quarta-feira, 9 de dezembro de 2015

A pedra que segura no rio,
quando a força das águas
o impedem de parar.

A vida segue um caminho
sem a conseguir derrocar...


Escrevi os meus versos,
numa pedra
polida e gasta,
que, os anos não souberam
resguardar.
Escrevo quando se apaga
o horizonte,
e as mãos tocam o teu nome.

Sonho meu amor contigo,
como a vida canta,
para mim em sonho..
Graça Bica.
O tempo não arruma 
as coisas dentro de nós.
Pode cobri-las de poeira,
mas, não as muda de lugar.
As fotos polidas pelos anos
adornam os moveis carunchento,
Os livros desalinhados,
em recantos que outrora
se sentavam os netos.
no tempo de Natal!
 
Avó lia  estórias,
com a voz doce, ou grave,
consoante, decorriam as palavras...
A madeira seca,na lareira crepitava, e 
aquecia a sala.
As luzes acendiam
Recordavam outros Natais
   
Dos segredos, 
adormecidos, que outrora
sentada no banco,
de ouvidos astutos,
e olhos esbugalhados. 
Via, a minha Avó,
deixar cair uma lágrima
Julgo que seriam
de muitas saudades...

Venho.
À  casa sempre que tenho
rosas vermelhas
para enfeitar a floreira,
da mesa da sala.... 
Graça Bica.

terça-feira, 8 de dezembro de 2015

O tempo derrubou em mim
todas as paredes,
que ofusca-vão,
o jeito de eu ser ...
Não corro,mais o impossível,
que não possa responder....
É como a minha lembrança,
te levasse serena ati...
E os meus projetos, se
desmoronassem ,
e os nossos sonhos solidificavam,
gémeos de nós...


Contrariei as primaveras,
com vontade de comer
maças vermelhas...
Prontamente.
Nós presenteia.
Não é estação das orvalhadas,
nem as dos cheiros,
da primavera que regresso ati ...
derrubei o impossível,
Corro o possível, para voltar
ati...
Graça Bica

sábado, 5 de dezembro de 2015

Eu vou...
Sem saber para onde.

Nem quando vou parar
Não, não deixo marcas
no caminho.
Para não saber voltar.

Às vezes,
sinto que o mundo
Se esqueceu de mim!.
Não, não sei,
por quanto tempo ainda
Eu vou viver assim.
Eu vou se volto
não sei ainda,
Que irei fazer...
Um pedaço de mim
quer partir ,
Outro quer viver
Graça Bica.

sexta-feira, 4 de dezembro de 2015

  
Já lá vão seis cartas embrulhadas,
em papel de seda. datada 3/4/ 1968

Neste domingo não vi,
brilho, nos teus olhos!

Falei contigo serenamente.
li, nos teus olhos melancolia, e choras-te 
disfarçadamente.
..".Falamos da família ,e do tempo."
A  minha  voz estava envergada.
O meu coração, entretecido.

No abraço que eu, te dei, senti-me triste,
um pedaço  de mim falhava,
senti-me impotente, dos valores que exijo de ti...
Perguntava-te como iam os estudos,
logo, me sossegavas, que tudo estava bem!
 
Respondias-me com desalento.
...Choras-te!
Chorei...!
 
Recordei-te pequenina, reboliça e traquina,
de trancinhas pelos ombros,
fitas coloridas, nos cabelos, saias plissadas,
sempre foste,
À minha menina vaidosa,
Que dor  senti no meu peito.
Abracei-te! 
 
Minha filha, nem palavras soltas me corriam...
nem tu me perguntavas nada.
....Como estas bonita, já mulherzinha!  

Sabes?
Em pequenina, eras o meu botão de rosa.
 Flor da Mãe, a minha Carochinha.

O teu mano, chamava-te vaidosa.

 Os dias passam, eu , não consigo sossegar,
o teu Mano dá-me tanto alento,
 fala, e fala...mas as palavras vão no vento

tenho saudades tuas! 
Já  escrevi varias cartas.
ajudam-me nas saudades, que sinto com a tua ausência  
  
É, mais uma das cartas sentidas, 
que luto com o meu egoísmo, 
do nosso tempo que passa, misturado com este momento.
O meu peito arde num soluçar desesperado.  
 Da tua Mãe.

Sempre presente, fazendo de ti uma  mulher, 
 Para a Menina dos meus olhos,
até, outra missiva eu escrever,
da tua Mãe sempre  amiga Emília.

Adoço-te com mil beijos,
minha filha querida. 

Para ti Minha Mãe.
Os teus ensinamentos
reprovei-os, muitas vezes,
injustamente !
Hoje, agradeço-te,
recordo-te,e fico imensamente grata
Até aí,
Abraço...  


   
Graça Bica.

quinta-feira, 3 de dezembro de 2015

Deixaste os teus olhos,
no travesseiro

da minha cama,

 Enquanto escrevia

uma carta para ti...
Singela, como pautas de musicas,
que tocam nas paredes

da alma. 

 Tão leves,
 com um sopro de vento.
 


 Soletrei  as palavras

como pétalas delicadas, 
de rosas,
 ia escrevendo, para ti.
 Inalava um cheiro doce

 perfumado,
como o amor que guardo por ti... 


 Aliviei a minha alma,

 as lágrimas  rolam

do meu rosto,
sentido todo o meu amor,
que tenho por ti....

Graça Bica.
Sou poeta das palavras,
que saem, em relâmpago
entre, o sentir e o pensar. ...
São resguardos que
se esconderam
dentro de mim...


Por vezes respiro,
o desejo oprimido,
o grito silencioso,
as minhas mãos,
começam a escrever...
Silêncios, gritos, vida, amargura,
lágrimas sentenciadas
dentro de mim.
São diluídas em tudo
que transcrevo,
é meu!

Eu, sou a dona da minha vida!

transformei os gritos,
em poemas,
como se fossem,
pequenos bocados da tua vida,
de silêncio,
dum fogo abafado
pela dor!
Serás para sempre,
a maior de todas as minhas
ilusões...

Escrever para Ti.
A vida para mim é
uma janela aberta
vejo o teu rosto,e
respiro no teu olhar
És e continuas,
o maior dos meus segredos...
 
Graça Bica