domingo, 19 de abril de 2015

Naquele fim de tarde
acompanhaste-me!

Polindo as solas do teus sapatos
na calçada da rua,
calado feito sombra ao meu lado,
o sol ainda ia alto ,
mas o vento norte, soprava já atrevido,
despenteado os cabelos,
dançando com as minha sais...
junto a casa onde morava,
falaste, numa voz de replica divina,
para que o vento não compreendesse,
o que a tua boca dizia,
pregunta-te?
se me importunei, com o teu cuidado
ao meu lado?
a minha resposta foi cuidada,
envergonhada...
o meu coração respirou aflito,
senti que o teu também, 
deste-me a tua mão, estendi a minha!
senti uma brisa amena,
que roborizou o meu rosto,
e paralisou os nossos mãos
até ao dia seguinte...

Graça Bica.

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