vermelhas,
cor dos meu lábios, cor de carmim,
com um sabor meloso,
e sumarento...
onde vou, para conversar
contigo...!

Graça Bica.

Escrevo

Em cada momento
que penso escrevo!
nas lágrimas, da noite,
das sombras, do teu passado,
a luz das estrelas clareiam
a minha mente..!

 Debruço-me comovida
numa prosa sentida,
transcrevo tudo,
em papel amarrotado
do baú da minha vida!
são quatro folhas errantes,
que escrevo num tempo,
sem data..!
junto ao espelho,
teu rosto!
as marcas da pele rugosa,
já, sentencia os anos
que embrulho,
em mim...

Graça Bica.
Amanheceu

Não sei como segurar
o sonho da manhã!
sei, o escrevi nas folhas de
papel. 
fiz confidências no teu ouvido,
dei-te o quarto a dizer mar...

 E gravámos na cama a
saudade.
o amor cresceu em nós, 
com a esperança
do nosso sentir,
escorria pelo corpo a liberdade,
fantasiei o amor com cheiro à

rosas,
a noite descia de braços abertos,
com ela, uma  brisa serrana...
o vento agreste feria-me a
alma!
o mistério estava entre nós!
não sei mais o que fazer?
deixei-te partir!
ficaram os teus olhos
desenhados, no travesseiro
da cama!
o lençol ficou molhado
com as tuas lágrimas...

 Graça Bica.
Caminhei só!

Parti sem rumo,
procurei as pegadas
da tua vida,
nas folhas das arvores secas,
caídas no chão,
quando se despem!
para mudar de estação
os meus olhos emergem
desespero,
ofuscam a minha orientação,
perguntei à noite
se te escondeu do frio?
chorei, lágrimas de redenção
aclamando por ti!
não sei em que dia acordei,
nem os meses
que me fizeram companhia 
abraçada aos anos de dor...
feitos de alvorada,
o amanhecer vem a ânsia
de te abraçar,
a solidão bate todos os dias
na minha porta!
Graça Bica

sexta-feira, 15 de maio de 2015

Descanso

No lumiar da noite,
os pássaros deixam de cantar,
a cor do dia escurece
na mudança da hora!

O meu coração
adapta-se melhor
ao silêncio
permanente,
da tua lembrança!
ainda tenho por determinar,
novas rezões para a minha vida!
as voltas que vou redigir,
os trilhos que vou tomar! 
tornei-me afoite,
desconhecida,
em que me tornei,
não pedi contas a DEUS,
deste meu tormento,
nem destes meses que se agitam,
que se sucedem os dias
diminuindo em minutos,
se eu adormecer?
levo comigo as lembranças
de tudo que foi meu...!

Graça Bica.
Do meu silencio.


   Poema escrito 19/7/1999.



Jorram palavras,
eu comtemplo-as
demoradamente,
no meu silêncio!
esqueço-me do percurso
do tempo,
e mais palavras saem
em fuga vertiginosa
dos minutos,
se o meu amor prevalecer
no tempo,
eu louvarei as minhas mágoas
e soletrarei todas as palavras
por dizer!
venço a timidez das horas
interrompidas,
regresso fugazmente a mim,

pronunciarei o teu nome
novamente...!

Graça Bica