terça-feira, 11 de agosto de 2015

Corri descalça,

para a praia,

os dias eram tão só nossos,

um barco ancorado no cais,

esperava por ti.

As nuvens corriam

feitas bailarinas,

o pregão da mulher do peixe,

os assobios dos pescadores

quando a cana vergava com o peixe,

o vento soprava sul

tu, caminhavas a procura  

do teu abraço.

À confissão das palavras

sussurradas de mágia,

contando os nossos sonhos,

as gaivotas grunhiam,

em redor dos nossos corpos

suados de paixão.

Vinham as risadas,

as frases malucas,

o falar por falar,

de um amor proibido

pela correnteza

da minha idade

Recordas amor?

Só tu e eu.

Graça Bica. 
  

segunda-feira, 10 de agosto de 2015

Na casa da praia
foi, onde vivemos
o nosso amor!

Estava fechada,
como a deixamos
naquele dia...
Abri a porta enferrujada,
entrei, olhei,

recordei, e chorei!

Com uma saudade,

desmesurada,
lá estavam os nossos livros,
a nossa musica,

as nossas fotos...
Desde o dia da despedida.


Sentei-me no chão,
com batimentos

acelerados, no meu peito,
quando a porta se abriu,
por força da ventania,

olhei o mar crispado.

O meu rosto, tão magoado,
de lágrimas,

e dores do passada...
de te encontrar

à beira mar,
de sorriso maroto...


 De mão estendida,

para as minhas, agarrar!
Fechei a porta.

Atirei a chave ,ao furioso mar, 
para não voltar a nossa casa
que respira saudades....!

Graça Bica,
Sou mulher!
Sou gota de orvalho,
flor de Liz.

Sou, pedra do tempo, 
do monte agreste, 

do vento gelado,
que sopra dos Alpes,


Sou mulher, que sofre
descalça na praia, 

de peito vazio,
no bater da alma.


Caminho na calçada,
de pé descalço,
procuro, intensamente 
que me levem a ti..
Onde sinta o cheiro,
do teu abraço,
forte e verdadeiro!


O meu amor,
é sair na chuva,
sem ser molhada.
na esperança,

de te encontrar,
e sonhar ao teu lado....
 


Sou mulher!

com as marcas,
feridas dos anos,
que vagueia na ilusão,
do teu amor...

Graça Bica.
Meu amor
Grande...

Como o universo,
inatingível como o mar,
não o consigo alcançar,
o que além do horizonte
se adivinha..!


 Queria ter coragem,
meu amor grande.
De falar, deste segredo
tão somente meu!!!
Que só a mim,
me confesso!

O amor, que arde,
no peito,
da angústia omitida
nós meus sonhos,
tenho vontade,
de me confessar...

Os braços da distância
ficaram perdidas
no tempo,
Ai, a luta que travei,
para não gritar,
a sede constante.
dos teus beijos!
 
já sem chão, para palmilhar
com  revolta contida,
deste amor não presente,
dos sonhos, que não sonhei,
da vontade de te falar,
amor meu.!
Graça Bica

Não sei como segurar,
o sonho da manhã!

 Escrevi, nas folhas de papel,
na sopresa dos gestos,
fiz, confidências

no teu ouvido,
proclamei um amor proibido,


Dei-te o quarto a dizer mar,
gravámos na cama, a saudade,
o amor, cresceu em nós!
Escorria no corpo,

a liberdade,

Fantasiei o amor,

com cheiro de rosas,
e, de abraços abertos,

a noite descia,
com ela, a brisa serrana,


 O vento agreste, feria a alma,
o mistério estava entre nós! 

guardei-o no peito dorido,
deixei-te partir...!


Ficaram os teus olhos

desenhados,
no travesseiro da cama,
as lágrimas correram

no lençol ...

Graça Bica
No entardecer.
Do meu silêncio.

Sentei numa duna da praia,
o sargaço inunda o pulmão,
do meu respirar...
As gaivotas distraídas,
perturbam, o meu silêncio,
enquanto, recordava   

o quadro da
minha vida!


 Dos sulcos deixado no peito,
a mercê do tempo,
enraizados, a décadas,
soluçando nos anos!
 Abordavam-se as gaivotas,
salpicando o sargaço, para se
alimentar.


 O mar estava calma, a
ondulação espirrava.
abraçando o extenso areal,
 Os meses e os dias ,eram
pequenos!
Desabafando a magoa,
chorando, e  rindo....

  
 Alinhavado, no descrever
das minhas lembranças,
no meu peito,

era uma mulher
triste!
De perfil,
já olhos brilhavam, a cada
momento,
que recordava, os dias do
amanhã...!


Graça Bica.
Na noite em que abri
a janela, do quarto.
 
Vi os teus olhos,
meu amor ...
eram,as flores do meu jardim,
que adornavam,
os meus canteiros...
Os teus olhos.
riram para mim...  

São, os teus olhos
que leem, os meus
poemas,
que escrevo, num livro 
 e te ofereço...
 Ou melhor, que se leia,
na face, do teu rosto!
Nos teus lábios, há um sorriso,
no teu sorriso, há um rosto.
entrelaço-o,
com o nosso beijo...

Graça Bica.