sexta-feira, 12 de junho de 2015

As manhãs.

São mais puras,
que uma gota de orvalho,
evaporam-se,
como as lágrimas
dos poemas,
que transcrevo, no meu livro,
sobre a química, incontrolável
da minha vida!
onde me doou,
para todos me lerem,
escrever faz parte de mim,
falar de amor,
da revolta contida,
mas não abafada, no silêncio,
que comandou, a minha caminhada,
fazes parte de tudo,
que eu sou.!
da vida, dos sonhos,
ainda, dos projetos ilusórios,
da minha mente ,
sacio, o meu desejo, em cada frase
que construo,
em cada sombra,
que se esguia do meu peito.
em cada lágrima, que rola de saudade..
mas continuo a escrever para ti..!


Graça Bica.

quinta-feira, 11 de junho de 2015

Naquele fim de tarde
um calor suado,
transpirava das paredes da minha  casa!
-Anunciava, a chegada de uma tempestade, 
era um calor abafado, as nuvens embrulhavam-se escuras, 
uma humidade, incomodativa que fluía há pele!   
-São tempestades dos fins de verão. 
 A trovada, já paira  no ar,
o cão  começou a ladrar desalmadamente...!
astuto, orelhas pontiagudas, meigo para mim,
para os demais imponha respeito.
Presentearam-mo, ainda pequenino!
começou a dar interesse a tudo que mexia, em seu  redor...
Esgravatava a terra, corria descuidado, foi uma das rezões que o batizei com o nome  Tosco! 
o tosco, ladrava junto da porta,  esgravatando nervoso,  
como pedindo  para o deixar entrar!
Surge o primeiro estrondo, a trovoada, já está no ar. 
a chuva começa a cair furiosa,
o vento fustiga as árvores,
um ramo cai sob a janela, batia  agressivo.
Eu, e o Tosco, tremia-mos de frio, e  talvez com  medo, 
o céu escurecia, com a  chegada da noite, o barulho da água era tão forte,
que o caminho frente a casa,  mais parecia um rio...  
O vento começou  a dar os primeiros estragos,
fazendo voar,  as primeiras telhas do telhado,
já desgastado pelos anos, e intempéries.   
-A vela acesa, mais parecia uma bailarina, com a chama desnivelada,
o tempo passava, sem haver réstia de calmaria.
O Tosco enrolou-se nós  meus pés, ai...- ficamos até o amanhecer!
Acordei com  uma lambidela, o dia solheiro. e o tosco pronto para saudar  o novo dia,  com as suas  correrias e  brincadeiras...
Graça Bica.

    

quarta-feira, 10 de junho de 2015

Seria loucura minha,

As vezes que te imaginei,
ao longo destes meses,
dias, horas...  
quantos vezes, te sonhei!

Em cada noite, mal dormida,
sem nunca sentir a tua pele,
nem nunca, te ver o rosto,
nem a cor dos teus olhos.

As palavras que delirei,
com sentidos definidos,
quantas vezes te sonhei,
nos entardeceres...

No amanhecer,
o silêncio dos teus lábios,
com o silêncio dos meus,
se beijam, num naufragar,
de sonhos que são meus! 

As palavras que idealizei
sabes, que um dia
te direi!
quando os nossos abraços,
se unirem, e nossas bocas
se sentirem!

 Num desejo de te ter,
acredito que será..!

muito antes de um de nós
morrer ....

Graça Bica
No descobrir
da manhã,

A névoa descia
baixinho,
o orvalho refresca
o meu rosto,
limpava as lágrimas
salgadas,  
que torvavam o meu olhar,
chamava por ti
na solidão,
no campo das alfazemas,
os rouxinóis cantavam
em meu redor,
alegravam a minha reza,
pedida a Sr.do Socorro
pelo teu regresso,
a tarde descia eu caminhava
sozinha...

Graça Bica.

   
Queria
que descobrisses.
o meu rosto.
com a ternura do teu olhar,

E meus lábios trémulos,
pronunciassem o teu nome!

e o meu coração batesse
silenciosamente!
descuidado de tantos anos
em vão!

 Já tinha adormecido no silêncio
 da tua vida!
 não coordenava com vontade
de te procurar!
as noites agasalhavam-se nos dias,
e adormeciam cansadas,
no silêncio da ilusão!

Porque vieste meu amor,
descobrir o meu rosto ?
porque me deixas-te
tanto tempo dormente de ti?
e me segues de perto,
 e me procuras nas noites,
 e beijas os meus lábios.
antes de adormecer?

 E cobres o meu corpo,
para não esfriar,
segues-me no teu olhar,
sem pressas...
para eu acompanhar
a tua sombra!
e nosso amor,
continua na distância,
em cada  ano nós
aproxima mais...!
mais!!!

Graça Bica

terça-feira, 9 de junho de 2015

Chorei ao acordar

Viajei pelas nuvens
a procura das palavras
que me fazem viver...


Sinto-me perdida
da tua ausência,
das palavras trocadas
por nós os dois!
dos sorrisos felizes
rasgados, de cumplicidade...

A tristeza tomou conta
do correr desta loucura ...
onde não almejo o fim!
nem as palavras saem,
as frases estão esgotadas,
talvez por nós os dois...
o meu perguntar?
o teu responder,
esta tudo bem! 

Palavras, oprimidas
fugidias, não partilhadas
o coração de quem ama,
as sente...  
quando o coração as sente
serão meras o tupias?
e se desfazem nas recordações
vagueio na dimensão,
onde as estrelas,
 são a rainha da noite...
por mais que eu caminho,
perco a visão de te encontrar,
sofro no silêncio de não confiares
quando acreditei em me doar,
não tive medo nem duvidas,
porque o amor
é confiar partilhar...  

Graça Bica.
 

domingo, 7 de junho de 2015

Sou mulher

Sou gota de orvalho,
flor de lis,
sou, pedra do tempo,
do monte agreste,
sou vento gelado,

Que sopra dos Alpes,
sou, mulher que sofre,
descalça na praia,
de um amor perdido,
de vazio no peito,
do bater da alma.

caminho no campo
de pé descalço,
procuro um busto
que me leve a ti..
onde sinta o cheiro,
do teu abraço, 

forte e verdadeiro,

 O meu amor,
é sair na chuva,
sem ser molhada.
na esperança
de te encontrar, 
e ter-te ao meu lado

sou mulher!
com marcas,
cansada  da vida,
e ferida do tempo
ferida dos anos...!

Graça Bica
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